quarta-feira, 31 de março de 2010

A demonização de Cuba: uma guerra política e cultural

Em política,a única vitória possível é cultural.O restante pode ser chamado de ocupação, asfixia, imposição...Os ideólogos da direita se lançaram de corpo e alma em uma guerra cultural contra Cuba
Por Enrique Ubieta Gómes *

O principal obstáculo do imperialismo para derrotar a Revolução Cubana não é militar nem econômico, mas sim moral. De alguma forma “inexplicável”, Cuba conserva o prestígio internacional e o consenso interno, apesar do desgaste de meio século sob os efeitos de um implacável bloqueio e de uma contínua campanha midiática, apesar da derrubada – há 20 anos – e do descrédito de um “campo socialista” do qual hoje se enumeram as manchas e se ignora a luz.



Os ideólogos da direita sabem que esse prestígio moral invalidaria qualquer vitória militar ou econômica sobre a ilha. Em política, a única vitória possível é cultural. O restante pode ser chamado de ocupação, asfixia, imposição; todas variações que postergam a vitória do suposto derrotado. Por isso, eles se lançaram de corpo e alma em uma guerra cultural que envolve tudo. Uma guerra que não busca nem pede verdades ou princípios: uma guerra para reverter convicções e sentimentos, que se apoia na força dos meios de comunicação. Ou por acaso a demonização da cultura árabe – povo que vive sobre grandes reservas de petróleo – não antecede e acompanha a guerra de extermínio que sofrem seus estados “desobedientes”? Lançar-se de corpo e alma significa que esses ideólogos devem repetir sem ruborizar e sem piscar, que Che Guevara, o guerrilheiro heróico, foi um assassino: que Batista, o assassino, foi na realidade um bom governante; que Cuba, a nação que mais vidas salvou no mundo – incluindo a de seus inimigos -, desfruta da morte.



O governo de Obama é um excelente porta-aviões para bombardeios ideológicos: um rosto negro, um perfil intelectual, um sorriso sedutor. Um enorme e moderno navio de guerra que assume ares de cruzeiro, que finge não atacar: para isso aí estão seus aviões e os pilotos que às vezes decolam à noite, enquanto o capitão dorme. O certo é que a onda de desrespeitos coletivos que Obama encontrou em seu pátio latino americano era tão colossal que a guerra não podia absolutamente ser resolvida unicamente pela via da força. Não digo que sem a força, mas que não só pela força. Era imprescindível um golpe de Estado pedagógico – e para isso escolheu-se o elo mais débil, Honduras -, mas um golpe que fosse acompanhado de justificativas (supostamente) legais, de trâmites burocráticos, de condenações públicas e de apertos de mãos privados.



Um novo conceito para legitimar culturalmente certos golpes de Estado: no futuro a democracia deixará de existir se a maioria do povo expressa eleitoralmente sua inconformidade com uma legislação que garanta os interesses imperialistas. E será legítimo o uso da força, a dos militares claro, não a do povo. Os líderes sindicais que “o governo de fato” – o que deu o golpe e que acaba de auto-eleger-se em estado de sítio – assassina todos os dias parecem não importar a ninguém. Mas os objetivos mais importantes da guerra cultural são dois: Cuba e Venezuela.



Foi talvez em Trinidad Y Tobago onde Obama compreendeu que o prestígio de Cuba era imenso. Ao término daquela Cúpula, na qual estreava seu sorriso, falou da “utilização” do internacionalismo médico da Revolução Cubana com supostos fins propagandísticos. Esse prestígio é algo que atormenta os ideólogos da direita, que sonham com a deserção de todos os médicos cubanos. El país, órgão da transnacional PRISA na Espanha, qualifica a esquerda que apóia Cuba de stalinista e nostálgica. Nossos pequenos ideólogos de Miami, México ou Barcelona, tratam de esclarecer, com pretensões acadêmicas, as razões dessa simpatia internacional e organizam cartas de condenação que levam de porta em porta. Usam todas as armas para dissuadir os solidários com essa experiência, incluindo aí a chantagem política e, se necessário, o fuzilamento midiático. A guerra é à morte.



Os diplomatas dos EUA e de alguns países europeus servidores de sua política já não se escondem em Cuba; caminham sem pudor entre os dissidentes que constroem e financiam. Usurpam os símbolos da Revolução, da esquerda, e os preenchem de conteúdo contra-revolucionário; plagiam as Mães da Praça de Maio – aquelas que sempre desprezaram e combateram – para construir as Damas de Branco. São ingredientes para um bom coquetel: mulheres debilitadas e acompanhantes, roupa branca (além do símbolo da paz, em Cuba essa cor adquire outros significados religiosos, para nada católicos), gladíolos, missas católicas. O que importa é o enquadramento da câmera. Entre com a moldura, que eu faço a guerra, dizia Hearst em 1898; ou, em termos atuais, construa o set e filme a cena – ou dê uma “tweetada” se preferir – que eu escrevo o roteiro.



Demonizar Cuba. Fazer com que as crianças das escolas espanholas sintam pena das crianças cubanas, escolarizadas, saudáveis, como poucas na América Latina. Fazer com que os cidadãos honestos que só têm tempo para sobreviver em meio a uma crise econômica que ameaça sua tranqüilidade primeiro-mundista, se compadeçam dos cubanos, mais pobres, é certo, e, no entanto, mais protegidos, e, apesar de tudo, mais livres como seres humanos. Que olhem para Cuba e se desinteressem pelo que ocorrem no Iraque, na Palestina ou na América Latina, ou na Espanha. Que convertam a ALBA – esse maravilhoso sistema de solidariedade entre povos – em um empório de obscuros interesses ideológicos. O difícil, porém, é que uma operação cultural de caráter midiático possa superar ou reverter a vivência de centenas de milhares de latinoamericanos, de africanos, asiáticos, norte-americanos e europeus, que já receberam a solidariedade cubana e venezuelana. O difícil é ocultar o sol com um dedo, principalmente quando esse dedo carrega o anel imperial.

(*) Enrique Ubieta Gómez é jornalista e escritor, seu artigo foi publicado pelo Rebelión e traduzido e reproduzido por Carta Maior

terça-feira, 30 de março de 2010

Mãe reconhece luta de Cuba para salvar o filho preso da morte




Veja reportagem do noticiário nacional de televisão cubano que revela detalhes do atendimento médico a Orlando Zapata Tamayo, morto em 23 de fevereiro depois de prolongado jejum voluntário em uma prisão da Ilha. No vídeo, a mãe de Zapata, Reina Tamayo, reconhece o tratamento qualificado e dedicação da equipe médica que cuidava do filho. Por outro lado, conversas telefônicas de contrarrevolucionários revelam a torcida pela morte de Zapata e nenhuma preocupação em salvar sua vida.
Orlando Zapata Tamayo começou sua greve de fome cerca de 80 dias antes de sua morte. O jejum iniciou por uma cozinha, um telefone e uma televisão em sua cela. A decisão também foi orientada por forças políticas contrárias ao socialismo em Cuba. Não existem imagens expressando preocupação por parte dos contrarrevolucionários com o perigo de morte que o colega corria.

A mídia tem dado ampla cobertura a todos eventos de campanha contra o socialismo em Cuba, inclusive as manifestações de oposição ao governo do presidente Raúl Castro de que participa a mãe de Zapata. Porém, as declarações públicas de Reina Tamayo sobre a luta dos médicos cubanos para salvar a vida de seu filho permanecem ocultas nos grandes veículos mídiáticos.

“No mar das Antilhas, a Ilha aparece forte e bonita, com uma história de respeito aos seres humanos de seu país e do mundo. Não aceita chantagens, nem mentiras. Sempre amando, porém, com o punho erguido para defender a verdade e a vida”, conclui a reportagem do Cubadebate.

Fonte: Cubadebate, texto e legendas para o português brasileiro da TV Vermelho

sexta-feira, 26 de março de 2010

Show de Buena Fé na Praça da Revolução em Havana



O vídeo acima mostra cenas de um show do duo Buena Fé, grande sucesso entre os jovens cubanos. Praça da Revolução lotada pela juventude alegre. Não parece muito a "ditadura" propagada pela grande mídia.

Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba na luta contra a ditadura do cartel da “informação”

O Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba vem a público demonstrar a sua indignação com a campanha orquestrada e imposta pela “grande” imprensa brasileira que, reiteradamente, vem desrespeitando os fundamentos básicos do jornalismo, impedindo à grande população o acesso à informação crítica, em relação a tudo o que se refere à Cuba.
Como de costume, a abordagem a fatos, de qualquer natureza, que se desenrolam na Ilha, recebe tratamento discriminatório, com aumento desproporcional das lentes sobre os supostos problemas que lá ocorrem e com absoluto silêncio sobre tudo aquilo que poderia enaltecer a Revolução Cubana. Nunca se faz a devida contextualização, mas, sem qualquer pudor causa-se distorções que impedem o leitor/expectador de formar uma opinião que se aproxime da realidade daquele país.
Depois do suicídio do preso comum Orlando Zapata, com motivações políticas enxertadas, seguiu-se a divulgação da imagem mórbida de Guillermo Fariñas, que, segundo Jean Guy Allard, se trata de um “delinqüente que se pretende jornalista e que, há muitos anos, vive de ‘remessas’ mafiosas”. Fariñas sofre as conseqüências de um corajoso ato de auto-suplício (greve de fome) e faz com que o muito eficiente serviço de saúde cubano lhe dê assistência intensiva. Corajoso, mas não nobre, e, muito menos, justificável. Afinal, esse ato compõe um cenário maior de ofensiva contra a Revolução Cubana, em que se busca forjar heróis para a inglória causa da destruição das conquistas do Estado cubano, seguindo a trilha recente da blogueira Yoani Sanchez, agora secundada por Zapata e por esse jornalista que foi preso por delitos comuns que atentaram contra vidas alheias. Enfim, alguns querem transformar em mártires políticos, a qualquer custo, pessoas reconhecidamente vinculadas à máfia cubana de Miami, que sequer podem ser considerados dissidentes.
Entretanto, mais do que sensibilizar, uma imprensa séria deve promover a investigação e informar sobre o fato, dentro da complexidade no qual ele se insere.
Não somos ingênuos para criar expectativas de “independência” de uma imprensa que é sustentada e controlada por grandes corporações do capital (grupo Globo, grupo Folha, grupo Estadão, grupo Bandeirantes etc). Mas, um mínimo de respeito às regras básicas do jornalismo, mesmo nessas circunstâncias, pode ser factível. Não esperamos que os empresários do lucrativo ramo da (des)informação apóiem o regime cubano, que tem uma democracia particular, baseada na universalização dos direitos humanos fundamentais como meta prioritária, ainda que restrita pelo estado de guerra sob o qual vive há mais de 40 anos.


Vemos coerência no apoio que os latifundiários da (des)informação delegam ao sofrimento e aos ideais do senhor Fariña, porém, mais coerente seria se eles tivessem coragem em assumir integralmente, diante dos seus leitores e expectadores, o projeto que dá suporte à lamentável atitude do jornalista “dissidente” cubano. A sensibilizadora imagem mórbida deveria ser acompanhada por matéria resultante de investigação sobre as ligações de Fariña com a máfia terrorista “cubana” radicada em Miami, alimentada por milhares de dólares doados pelos EUA, para derrubar o regime. Pesquisem e tenham coragem de divulgar os resultados aos seus leitores/expectadores! Esses meios de comunicação ao menos deveriam ter coragem para publicar a versão do outro lado, a dos jornalistas de Cuba e mesmo a do governo! Eles iriam proporcionar raros momentos de reflexão aos seus expectadores/leitores.


Por que será que os senhores não dedicam o mínimo espaço para o brado internacional contra a injustiça absurda que acontece há mais de dez anos em relação aos cinco patriotas anti-terroristas cubanos que se encontram encarcerados, sob torturas constantes, pelo Estado estadunidense? Quantas vezes os leitores/expectadores dessa “imprensa” ouviram falar do caso de Gerardo Hernandez, René González, Ramón Labaniño, Antonio Guerrero e Fernando González?


Por que a imprensa não mostra uma linha sequer sobre a ação humanitária que os cubanos promovem em todo o mundo, praticando, de fato, os direitos humanos? Neste exato momento, o sangue do povo haitiano escorre pelas mãos de milhares de cubanos. Por que a imprensa não revela aos seus consumidores quem são donos dessas mãos: os médicas(os), enfermeiras(os) e agentes de saúde de Cuba, que somam mais que as missões humanitárias da ONU pelo mundo?! Será que podemos falar o mesmo dos militares internacionais que lá estão? Os interesses serão os mesmos? Quem está a trocar sangue por petróleo e controle sobre a soberania alheia?


Acostumados, mas inconformados
Mas, nós, brasileiros, já estamos acostumados (ainda que continuemos indignados) com a cobertura dessa imprensa “livre” para os fatos que ocorrem no interior do nosso país. Também aqui, a incontestável obra humanitária promovida pelo Movimento dos Sem-Terra jamais recebe destaque dessa imprensa “livre”. 99,9% do cotidiano dos assentados e acampados são dedicados à organização para a vida. No entanto, 100% das reportagens dessa imprensa livre induz a pensar que os Sem-Terra não vivem senão em confrontos violentos e, pior, sequer se questiona as raízes dessa violência!


Vejamos, agora mesmo, qual o tipo de cobertura dessa imprensa a respeito da situação que levantou mais de 40 mil professores do estado contra os salários de fome e às medidas abusivas do governo privatizante do Serra. Ou esse evento digno de destaque, onde mais de duas mil mulheres marcham mais de cem quilômetros contra a violência e em prol dos seus direitos básicos! Quanta riqueza a ser divulgada! Qual a cobertura dessa imprensa que prega a “liberdade”? A cobertura feita pela “imprensa livre” é do manto do silêncio, ou da desinformação. A cobertura caolha de quem só enxerga um só lado, o lado dos opressores!

Presos comuns, preso político e direitos humanos
De fato, essa imprensa “livre” está correta ao bradar contra a indistinção entre presos comuns e aqueles presos por questões de ideais. Mas, quando se trata de aspectos de direitos humanos, não pode haver distinção. O direito de preservação da saúde do encarcerado é tão básico quanto o direito de expressão. Nesse sentido, é justo, sim, fazermos referências à violação da prática dos direitos humanos no submundo das prisões brasileiras, onde principalmente negros e pobres formam uma população carcerária que corresponde a quase 5% da população cubana! Essa imprensa livre diz isso aos seus leitores?

Na história da Revolução Cubana jamais foi torturado um prisioneiro. Não houve um único desaparecido. Não houve uma só execução extrajudiciária! O mesmo não se pode falar em relação à nossa população carcerária. Aliás, muitos dos brasileiros sequer tiveram o “direito” básico do encarceramento, pois foram vitimados pela pena de morte com a execução sumária nas mãos das nossas polícias, fato, que, aliás, predomina nas nossas páginas e telas.

Quem entende de ditadura?
Porém, o mais grave é quando vemos essa imprensa “livre” influenciar intelectuais de sólida formação, de quem se espera espírito mais crítico. Do intelectual cobramos um maior rigor no uso dos conceitos. É muito freqüente o uso dos adjetivos “ditador”, ou “ditadura”, sempre que se refere a qualquer dirigente cubano do pós-1959, ou ao regime atual da Ilha. Jamais ocorre isso quando se faz referências aos Estados Unidos, mesmo na era dos Bush, ou da Itália de Berlusconi, ou da França de Sarkozy, ou da Inglaterra de Thatcher, ou da Colômbia de Uribe. Isso se justifica para intelectuais e jornais que não estiveram ao lado de quem experimentou a mão pesada e assassina de uma ditadura nos porões dos DOI-CODIs da vida (ou da morte!), seja no Brasil, na Argentina, no Uruguai ou no Chile. Se não vale a comparação de direitos humanos entre presos comuns e presos políticos, reflitam, os senhores, sobre o uso indiscriminado do termo ditadura para se falar de uma país que pratica o humanismo mundo a fora e que garante condições básicas para um punhado de retidos por atentados contra o Estado, julgados regularmente conforme as leis do seu país, e não se envergonham em usar o mesmo termo para se referirem a governos que praticaram aberta e amplamente a tortura e o assassinato de milhares de homens e mulheres que lutaram e lutam pela igualdade, pela democracia e pela justiça social.

Não se pode esconder os problemas que a difícil construção de uma alternativa econômica e social enfrenta em Cuba. Os problemas são bastante grandes e não requerem lente de aumento para torná-los mais do que são. A menos que os intentos com o uso da lente não sejam, exatamente, a melhor aproximação do objeto, mas a sua distorção, bastando, para isso, um golpe de mão.

Essa é a liberdade que interessa a essa imprensa: a livre atuação do cartel dos grandes conglomerados dessa indústria da (des)informação, sustentada pelos monopólios empresariais da indústria, dos bancos e do comércio.

quinta-feira, 25 de março de 2010

LIÇÕES DE DIREITOS HUMANOS PARA CUBA - PARTE 3

LIÇÕES DE DIREITOS HUMANOS PARA CUBA - PARTE 3

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LIÇÕES DE DIREITOS HUMANOS PARA CUBA - PARTE 2

LIÇÕES DE DIREITOS HUMANOS PARA CUBA - PARTE 2

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50 anos de guera fria contra Cuba



HAVANA. — Cuba lembrou, em 17 de março, o 50º aniversário da Ordem Executiva do presidente estadunidense Dwight Eisenhower (foto), o qual aprovou as ações encobertas e terroristas contra a Ilha, em meio a uma nova campanha midiática dirigida a partir de Washington.

Intitulado Um programa de ação encoberta contra o regime de Castro, o documento assinado por Eisenhower representou a luz verde, em forma oficial, para desatar todo tipo de operações ilegais, com a esperança de derrocar o governo revolucionário.

Violando todas as normas internacionais que regem as relações entre governos e povos, ordenou-se formar uma organização integrada pelos remanentes da ditadura de Batista nos Estados Unidos para dar cobertura às atividades da CIA.

Paralelamente, punha-se à disposição desses planos todo o aparelho militar e de espionagem norte-americana, com o objetivo imediato de organizar uma força paramilitar que chegaria clandestinamente a Cuba, com o propósito de treinar e dirigir os grupos terroristas.

Os documentos tornados públicos pelo Arquivo de Segurança Nacional dos Estados Unidos, revelam que a Ordem incluiu iniciar uma ofensiva de propaganda internacional e criar, no interior da Ilha, um grupo clandestino para fornecer informação de inteligência.

Segundo instruiu Eisenhower, "nossa mão não deve aparecer em nada do que se faça", e fez jurar aos presentes, no ato de assinatura da Ordem, que ninguém tinha escutado nada do falado ali.

O diretor da CIA, na época Allen W. Dulles, recebeu depois a ordem do presidente "para que não se apresentasse nem sequer a esse Conselho (de Segurança Nacional), os relatórios secretos relacionados com Cuba".

Para apoiar a parte da propaganda, instruiu-se criar uma estação de rádio de onda meia para transmitir para Cuba, da Ilha Swan, ao sul do país antilhano.

A Ordem Executiva era equivalente a uma verdadeira declaração de guerra contra um pequeno país que não tinha atacado os Estados Unidos, e em suas memórias o próprio Eisenhower reconhece o ocorrido naquele tempo.

"Em 17 de março de 1960, eu ordenei à Agência Central de Inteligência que começasse a organizar o treinamento dos exilados cubanos, nomeadamente na Guatemala". E mais adiante acrescentou: "Outra ideia foi que começássemos a construir uma força anticastrista na própria Cuba. Alguns pensaram que devíamos colocar a Ilha em quarentena (leia-se bloqueio), argumentando que se a economia declinasse bruscamente, os próprios cubanos derrotariam Castro".

Os resultados desta agressão direta a Cuba puderam ver-se rapidamente com um enorme incremento dos atentados terroristas, o levante de grupos armados nas montanhas da zona central da Ilha, que assassinaram camponeses e a invasão derrotada da Baía dos Porcos.

A guerra tinha sido declarada unilateralmente. Décadas depois, a intenção de destruir a Revolução cubana continua latente no governo dos Estados Unidos. (PL)

quarta-feira, 24 de março de 2010

LIÇÕES DE DEMOCRACIA PARA CUBA - PARTE 1

LIÇÕES DE DEMOCRACIA PARA CUBA - PARTE 1
(POLÍCIA CIDADÃ)

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O vídeo acima mostra o Primeiro Ministro espanhol exigindo de Cuba respeito aos direitos humanos, depois pode-se ver cenas da polícia cubana dissolvendo manifestação das "damas de branco" semana passada em Havana e, por fim, cenas da forma correta de tratar manifestantes segundo o conceito da polícia espanhola. Vale a pena ver!

terça-feira, 23 de março de 2010

Em Havana, músicos de Porto Rico criticam bloqueio dos EUA

Ganhadores de 12 prêmios Grammy, a dupla de músicos porto-riquenha Calle 13, que chegou nesta segunda-feira (22) em Havana, criticou o embargo norte-americano a Cuba e pediu a libertação dos cinco cubanos, presos nos Estados Unidos desde 2001. René Pérez, “Residente”, e Eduardo Cabra,“Visitante”, como se autodenominam os artistas, farão um show gratuito nesta terça (23), após várias tentativas frustradas.
“Qualquer tipo de embargo é ruim. Os que existem em Porto Rico não nos afetam, somente quando decidimos vir para cá”, disse Pérez. Porto Rico, oficialmente chamado Estado Livre Associado de Porto Rico, é um território autonômo dos EUA e, dessa forma, as medidas econômicas, financeiras e comerciais adotadas por Washington contra Cuba também são vigentes na ilha caribenha.
O grupo precisou cancelar em dezembro de 2009 uma visita à capital cubana após ter o visto de viagem negado pelas autoridades norte-americanas.
Calle 13 traz em suas letras fortes críticas ao governo de Porto Rico e aos EUA. Na canção “Querido FBI”, Residente e Visitante cantam os versos “Lute, como em uma luta livre. Pela liberdade, por Porto Rico livre”. Cedido pela Espanha aos EUA em 1898, Porto Rico decidiu em um referendo em 1998 manter o status de Estado Livre Associado, recusando entre as propostas de se tornar o 51º estado norte-americano ou a de se tornar independente.
"Estamos muito felizes com a visita, trouxemos conosco muita energia para nos divertirmos com o povo cubano, para aprendermos com as pessoas daqui. Quero conhecer as pessoas e o país", disse Pérez, segundo o portal Cubadebate.cu.
Cinco cubanos
O músico igualmente pediu a libertação dos cinco cubanos, Gerardo Hernández, René González, Ramón Labañino, Fernando González e Antonio Guerrero, condenados em 2001 a penas que variam entre 15 a 30 anos, e alguns com prisão perpétua, por suposta espionagem e conspiração nos EUA e por serem agentes não registrados de um governo estrangeiro, entre outras acusações.
O governo cubano considera os cubanos como heróis nacionais e garante que estavam nos EUA para vigiar atividades violentas dos anticastristas."Sei do que acontece pelo meu pai, do que ele sabe. É algo forte, há cinco pessoas lá, é preciso um acordo para que regressem a Cuba”, disse Pérez.
O músico disse que visitará a escola primária “Carlos Muñiz Varela”, de San Antonio de los Baños, “porque Carlitos Muñiz era amigo da minha família”, disse a jornalistas. O cubano Carlos Muñiz Varela vivia em Porto Rico quando foi assassinado em 28 de abril de 1979 pelo grupo terrorista Omega 7, contrário à relação dos imigrantes cubanos com porto-riquenhos. “Me chamo René, mas seria Carlos por causa de Carlos Muñiz, porque era um dos melhores amigos do meu pai”, afirmou.

Fonte:Vermelho

domingo, 21 de março de 2010

Cubanos no exterior - entrevistas

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Reportaje sobre el IV Encuentro de Cubanos y Cubanas en Europa

Soledad canta "Todos Juntos"




Esta canção foi um grande sucesso do grupo chileno Jaivas nos anos 70 e foi recentemente regravada pela cantante argentina Soledad.

sábado, 20 de março de 2010

A mídia não protestou contra isto


Prisão de Abu Graib, Iraque, administrada pelos Estados Unidos. Foto tirada por soldado americano. Será que o prisioneiro teve direito à greve de fome?

Cuba, Israel e a dupla moral

Por Breno Altmann
Tem sido educativo acompanhar, nos últimos dias, a cobertura internacional dos meios de comunicação, além da atitude de determinadas lideranças e intelectuais. Quem quiser conhecer o caráter e os interesses a que servem alguns atores da vida política e cultural, vale a pena prestar atenção ao noticiário recente sobre Cuba e Israel.

Na semana passada, em função de declarações do presidente Lula defendendo a autodeterminação da Justiça cubana, orquestrou-se vasta campanha de denúncias contra suposto desrespeito aos direitos humanos na ilha caribenha. Mas não há uma só matéria ou discurso relevante, nos veículos mais destacados, sobre como Israel, novo destino do presidente brasileiro, trata seus presos, suas minorias nacionais e seus vizinhos.

Vamos aos fatos. No caso cubano, Orlando Zapata, um pretenso dissidente em greve de fome po r melhores condições carcerárias, preso e condenado por delitos comuns, foi atendido em um hospital público por ordem do governo, mas não resistiu e veio a falecer. Não há acusação de tortura ou execução extralegal. No máximo, insinuações oposicionistas de que o atendimento teria sido tardio ainda que se possa imaginar o escândalo que seria fabricado caso o prisioneiro tivesse sido alimentado à força.

Mesmo não havendo qualquer evidência de que a morte do dissidente, lamentada pelo próprio presidente Raúl Castro, tenha sido provocada por ação do Estado, os principais meios e agências noticiosas lançaram-se contra Cuba com a faca na boca. Logo a seguir o Parlamento Europeu e o governo norte-americano ameaçaram o país com novas sanções econômicas.

Indústria do martírio

Outro oposicionista, Guilherme Fariñas, com biografia na qual se combinam muitos atos criminosos e alguma militância antico munista, aproveitou o momento de comoção para também declarar-se em jejum. Apareceu esquálido em fotos que rodaram o mundo, protestando contra a situação nos presídios cubanos e reivindicando a libertação de eventuais presos políticos. Rapidamente se transformou em figura de proa da indústria do martírio mobilizada pelos inimigos da revolução cubana a cada tanto.

O governo ofereceu-lhe licença para emigrar a Espanha e lá se recuperar, mas Fariñas, que não está preso e faz sua greve de fome em casa, recusou a oferta. Seus apoiadores, cientes de que a constituição cubana determina plena liberdade individual para se fazer ou não determinado tratamento médico, o incentivam para avançar em sacrifício, pois não será atendido pela força até que seu colapso torne imperativa a internação hospitalar. Aliás, para os propósitos oposicionistas, de que grande coisa lhes valeria Fariñas vivo?

O presidente Lula tornou público, a seu m odo, desacordo com a chantagem movida contra o governo cubano. Talvez fosse outra sua atitude, mesmo que discreta, se houvesse evidência de que a situação de Zapata ou Fariñas tivesse sido provocada por ato desumano ou arbitrário de autoridades governamentais. Para ir ao mérito do problema, comparou a atitude dos dissidentes com rebelião hipotética de bandidos comuns brasileiros. Afinal, ninguém pode ser considerado inocente ou injustiçado porque assim se declara ou resolva se afirmar vítima através de gestos dramáticos.

O silêncio da mídia

Sem provas bastante concretas que um governo constitucional feriu leis internacionais, é razoável que o presidente de outro país oriente seus movimentos pela autodeterminação das nações na gestão de seus assuntos internos. O presidente brasileiro agiu com essa mesma cautela em relação a Israel, país ao qual chegou no último dia 14, apesar da abundância de provas que compro metem os sionistas com violação de direitos humanos.

Mas as palavras de Lula em relação a Cuba e seu silêncio sobre o governo israelense foram tratados de forma bastante diversa. No primeiro caso, os apóstolos da democracia ocidental não perdoaram recusa do mandatário brasileiro em se juntar à ofensiva contra Havana e em legitimar o uso dos direitos humanos como arma contra um país soberano. No segundo, aceitaram obsequiosamente o silêncio presidencial.

A bem da verdade, não foram apenas articulistas e políticos de direita que tiveram esse comportamento dúplice. Do mesmo modo agiram alguns parlamentares e blogueiros tidos como progressistas, porém temerosos de enfrentar o poderoso monopólio da mídia e ávidos por pagar o pedágio da demagogia no caminho para o sucesso, ainda que ao custo de abandonar qualquer pensamento crítico sobre os fatos em questão.

Um observador isento facilmente se daria conta que, ao contrário dos eventos em Cuba, nos quais o desfecho fatal foi produto de decisões individuais das próprias vítimas, os pertinentes a Israel correspondem a uma política deliberada por suas instituições dirigentes.

Sionismo e direitos humanos

A nação sionista é um dos países com maior número de presos políticos no mundo, cerca de onze mil detentos, incluindo crianças, a maioria sem julgamento. Mais de 800 mil palestinos foram aprisionados desde 1948. Aproximadamente 25% dos palestinos que permaneceram em territórios ocupados pelo exército israelense foram aprisionados em algum momento. As detenções atingiram também autoridades palestinas: 39 deputados e nove ministros foram seqüestrados desde junho de 2006.

Naquele país a tortura foi legitimada por uma decisão da Corte Suprema, que autorizou a utilização de táticas dolorosas para interrogatório de presos sob custódia do governo. Nada parecido é sequer insinua do contra Cuba, mesmo por organizações que não guardam a mínima simpatia por seu regime político.

Mas o desrespeito aos direitos humanos não se limita ao tema carcerário, que é apenas parte da política de agressão contra o povo palestino. A resolução 181 das Nações Unidas, que criou o Estado de Israel em 1947, previa que a nova nação deteria 56% dos territórios da colonização inglesa na margem ocidental do rio Jordão, enquanto os demais 44% ficariam para a construção de um Estado do povo palestino, que antes da decisão ocupava 98% da área partilhada. O regime sionista, violador contumaz das leis e acordos internacionais, hoje controla mais de 78% do antigo mandato britânico, excluída a porção ocupada pela Jordânia.

Mais de 750 mil palestinos foram expulsos de seu país desde então. Israel demoliu número superior a 20 mil casas de cidadãos não-judeus apenas entre 1967 e 2009. Construiu, a partir de 2004, um muro com 700 q uilômetros de extensão, que isolou 160 mil famílias palestinas, colocando as mãos em 85% dos recursos hídricos das áreas que compõem a atual Autoridade Palestina.

Pelo menos seiscentos postos de verificação foram impostos pelo exército israelense dentro das cidades palestinas. Leis aprovadas pelo parlamento sionista impedem a reunificação de famílias que habitem diferentes municípios, além de estimular a criação de colônias judaicas além das fronteiras internacionalmente reconhecidas.

Dupla moral

São, essas, algumas das características que conformam o sistema sionista de apartheid, no qual os direitos de soberania do povo palestino estão circunscritos a verdadeiros bantustões, como na velha e racista África do Sul. O corolário desse cenário é uma escalada repressiva cada vez mais brutal, patrocinada como política de Estado.

Mas os principais meios de comunicação, sobre esses fatos, se calam. Também mudos ficam os líderes políticos conservadores. Nada se ouve tampouco de alguns personagens presumidamente progressistas, sempre tão céleres quando se trata de apontar o dedo acusador contra a revolução cubana.

Talvez porque direitos humanos, a essa gente de dupla moral, só provoquem indignação quando seu suposto desrespeito se volta contra vozes da civilização judaico-cristã, da democracia liberal, do livre mercado, do anticomunismo. Não foi sem razão que o presidente Lula reagiu vigorosamente contra o cinismo dos ataques ao governo de Havana.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Como os ' dissidentes' de Cuba seriam tratados em outros países?


O vídeo acima, extraído de CUBAINFORMACION, é bastante elucidativo.

Em Cuba, existem cerca de 50 pessoas a quem os grandes meios de comunicação classificam como "presos políticos", "presos de consciência" ou "dissidentes". Os governos dos países mais poderosos e ricos do mundo se apóiam neste argumento para pressionar o governo cubano e forçar mudanças na ilha de acordo com seus interesses políticos e econômicos. A conhecida e prestigiosa organização Anistia Internacional também qualifica com estes termos estas pessoas. Porém, o que há de correto em tudo isso?
É preciso recordar que nenhum dos chamados "dissidentes" foram penalizados por delitos de opinião, mas por sua colaboração direta com o governo dos Estados Unidos por diferentes meios, basicamente a recepção de fundos econômicos.

Esta superpotência, cuja economia representa hoje cerca de um terço de toda a economia mundial, mantém um bloqueio econômico que provoca graves privações à população da ilha e que já foi condenado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 18 ocasiões. Além disso, protege em seu território pessoas responsáveis por centenas de vítimas de atos terroristas na ilha e mantém ocupada uma parte do território do país, a Baía de Guantânamo, contra a vontade expressa do povo e do governo cubanos.

Quer dizer, o governo dos Estados Unidos mantém uma guerra aberta e declarada contra Cuba, com o objetivo de derrubar o sistema político e social vigente na ilha. Para isso, destinou, só nos anos 2007 e 2008, US $ 45,7 milhões para os chamados "dissidentes", e outros US $ 100 para organizações radicadas nos Estados Unidos que atuam, em muitos casos, como financiadores intermediários dos mesmos.

Os delitos dos chamados " dissidentes", portanto, não têm nada a ver com a liberdade de expressão, mas com colaboração com uma superpotência estrangeira inimiga.

Mas o que aconteceria em outros países com pessoas com atuações semelhantes? (1)

O Código Penal dos Estados Unidos prevê uma pena de 20 anos para quem preconize a derrubada do governo ou da ordem estabelecida. Estipula 10 anos de prisão para quem emita "falsas declarações", com o objetivo de atentar contra os interesses dos Estados Unidos em suas relações com outra nação. E pena de três anos para quem "mantenha (...) correpondência ou relação com um governo estrangeiro (...). com a intenção de influir em sua conduta (...) a respeito de um conflito ou uma controvérsia com os Estados Unidos".

O Código Penal espanhol castiga com pena de 4 a 8 anos a quem "mantiver relações de inteligência ou relação de qualquer gênero com governos estrangeiros (...), a fim de prejudicar a autoridade do Estado ou comprometer a dignidade ou os interesses vitais da Espanha". Prevê pena de 10 a 15 anos aos responsáveis por crime de "rebelião", aplicado a quem se "levante violenta e publicamente" com objetivos como: derrubar ou modificar a Constituição, destruir ou suprimir faculdades do rei da Espanha.

A França castiga com pena de até 30 anos e multa de € 450 mil "o feito de manter relações de inteligência com uma potência estrangeira, (...) com vistas a sucitar hostilidades ou atos de agressão contra a França".

A Itália sanciona com pena entre 3 e 10 anos o " cidadão que, inclusive indiretamente, receba (...) do estrangeiro (...) dinheiro ou qualquer outro artigo (...) com o objetivo de cometer atos contrários aos interesses nacionais", com um incremento de pena se "o dinheiro (...) se entrega ou se promete mediante propaganda na imprensa".

Em qualquer um dos citados países, e em outros não mencionados, os denominados "dissidentes" cubanos receberiam, então, penas muito superiores que aquelas recebidas por seus delitos em Cuba. Contra todos eles (os dissidentes), ficou provado o recebimento, direto ou indireto, de fundos do governo dos Estados Unidos e colaboração com a política de guerra contra a ilha.

O pesquisador francês Salim Lamrani define a Anistia Internacional como uma organização "reconhecida por sua serenidade, profissionalismo e imparcialidade", porém critica seu tratamento em relação a Cuba. "A Anistia Internacional faria bem em reconsiderar seu juízo a respeito daqueles que considera presos de consciência em Cuba, pois ter duas medidas é inaceitável", afirma o professor.

(1) Salim Lamrani, “Las contradicciones de Amnistía Internacional”, no Rebelión de 7 de maio de 2008. http://www.rebelion.org/noticia.php?id=67001

Fonte: Kaos en la Red, tirado de vídeo produzido por Cubainformación.

Quem paga as damas de branco?



Esta reportagem da TV Cubana revela quem financia o grupúsculo contrarrevolucionário denominado "damas de branco" e mostra o desrespeito à soberania cubana por parte do escritório de interesses americanos em Havana (SINA) e embaixadas da Alemanha e República Tcheca.

Manifestação a favor de Cuba 'derrota' oposição anticubana

MANIFESTANTES EM FAVOR DE CUBA BOTAM PRA CORRER DEPUTADOS SAUDOSOS  DA DITADURA MILITAR


Tendo que ouvir o som ensurdecedor de dezenas de vozes de “Ianques, não/Viva Fidel e a Revolução”, um grupo de quatro deputados da oposição chegaram para a manifestação que marcaram para esta quinta-feira (18) em frente a Embaixada de Cuba, em Brasília. Sem carro de som e sem manifestantes, acompanhados apenas por fotógrafos e alguns assessores, eles foram surpreendidos pelos manifestantes dos movimentos sociais, estudantil, parlamentares de esquerda e cubanos residentes no Brasil favoráveis a Cuba.

Em 10 minutos, os parlamentares anticubanos foram embora e a manifestação que “vingou” foi a de apoio a Cuba. No curto período de tempo em que permaneceram no local, os deputados José Carlos Aleluia (DEM-BA), Jair Bolsonaro (PP-RJ) e os tucanos João Almeida (BA) e Gustavo Fruet (PR) passaram em meio aos manifestantes e bateram boca com os estudantes. Em menor número, as vozes deles foram sufocadas pela maioria dos manifestantes a favor de Cuba.

O secretário de organização da União da Juventude Socialista (UJS), Jean Carlos Barbosa, ironizou a ação dos oposicionistas. “É uma manifestação de desespero. Eles não tem o que dizer e criam fato político para aparecer”, acrescentando que eles não têm experiência em manifestações públicas.

Sem serviço de som, os deputados oposicionistas enviaram um homem que se identificou como cidadão cubano, de nome Carlos Rafael, para usar o microfone dos manifestantes favoráveis a Cuba. Os manifestantes concederam o uso do microfone ao representante da oposição, mas ele não conseguiu se fazer ouvir nas críticas ao governo cubano: os manifestantes viraram as costas e o vaiaram, até que ele desistiu e abandonou o carro de som.

Em seguida, ao som da paródia com o hino religioso: “Fora/ Fora/ Aleluia”, os deputados oposicionistas foram embora.

Os manifestantes solidários a Cuba se revezaram nas falas, entre palavras elogiosas à resistência do povo cubano e ataques à oposição e à política dos Estados Unidos que ela representa.

Filhos da ditadura
Os  filhos da ditadura militar que vêm com discurso hipócrita de defesa dos direitos humanos”, destacou Jean Carlos.
A manifestação convocada pelo deputado José Carlos Aleluia faz parte da campanha internacional orquestrada contra Cuba por conta da morte de Orlando Zapata, vítima de greve de fome.

“Eles são responsáveis pelas mortes na periferia nesse país, não respeitam os pobres”, destacou Edmara Cintra, do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, em seu discurso em que elogiou a resistência e luta do povo organizado. José Batista, da coordenação nacional do MST, disse que a tentativa de criminalizar o povo cubano é a mesma tentativa que a direita faz contra os movimentos sociais no Brasil. “Cuba é o exemplo para continuar lutando pelas mesmas conquistas deles”, afirmou.

Fabiane Vasconcelos, médica formada em Cuba, e que protagonizou um bate-boca com o deputado Jair Bolsonaro, criticou os parlamentares que, fechados em seus gabinetes, querem condenar uma situação que não conhecem. E, com o conhecimento de quem morou em Cuba, disse que “por trás desta campanha está o interesse dos Estados Unidos de legitimar e obter impunidade para que seus agentes internos em Cuba possam cumprir sua missão desestabilizadora”.



Solidariedade de Cuba

Tirso Saenz, presidente da Associação Nacional de Cubanos Residentes no Brasil (Ancreb), disse que “a revolução cubana é invencível, que é do povo cubano, do povo latino-americano e do mundo”, destacando que “Cuba presta ajuda humanitária a toda parte do mundo e é essa Cuba que temos que defender, sigamos firmes no nosso propósito, denunciemos essa mídia, esse grupo contra-revolucionário.”

A professora Maria Auxiliadora Cesar, coordenadora do Núcleo de Estudos Cubanos da Universidade de Brasília (UnB), denunciou as manobras da mídia brasileira de criminalizar o governo de Cuba que são desmentidas pelas suas próprias imagens. Ela disse que na edição de ontem (17) do Jornal Nacional, da TV Globo, a matéria foi apresentada com a chamada de que Cuba reprime violentamente manifestação contra prisão política, mas as imagens não tinham nenhuma violência, mostravam as pessoas sendo levadas para dentro de um ônibus e depois para suas casas e a população fora aplaudindo a ação da segurança.

“Atos como esses - de propaganda mentirosa – devem ser rechaçados”, disse a professora. “Solidariedade é o que Cuba tem com todos os povos. Para o Haiti, eles enviaram uma brigada médica”, destacou, dizendo ainda que a Defensoria Pública da Ilha de Marajó, no Pará, enviou ofício para a Associação de Pais e Amigos dos Estudantes Brasileiros em Cuba requisitando médicos formados em Cuba para trabalhar nos municípios da ilha paraense porque os médicos brasileiros não querem ir para lá.

“Temos solidariedade a Cuba do mesmo modo que Cuba manifesta solidariedade a todos os povos”, concluiu.

Bloqueio criminoso


A presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Cuba, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que participou da manifestação junto com outros dois parlamentares – Jô Moraes (PCdoB-MG) e o líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE), protocolou uma Moção de Apoio a Cuba assinada por vários parlamentares.

“Estamos aqui para trazer essa moção assinada por dezenas de parlamentares brasileiros que prestam solidariedade ao povo cubano que, com muito esforço, procura construir uma nação de igualdade social e de solidariedade”. Ela disse ainda que é contrária à campanha da oposição, “que não é só contra Cuba, que é para atingir também o governo do presidente Lula”.

“A oposição está perdida, não sabe o que criticar, procura criticar a política internacional do pPresidente Lula, que tenta ajudar Cuba a levar o país ao desenvolvimento, ao contrário do que fazem os Estados Unidos, que mantêm embargo econômico e não permitem que outros países se relacionem com Cuba”, lembra a parlamentar

Ela cobrou dos deputados oposicionistas uma atitude de condenação ao bloqueio econômico a Cuba imposto pelos Estados Unidos há quase 50 anos, que leva a morte milhares de pessoas.

“A nossa luta já é vitoriosa”, disse a parlamentar, “por isso que eles estão desesperados para evitar o avanço nas conquistas obtidas em toda a América Latina: na aplicação de uma política justa, que não se preocupa em, atender os interesses dos Estados Unidos, mas se preocupa com os excluídos e os que mais precisam. A luta de Cuba é também a luta do povo brasileiro”, concluiu.

Hostilidade dos Estados Unidos

Os dois outros parlamentares seguiram a mesma argumentação. Jô Moraes (PCdoB-MG) criticou os oposicionistas, que nunca se manifestaram contra o bloqueio econômico a Cuba, que impede a interlocução de Cuba com todos os países do mundo. “No mundo globalizado, as trocas e parcerias são fundamentais para o desenvolvimento e eles querem sufocar o País”, disse a deputada, ao mesmo tempo lembrou que o povo cubano mostra para nós que é possível resistir.

Fernando Ferro (PT-PE) também enfatizou a luta do povo cubano de construir sua soberania, que tem a cabeça erguida e não se dobra à tentativa do império de querer esmagar as conquistas do povo daquele país. Todas as ações que são dirigidas contra o governo e o povo cubano não podem ser esquecidas pelos militantes que defendem a autonomia dos povos.

E enfatizou que “não aceita a campanha da direita internacional, porque sabemos que a revolução cubana cumpriu e cumpre papel para a América Latina, o governo de Cuba representa a luta histórica pela libertação daquele povo. Ele acusou os oposicionistas de estarem a serviço dos Estados Unidos, que deveriam diminuir sua política de hostilidades e romper o bloqueio para que desse oportunidade ao povo de Cuba de comercializar com todos e construir uma convivência fraterna entre os povos.


Fonte: Vermelho

Victor Jara: El derecho de vivir en paz




Esta linda canção em homenagem ao povo vietnamita em sua luta contra o império americano tem plena aplicação aos dias atuais de clara ofensiva imperialista contra Cuba.

Aos intelectuais e artistas do mundo

Pronunciamento da União de Escritores e Artistas de Cuba e da Associação “Hermanos Saíz”



HAVANA, Cuba, 17 mar


ENQUANTO a Feira do Livro percorria nosso país de lés a lés e centenas de médicos cubanos salvavam vidas no Haiti, vinha se gestando uma nova campanha contra Cuba. Um delinqüente comum, com um histórico provado de violência, tornou-se "prisioneiro político", declarou-se em greve de fome para que lhe fossem instalados telefone, cozinha e televisão na cela. Alentado por pessoas sem escrúpulos e apesar de tudo quanto se fez para prolongar-lhe a vida, Orlando Zapata Tamayo morreu e converteu-se num lamentável ícone da maquinaria anticubana. Em 11 de março, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução que "condena energicamente a morte evitável e cruel do dissidente e preso político Orlando Zapata Tamayo" e numa intromissão ofensiva em nossos assuntos internos "insta as instituições europeias a darem apoio incondicional e alentarem, sem reservas, o início dum processo pacífico detransição política, rumo a uma democracia pluripartidarista em Cuba".

Com o título "Orlando Zapata Tamayo: Eu acuso o governo cubano", está circulando um chamamento para recolher assinaturas contra Cuba. A declaração assegura que este recluso foi "injustamente preso e brutalmente torturado" e que morreu "denunciando estes crimes e a falta de direitos e de democracia
em seu país". Ao mesmo tempo, mente sem pudor algum quanto a uma suposta prática de nosso governo de "eliminar fisicamente seus críticos e opositores pacíficos". Em 15 de março, um jornal espanhol mostrava na primeira página o rosto de Zapata Tamayo, já defunto, no caixão, ao tempo que anunciava a
adesão ao chamamento de alguns intelectuais que ligavam suas assinaturas às de velhos e novos profissionais da contrarrevolução interna e externa.

*Nós, escritores e artistas cubanos, estamos cientes da maneira em que se articulam, sob qualquer pretexto, as corporações midiáticas e os interesses hegemônicos e da reação internacional para prejudicar nossa imagem.


Sabemos com quanta sanha e morbo se deturpa nossa realidade e a forma em que se mente diariamente sobre Cuba. Sabemos também o preço que pagam os que tentaram se expressar, a partir da cultura, com matizes próprios.

Na história da Revolução jamais foi torturado um prisioneiro. Não houve um único desaparecido. Não houve uma só execução extrajudiciária. Fundamos uma democracia própria, imperfeita, é sim, mas muito mais participativa e legítima que aquela que nos pretendem impor. Não têm moral os que orquestraram esta campanha para dar-nos lições de direitos humanos.

É imprescindível parar esta nova agressão contra um país bloqueado e acossado sem piedade. Portanto, apelamos à consciência de todos os intelectuais e artistas que não escondam interesses espúrios em torno ao futuro duma Revolução que foi, é e será um modelo de humanismo e solidariedade.


Secretariado da União Nacional de Escritores e Artistas de Cuba (Uneac)

*Direção Nacional da Associação Hermanos Saíz*

quarta-feira, 17 de março de 2010

Homenagem: Atahualpa Yupanqui (los hermanos)

Os fariseus e a dignidade

Por Emir Sader


O que sabem os leitores dos diários brasileiros sobre Cuba? O que sabem os telespectadores brasileiros sobre Cuba? O que sabem os ouvintes de rádio brasileiros sobre Cuba? O que saberia o povo brasileiro sobre Cuba, se dependesse da mídia brasileira?

O que mais os jornalistas da imprensa mercantil adoram é concordar com seus patrões. Podem exorbitar na linguagem, para badalar os que pagam seu salários. Sabem que atacar ao PT é o que mais agrada a seus patrões, porque é quem mais os perturba e os afeta. Vale até dar espaco para qualquer mercenário publicar calúnias contra o Lula, para, depois jogá-lo de volta na lata do lixo.

No circo dessa imprensa recentemente realizado em São Paulo, os relatos dizem que os donos das empresas – Frias, Marinhos – tinham intervenções mais discretas, – ninguem duvida das suas posiçõoes de ultra-direita -, mas seus empregados se exibiam competindo sobre quem fazia a declaração mais extremista, mais retumbante, sabendo que seriam recolhidas pela mídia, mas sobretudo buscando sorrisinho no rosto dos patrões e, quem sabe, uns zerinhos a mais no contracheque no fim do mês.

Quem foi informado pela imprensa que há quase 50 anos Cuba já terminou com o analfabetismo, que mais recentemente, com a participação direta dos seus educadores, o analfabetismo foi erradicado na Venezuela, na Bolívia e no Equador? Que empresa jornalística noiticiou? Quais mandaram repórteres para saber como países pobres ou menos desenvolvidos conseguiram o que mais desenvolvidos como os EUA ou mesmo o Brasil, a Argentina, o México, náo conseguiram?

Mandaram repórteres saber como funciona naquela ilha do Caribe, pouco desenvolvida economicamente, o sistema educacional e de saúde universal e gratuito para todos? Se perguntaram sobre a comparação feita por Michael Moore no seu filme "Sicko" sobre os sistemas de saúde – em particular o brutalmente mercantilizado dos EUA e o público e gratuito de Cuba?

Essas empresas privadas da mídia fizeram reportagens sobre a Escola Latinoamericana de Medicina que, em Cuba, já formou mais de cinco gerações de médicos de todos os países da América Latina e inclusive dos EUA, gratuitamente, na melhor medicina social do mundo? Foi despertada a curiosidade de algum jornalista, econômico, educativo ou não, sobre o fato de que Cuba, passando por grandes dificuldades econômicas – como suas empresas não deixam de noticiar – não fechou nenhuma vaga nem nas suas escolas tradicionais, nem na Escola Latinoamericana de Medicina, nem fechou nenhum leito em hospitais?

Se dependesse dessas empresas, se trataria de um regime “decrépito”, governado por dois irmãos há mais de 50 anos, um verdadeiro “goulag tropical”, uma ilha transformada em prisão.

Alguém tentou explicar como é possivel conviver esse tipo de sociedade igualitária com a base naval de Guantánamo? Se noticiam regularmente as barbaridades que ocorrem lá, onde presos sob simples suspeita, são interrogados e torturados – conforme tantas testemunhas que a imprensa se nega em publicar – em condições fora de qualquer jurisdição internacional?

Noticiam que, como disse Raul Castro, sim, se tortura naquela ilha, se prende, se julga e se condena da forma mais arbitrária possível, detidos em masmorras, como animais, mas isso se passa sob responsabilidade norteamericana, desse mesmo governo que protesta por uma greve de fome de uma pessoa que – apesar da ignorância de cronistas da família Frias – não é um preso, mas está livre, na sua casa?

Perguntam-se por que a maior potência imperial do mundo, derrotada por essa pequena ilha, ainda hoje tem um pedaco do seu territorio? Escandalizam-se, dizendo que se “passou dos limites”, quando constatam que isso se dá há mais de um século, sob os olhos complacentes da “comunidade internacional”, modelo de “civilização”, agentes do colonialismo, da escravidão, da pirataria, do imperialismo, das duas grandes guerras mundiais, do fascismo?

Comparam a “indignação” atual dos jornais dos seus patrões com o que disseram ou calaram sobre Abu-Graieb? Sobre os “falsos positivos” (sabem do que se trata?) na Colômbia? Sobre a invasao e os massacres no Panamá, por tropas norteamericanas, que sequestraram e levaram para ser julgado em Miami seu ex-aliado e então presidente eleito do país, Noriega, cujos 30 anos foram completamente desconhecidos pela imprensa? Falam do muro que os EUA construíram na fronteira com o México, onde morre todos os anos mais gente do que em todo tempo de existência do muro de Berlim? A ocupação brutal da Palestina, o cerco que ainda segue a Gaza, é tema de seus espacos jornalisticos ou melhor calar para que os cada vez menos leitores, telespectadores e ouvintes possam se recordar do que realmente é barbarie, mas que cometida pela “civilizada” Israel – que ademais conta com empresas que anunciam regularmente nos orgãos dessas empresas – deve ser escondida? Que protestos fizeram os empregados da empresa que emprestou seus carros para que atuassem os servicos repressivos da ditadura, disfarçaados de jornalistas, para sequestrar, torturar, fuzilar e fazer opositores desaparecerem? Disseram que isso “passou de todos os limites” ou ficaram calados, para não perder seus empregos?

Mas morreu um preso em Cuba. Que horror! Que oportunidade para bajular os seus patrões, mostrando indignação contra um país de esquerda! Que bom poder reafirmar diante deles que se se foi algum dia de esquerda, foi um resfriado, pego por más convivências, em lugares que não frequentam mais; já estão curados, vacinados, nunca mais pegarão esse vírus. (Um empregado da família Frias, casado com uma tucana, orgulha-se de ter ido a todos os Foruns Econômicos de Davos e a nenhum Fórum Social Mundial.
Ali pôde conhecer ricaços e entrevistá-los, antes que estivessem envoldidos em escândalos, quebrassem ou fossem para a prisão. Cada um tem seu gosto, mas não dá para posar como “progressista”, escolhendo Davos a Porto Alegre.)

Não conhecem Cuba, promovem a mentira do silêncio, para poder difamar Cuba. Não dizem o que era na época da ditadura de Batista e em que se transformou hoje. Não dizem que os problemas que têm a ilha é porque não quer fazer o que fez o darling dessa midia, FHC, impondo duro ajuste fiscal para equilibrar as finanças públicas, privatizando, favorecendo o grande capital, financeirizando a economia e o Estado. Cuba busca manter os direitos universais a toda sua população, para o que trata de desenvolver um modelo econômico que não faça com que o povo pague as dificuldades da economia. Mentem silenciando sobre o fato de que, em Cuba, não há ninguem abandonado nas ruas, de que todos podem contar com o apoio do Estado cubano, um Estado que nunca se rendeu ao FMI.

Cuba é a sociedade mais igualitária do mundo, a mais solidária, um país soberano, assediado pelo mais longo bloqueio que a história conheceu, de quase 50 anos, pela maior potência econômica e militar da história. Cuba é vítima privilegiada da imprensa saudosa do Bush, porque se é possivel uma sociedade igualitária, solidária, mesmo que pobre, que maior acusação pode haver contra a sociedade do egoísmo, do consumismo, da mercantilizacao, em que tudo tem preço, tudo se vende, tudo se compra?

Como disse Celso Amorim, o Ministro de Relações Exteriores do Brasil: os que querem contribuir a resolver a situação de Cuba tem uma fórmula muito simples – terminem com o bloqueio contra a ilha. Terminem com Guantanamo como base de terrorismo internacional, terminem com o bloqueio informativo, dêem aos cubanos o mesmo direito que dão diariamente aos opositores ao regime – o do expor o que pensam. Relatem as verdades de Cuba no lugar das mentiras, do silêncio e da covardia.

Diante de situações como essa, a razão e a atualidade de José Martí:


“Há de haver no mundo certa quantidade de decoro,
como há de haver certa quantidade de luz.
Quando há muitos homens sem decoro, há sempre outros
que têm em si o decoro de muitos homens.
Estes são os que se rebelam com força terrível
contra os que roubam aos povos sua liberdade,
que é roubar-lhes seu decoro.
Nesses homens vão milhares de homens,
vai um povo inteiro,
vai a dignidade humana…


Fonte: Carta Maior

terça-feira, 16 de março de 2010

Cubainformación: Acusações de Reporteros sin Fronteras contra Cuba

Venezuela: EUA criam mentiras e posam de guia de direitos humanos

O governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, rebateu nesta terça-feita (16), durante sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, denúncias de atentados contra a liberdade de expressão no país. O embaixador venezuelano no órgão, Mundaraín Hernandez, negou as acusações e responsabilizou os Estados Unidos por elas, afirmando que o governo norte-americanos “repete mentiras” contra a Venezuela.
Segundo o embaixador, o governo da Venezuela promove e respeita os direitos humanos. Ele rechaçou a denúncia de existência da censura a meios de comunicação ou perseguições em seu país. Também disse que há respeito à liberdade de expressão e às convicções políticas.

“A pátria de Bolívar não permanecerá em silêncio frente a nenhum tipo de agressão contra o seu povo e seu governo, muito menos para aquelas provenientes do império dos Estados Unidos, que repete mentiras e pretende se estabelecer como um guia dos direitos humanos”, disse ele.

Em seguida, o diplomata acrescentou: “Quem está nos atacando injustamente é o país que viola os direitos humanos no planeta. É o que sustenta o recorde obscuro de violações e abusos contra a dignidade humana na história moderna , sendo o único que tem a bomba atômica usada contra civis, além de ser o chefe político de militares em conflitos armados”.

Cuba

Também na reunião do Conselho, Cuba qualificou como "retórica hipócrita" o fato de pedirem a atenção do organismo apenas para situações dos países do Sul, com pretensões hegemônicas e intolerância ideológica.

Em uma intervenção diante do CDH, o representante permanente cubano em Genebra, Rodolfo Reyes, considerou esse tipo de exercício como "táticas de distração já conhecidas".

"No afã de ocultar e estender a impunidade às violações massivas e flagrantes aos direitos humanos que perpetram contra seus próprios povos e contra toda a humanidade, recorrem a esses métodos", afirmou o diplomata.

"Os falsos documentos e a ilegítima representação do papel de 'guardiões' de direitos humanos, não os exonera de sua responsabilidade pelos mais graves atos cometidos contra a dignidade humana e as liberdades fundamentais", descreveu.

Em seus incisivas palavras, o embaixador cubano recordou que as nações ocidentais que fazem questão de debater no conselho situações segundo seus pontos de vista, "são os autores e privilegiados pela ordem econômica internacional vigente".

"São os cúmplices e beneficiários da escravatura, do colonialismo e do neocolonialismo que condenou o Sul ao subdesenvolvimento (...), os que impõem modernas guerras de conquista que ocasionam milhões de mortos, geralmente civis", agregou.

Reyes perguntou sobre a responsabilidade a respeito "das brutalidades cometidas em Abu Ghraib, Bagram, Guantânamo e outros centros de tortura e morte", e também mencionou aos voos secretos da CIA e os cárceres clandestinos.

Fonte:Vermelho

Cuba e a campanha midiática dos EUA

Cuba e a campanha midiática dos EUA

Os Estados Unidos incentiva a subversão contra Cuba há meio século e através de uma campanha midiática tenta distorcer a realidade com o objetivo de afogar o processo revolucionário. A administração estadunidense, encabeçada por Barack Obama, somou-se à trajetória de seus antecessores e em fevereiro de 2010 renovou a declaração de emergência nacional contra Cuba, vigente desde 1996, quando após numerosas violações do espaço aéreo foram derrubados dois aviões.


As estratégias midiáticas de subversão têm ampliado os horizontes e estão enfocadas agora no recrutamento de elementos anti-sociais capazes de tudo em troca de ganhos econômicos, como denunciou recentemente o Parlamento cubano em uma declaração oficial.

Há alguns dias, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, denunciou no segmento de alto nível do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que "se pretende apresentar mercenários como patriotas, agentes pagos dos Estados Unidos em território cubano como dissidentes, criminosos apátridas como prisioneiros de consciência".

Rodríguez argumentou que "a poderosa maquinaria do império não vacila em utilizar um preso reincidente e sancionado em devido processo, por delitos comuns, e depois recrutado em prisão, para o apresentar como um lutador pelos direitos humanos".

A máxima figura da diplomacia cubana referia-se ao caso de um preso por delitos comuns, sobre quem o noticiário da televisão apresentou as provas do atendimento médico oferecido ao preso por delitos comuns antes de ele morrer no dia 23 de fevereiro em Havana.

Existem outras ferramentas como a lei Torricelli (1992) e Helms-Burton (1996), as quais alegam que os "Estados Unidos proporcionará assistência a organizações não governamentais, para apoiar indivíduos e grupos que promovam uma mudança democrática não violenta em Cuba".

As chamadas Rádio e Televisão Martí, aprovadas como um serviço da Voz da América, estão em desacordo com a própria lei norte-americana. Por suas características, sistema de correspondentes, estrutura interna, horários de transmissão, conteúdo e desenvolvimento de programação, comporta-se não como um serviço anexo a outra emissora, senão como uma poderosa estação destinada à desestabilização na ilha.

Cuba, no Comitê de Informação da Assembleia Geral das Nações Unidas, acusou os Estados Unidos de aumentarem o financiamento de sua campanha de propaganda radial e televisiva para fomentar uma crise artificial na ilha.

Fabio Leite, diretor do Escritório de Radiocomunicações da União Internacional de Telecomunicações, pontualizou que as transmissões ilegais de rádio e televisão provenientes dos Estados Unidos são inadmissíveis.

O diretor destacou que esse ataque constitui uma violação ao regulamento de Rádio Comunicações da organização, o qual estipula que as transmissões devem ser concebidas como um serviço nacional de boa qualidade dentro dos limites do país que se trate.

Fonte: Prensa Latina

sábado, 13 de março de 2010

Carlos Puebla (Hasta Siempre)

Silvio Rodriguez (El Necio)

Até quando durará o mecanismo ianque de desinformação?

por Jean Guy Allard
Depois de organizações identificadas com a CIA, do terrorista internacional e também agente Luis Posada Carriles, é a vez do chamado Comitê para a Proteção dos Jornalistas, sediado em Nova York, apadrinhado por grandes empresas e claramente vinculado à inteligência norteamericana (CIA), somar-se à campanha midiática contra Cuba desencadeada nas últimas semanas desde Miami.

Os Dow Jones, Citigroup, American Express, Goldman Sachs & Co aparecem entre os que entregam regularmente suas doações ao “Committee to Protect Journalists” (CPJ), uma organização abertamente financiada por gigantes da imprensa corporativa tais como McClatchy Company (donos do Miami Herald), Forbes Inc., Bloomberg, CNN, Time Warner y Associated Press.

O CPJ acaba de emitir uma declaração – difundida pela própria Associated Press - a favor de Guillermo “Coco” Fariñas, delinquente que se pretende “jornalista” e que vive há anos de “remessas” mafiosas.

A organização radicada no 11º andar da 330 7th Avenue en Nueva York e que supostamente se dedica a defender os jornalistas, tomou ultimamente o papel do francês Robert Menard, de Reporteres Sem Fronteiras, que ficou milionário com o mesmo conto e que disfruta hoje de seu novo estatuto en seu yacht, ancorado nos Emirados.

Para dar apenas um exemplo das virtudes “humanitárias” dos padrinhos do CPJ, o banco de inversões Goldman Sachs acaba de ser denunciado na Europa por ter manipulado as finanças nacionais da Grécia em favor de sua clientela de investidores multimilionarios, provocando uma desastrosa crise financeira cuja conta terá que ser assumida pelo contribuinte grego.

Também na lista dos “bemfeitores” do grupo que pretende ensinar o respeito aos direitos humanos, encontra-se o muito controvertido Open Society Institute do magnata George Soros, descrito por James Petras como “um dos maiores e rapaces especuladores do mundo”.

Mais sujo ainda, o CPJ que se preocupa con Fariñas, tem entre suas retransmissores mais fervorosos a órgãos de propaganda do estado norteamericano – este mesmo que mantem a 200 presos en suas jaulas de tortura de Guantánamo - tais como Radio Free Europe, Radio Liberty, a Voz de América e até inventos tão identificados com a versão estadounidense da liberdade de imprensa como a mafiosa Radio-TV Martí.

A última intervenção do CPJ contra Cuba é característica das manobras propagandísticas exibidas pela CIA, cada vez com maior frequência, em situações que privilegiam o cenários de guerra suja contra a América Latina.

Quando a CIA propagandeia e amplifica a muerte que programou
Há pouco tempo, a CIA tinha tudo pronto, antes que ocorresse, seu plano para amplificar nos meios de comunicação a morte de Orlando Zapata que seus próprios serviços converteram em “dissidente” e cujo suicídio por greve de fome programou.

O coro das distintas sucursais “informativas” da Agência e do Departamento de Estado gerou instantaneamente - segundo o motor de busca Google - a publicação em mais de 2000 meios de imprensa toda uma série de intervenções cujas características demonstram um plano propagandístico bem planificado.

O Nuevo Herald de Miami, que a CIA usa como navio mãe neste tipo de operação, junto com El País de Madrid e as agências EFE e AFP, dirigiu o concerto de ataques, acudindo a todas as organizações subsidiadas pela USAID já preparadas previamente para este golpe mediático.

O Directorio Democrático Cubano (DDC) de Miami, arquétipo de falsa ONG subsidiada por Washington com milhões de dólares, foi talvez o mais estridente dos participantes em um gigantesco show que foi retomado de maneira fulminante por toda a teia de aranha de agressão midiática preparada, instruída e orientada pelos diferentes mecanismos afiliados.

A este show “anticastrista” se somaram em uma perfeita sincronização a Fundacão Nacional Cubano Americana, o chamado Conselho pela Liberdade de Cuba cujos membros, todos simpatizantes do terrorismo contra a Ilha, também se distinguiram no transcurso do ano passado por seu apoio à ditadura hondurenha.

Da mesma forma, apologistas de Roberto Micheletti, tais como a congressista Ileana Ros-Lehtinen, o “intelectual” Carlos Alberto Montaner (escritor y periodista), que aplaudiram a polílica assassina da ditadura, apareceram “espontaneamente” para “defender os direitos humanos”. O que fizeram ao lado dos habituais protagonistas de shows “anticastristas”, tais como o terrorista Ángel De Fana, Silvia Iriondo e Ramón Saúl Sánchez, todos colaboradores eminentes da CIA.

Sánchez, que chorou ao referir-se a Zapata, se absteve de recordar seu passado de assassino no grupo terrorista Omega 7, quando mandou Pedro Remón assassinar, ante seu filho de 12 anos, o exilado Eulalio José Negrín, em 25 de noviembre de 1979.

Mas o cúlmulo surgiu quando o próprio Luis Posada Carriles foi exibir-se em Miami, frente às câmaras do mafioso Canal 41, depois de um desfile de cerca de 500 fanáticos que o Nuevo Herald avaliou em 5.000.

Supõe-se que como órgão da máfia local, o canal 41 não ignora que Posada é o homem que mandou matar em 1976 aos 73 inocentes do avião da Cubana, que ordenou em Caracas a seus esbirros dar chutes na barriga de mulheres grávidas, que traficou armas e drogas no que se chamou de escándalo Irán-Contras e que ordenou os atentados assassinos em Havana durante o ano de 1997 e que levaram a morte o turista italiano Fabio di Celmo.

Contudo, frente ao monumento dos mercenários da brigada 2506 de Playa Girón, operação pela qual foi contratado como mercenário, o velho assassino declarou, referindo-se a Zapata, que se “unia a dor dos cubanos pela morte desse herói”.

A chamada “grande imprensa”, escrita, televisiva ou radiofônica, não é mais que a parte mais visível da maquinaria imperial de injerência da qual fazem parte também, além dos próprios órgãos de espionagem, as sucursales da NED, de Freedom House, o Instituto Republicano Internacional (IRI), o Instituto Demócrata Nacional (NDI), a Development Alternatives Inc. (DAI) as “fundações” européias e pseudos ONGs tais como Repórteres Sem Fronteiras e semelhantes.

O engano sistemático praticado por estes órgãos de comunicação erigidos em monopólios da informação no curso de várias décadas de auténticas conspirações, com a cooperação ativa e culpável da agências de imprensa “internacionais”, converteu-se no fenômeno mais pernicioso da luta do capital para garantir sua sobrevivência. Uma luta encabeçada e rigorosamente controlada por um império insaciável, agressivo e traiçoeiro que nunca entende a voz da razão salvo quando os povos a impõem.

Antecedentes de Orlando Zapata

Aqui estão os antecedentes de Orlando Zapata que a grande mídia teima em apresentar como herói e dissidente político:

Orlando Zapata Tamayo, de 42 años, não fazia parte do grupo de mercenarios que foram julgados em março de 2003 (ou seja núnca foi parte dos 75 que os inimigos de Cuba denominam de presos políticos).

Cumpria uma sanção conjunta de privação de liberdade de 25 anos, depois de ter sido sancionado em, a tres anos, por desordem pública, desacato e resistência. Seu histórico delitivo é de um delinquente comum.

Desde julho de 1990, foi processado e condenado em reiteradas ocasiões por delitos comuns, entre eles por desordem, danos, resistência, duas acusações de fraudes contra terceiros, exibicionismo público, lesões pessoais e porte de arma branca. Quando já cumpria a pena de privação de liberdade, foi sancionado outras vezes por desordem no estabelecimento penitenciário e desacato.

Em 2001, vinculou-se à contra-revolução, contatado entre outros mercenarios por Oswaldo Payá Sardiñas y Marta Beatriz Roque.

Em 2003, ingressou novamente na prisão e a partir então protagoniza várias ações violentas dentro dela, agredindo fisicamente a funcionários penitenciários. Negou-se reiteradas ocasiões a consumir os alimentos do presídio e só consumia os alimentos que recebia de seus familiares.

Declarou-se greve de fome em 18 de dezembro de 2009, negando-se a receber assistência médica. Nada obstante, foi trasladado primeiramente ao Posto Médico do presídio, posteriormente, ao Hospital Provincial da cidade de Camaguey, e depois ao Hospital Nacional de Reclusos de La Habana.

Em todos os lugares, realizaram-se exames clínicos e lhe foi prestada toda a assistência médica necessária, inclusive terapia intermédia e intensiva e alimentação voluntária por via parenteral (endovenosa) e enteral. Garantiu-se a ele todos os medicamentos e tratamientos necessários até seu falecimento, o que foi reconhecido por sua própria mãe.

Em 3 de fevereiro, apresentou febre que desapareceu em 24 horas. Posteriormente, diagnosticou-se uma pneumonia que foi tra com antibióticos e procedimentos mais avançados. Com o comprometimento de ambos os pulmões, foi assistido com respiração artificial até sua morte.

Depois do seu ingreso ao estabelecimento penitenciário, a mãe de Zapata Tamayo, Reyna Luisa Tamayo, vinculou-se a atividades de grupos contra-revolucionários, pelos quais recibía dinheiro de organizações que atuam em território dos Estados Unidos como a Fundación Nacional Cubano Americana, sobre a qual pesa acusações de práticas de inúmeros atos terrosristas contra Cuba.