domingo, 24 de outubro de 2010

Assembleia Gaúcha realiza ato contra bloqueio a Cuba

Nesta segunda-feira (25), a Frente Parlamentar Gaúcha em Solidariedade ao Povo Cubano realiza, em conjunto com a Associação Cultural José Martí e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), ato pelo fim do bloqueio a Cuba. A atividade será na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul a partir das 18h e o vice-chefe da Embaixada de Cuba no Brasil, Alexis Bandrich Vega, participará da atividade.

Por meio da sua Comissão de Relações Internacionais, a Assembleia Nacional de Cuba aprovou uma moção que foi encaminhada a todos os países em favor do fim do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos ao país. Diante deste chamado das autoridades cubanas, a Frente Parlamentar Gaúcha em Solidariedade ao Povo Cubano , da qual participa o deputado estadual Raul Carrion (PCdoB), decidiu organizar o ato.



No próximo dia 26 de outubro, a ONU discute a continuidade do bloqueio econômico. Até lá, em todo o mundo, o movimento em solidariedade ao povo cubano realiza manifestações pelo fim da injustiça.



Sob embargo norte-americano desde 1962, Cuba se esforça para evitar o agravamento da crise no país ao anunciar a abertura do mercado de trabalho, demissão de cerca de 500 mil funcionários públicos e a aproximação da União Europeia.



Em setembro deste ano, na 65ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, condenou o bloqueio a Cuba em vigor há 38 anos. Ele classificou o embargo como um “ilegítimo bloqueio”.



Do Vermelho com informações de Isabela Soares

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Bloqueio é maior entrave à economia cubana, diz embaixador no Brasil

Lula recebe as credenciais de Zamora


O embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora, apresentou em Brasília um relatório sobre a necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto contra Cuba há quase meio século. No auditório do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM), o diplomata cubano disse que o cerco de Washington é o principal obstáculo ao desenvolvimento econômico da ilha.

O embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora, apresentou em Brasília um relatório sobre a necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto contra Cuba há quase meio século. No auditório do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM), da Universidade Nacional de Brasília, o diplomata cubano disse que o cerco de Washington é o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico da ilha.



Ele observou que, de 1961 a 2009, os prejuízos causados pelo bloqueio ascenderam a 751 bilhões de dólares, ao que se somam uma série de medidas que impedem a ilha de adquirir remédios, alimentos, equipamentos ou utilizar o dólar nas transações comerciais internacionais.



Zamora disse que, ao invés de reduzir ou atenuar as medidas restritivas contra Cuba, o governo do presidente dos EUA, Barack Obama, não só mantém as leis Toricelli e Helms Burton em seu alcance extraterritorial, mas também sob a sua administração têm aumentado as sanções contrasubsidiárias ou empresas que negociam com Cuba



Ou seja, segundo ele, não houve nenhuma mudança com Obama, e, pelo contrário, aumentou a perseguição por parte do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, por sua sigla em Inglês) das atividades de empresariais e as transações financeiras com a ilha caribenha.



Por isso, disse o embaixador, no próximo dia 26, será apresentado pelo 19º ano consecutivo (desde 1992), na Assembléia Geral das Nações Unidas a resolução "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba.



Nos últimos 18 anos a ilha tem recebido cada vez mais apoio da comunidade internacional contra o bloqueio, o que, disse Zamora, mostra o isolamento desta política genocida e violatória do direito internacional que os EUA aplicam contra Cuba, há quase meio século.



Na terça-feira, ele disse, uma vez mais, Washington receberá a mensagem contundente do concerto das nações do mundo que desejam e lhe pedem que ponha fim a este criminoso bloqueio econômico contra o povo cubano.



O embaixador disse que, com essa política, os EUA tratam de destruir a Revolução Cubana, erro que já dura mais de 50 anos e permanecerá até que eles estejam convencidos de que a única saída é encerrá-lo, pois só tem exposto a firmeza e decisão do povo de Cuba de enfrentá-lo durante o tempo que for necessário.



Da apresentação participaram cerca de 50 pessoas brasileiros e cubanos residentes e em missão oficial, incluindo membros de organizações e movimentos de solidariedade com Cuba, assim como jovens brasileiros graduados em medicina na Escola Latino-Americana de Medicina, em Havana.



Prejuízo ao setor bancário



Cuba também denuncia que o setor bancário e financeiro de Cuba continua submetido a uma política de hostilidade e isolamento por parte do governo dos EUA. De abril de 2009 a março de 2010, isso se manifestou no impedimento à obtenção de financiamento externo, na introdução de barreiras à realização de qualquer operação financeira e na paralisação e cancelamento de negociações.



A cada ano, o bloqueio contra a ilha reduz a possibilidade de utilizar bancos correspondentes, tornando mais complexas, além das limitações no uso do dólar como meio de pagamento.



Esta situação obrigou o sistema bancário e financeiro a explorar novas vias para continuar realizando as operações com bancos estrangeiros, assinala recente relatório de Cuba à Assembléia Geral da ONU sobre a necessidade de acabar com essa política.



Entre os impactos de caráter geral para os bancos e instituições financeiras cubanas, estiveram os gastos adicionais por ter que fazer pagamentos em outras moedas que não as contratadas (dólares norte-americanos).



Além disso, há a impossibilidade de abrir contas em francos suíços em alguns bancos de primeira classe na Suíça e a necessidade de manutenção de saldos mínimos nas contas cubanas no exterior, ante o risco de um embargo.



Outro dos prejuízos reside na impossibilidade de fazer os pagamentos aos beneficiários de cartas de crédito em seus locais de residência, sendo necessário efetuá-los através de bancos de outra região, o que aumenta os custos.



Os bancos cubanos não têm acesso a sites de informação financeira especializada, como a Reuters, considerada uma das mais abrangentes fontes, indica o texto.



Embora outras alternativas sejam usadas, isso tem um impacto negativo sobre os serviços de informação e análise de mercado que oferece um dos bancos do sistema da ilha e que é empregado haboitualmente por numerosos clientes.



Fonte: Prensa Latina

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Raúl cobra de Obama firmeza no combate a terrorismo contra Cuba

Durante discurso em cerimônia pelo Dia das Vítimas do Terrorismo de Estado, o presidente de Cuba, Raúl Castro, insistiu que o presidente norte-americano, Barack Obama, precisa ser consequente com seu compromisso em relação à luta antiterrorista. A solenidade marcava o 34º aniversário da explosão de um avião da Cubana Aviação.

Raúl também convocou Obama a "agir com firmeza" e "sem dois pesos e duas medidas" contra aqueles que, a partir do território norte-americano, "cometeram e persistem em realizar atos terroristas" contra Cuba. Ele recordou que, em várias ocasiões, as autoridades cubanas mostraram ao governo dos Estados Unidos sua disposição de intercambiar informações sobre planos de atentados e ações terroristas dirigidas contra objetivos de qualquer dos dois países.

"Como única resposta, o FBI de Miami, com estreitos vínculos com a extrema direita cubano-americana, concentrou todas as suas forças a perseguir e condenar os nossos cinco compatriotas a quem nunca deveria ter aprisionado", disse.

"Até quando o presidente Obama continuará sem escutar a reivindicação internacional e permitirá que prevaleça a injustiça que está em suas mãos eliminar? Até quando mossos cinco heróis continuarão encarcerados?", questionou, em referência a Gerardo Hernández, René González, Antonio Guerrero, Fernando González e Ramón Labañino, presos desde setiembro de 1998 nos Estados Unidos

O presidente também recordou que, em decorrência do atentado ao avião em 1976, morreram 57 cubanos, 11 guianenses e cinco coreanos. Entre os cubanos, viajavam 24 membros da equipe juvenil de esgrima, campeões do 4º Campeonato Centro-americano e do Caribe.

"Não se deve esquecer, nem por um instante, que nosso povo, como consequência do terrorismo de Estado, acumulou um número de mortos e desaparecidos superior ao dos atentados às Torres Gêmeas e Oklahoma juntos", assinalou.

Ao resgatar o histórico de ataques, Castro evocou o programa de ações encobertas aprovavado pelo presidente norte-americano, Dwight Eisenhower, em março de 1960. Depois foram produzidos incêndios, bombardeios, sequestros de aeronaves, barcos e cidadãos cubanos, assassinatos de diplomatas e múltiplas tentativas de acabar com a vida dos líderes da Revolução, especialmente o comandante em chefe Fidel Castro.

Raúl ainda destacou a morte de 101 pessoas e centenas de feridos na sobotagem contra o barco "La Coubre" e a invasão da Baía dos Porcos, para tentar colocar em Cuba um governo títere, resguardado pela CIA. Citou da mesma forma a Operação Mangosta, com planos para assassinar os líderes da Revolução e açõescontra objetivos socio-econômicos, mediante a introdução de armas e agentes com fins subversivos de espionagem.

"Desde a aprovação deste programa até janeiro de 1963, foram registrados 5.780 ações terroristas contra Cuba, das quais 716 resultaram em sabotagens de grande envergadura contra instalações industriais", contabilizou, acrescentando que, entre 1959 e 1965, a CIA organizou, financiou e abasteceu 229 bandos armados, com 3.995 mercenários, que causaram a morte de 549 combatentes, campesinos e professores, além de deixar centenas de iincapacitados.

"Hoje estamos aqui para render tributo aos 3.478 cubanos que morreram e aos 2.099 que ficaram incapacitados por atos terroristas executados durante meio século, contra a nossa Pátria, os quais somam 5.577 vítimas", afirmou.

O presidente da ilha disse ainda que as administrações norte-americanas também implementaram guerras biológicas contra Cuba, introduzindo no território nacional enfermidades que afetaram de maneira significativa a saúde do povo. "Em 1981, agentes a serviço do governo dos EUA propagaram a epidemia de dengue hemorrágica que tirou a vida de 158 pessoas, 101 delas crianças", discursou.

Raúl Castro disse que uma atuação firme de Obama "seria uma digna resposta" à carta dirigida ao presidente dos EUA pelo Comitê de Familiares das vítimas da explosão de um avião comercial cubano em Barbados em 6 de outubro de 1976 que causou a morte de 73 pessoas, entre elas 53 cubanos.

Nessa carta, publicada hoje, por ocasião do 34º aniversário daquele atentado, o Comitê denuncia a "impunidade" de "terroristas confessos" nos EUA e exige que as autoridades norte-americanas reconheçam as provas contra Luis Posada Carriles, sabidamente um dos autores intelectuais do atentado, e o "julguem e condenem".

Em seu discurso, Raúl Castro criticou a decisão dos EUA de ratificar a "arbitrária inclusão" de Cuba na lista anual de "Estados patrocinadores do terrorismo", o que qualificou de "infame". O líder ressaltou que o território cubano "nunca foi nem jamais será utilizado para organizar, financiar ou executar atos terroristas contra nenhum país, incluindo os Estados Unidos".