terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Será que o novo staff de Obama mudará a política em relação a Cuba?

Por Edmundo Garcia


Eu já disse muitas vezes que a política de hostilidade dos EUA em relação a Cuba não beneficia ninguém, incluindo os próprios interesses dos Estados Unidos. Permanece a arrogância, teimosia e arrogância do establishment, como a Lei Helms-Burton, criada em conluio com círculos de direita e mantido por  legisladores cubanoamericanos que impõem políticas vingativas por meio de funcionários localizados em postos chave do governo de turno na Casa Branca. Ttambém disse que, apesar de todas as suas promessas de mudança, a política do presidente Barack Obama em relação a Cuba iria se chocar contra esses obstáculos em seu primeiro mandato e com seu próprio medo ou cautela, antes da eleição. Mas algumas coisas mudaram e muitas outras estão começando a mudar.

Primeiro, o presidente Obama foi reeleito em novembro passado. Ele ganhou o voto pelos estados, o voto popular, o voto da Flórida, de Miami Dade County e ganhou o voto cubano-americano em um percentual inimaginável pelos otimistas. Suas mãos estão livres e o que faça ou deixe de fazer em relação à normalização das relações com Cuba vai dependerá de qualquer coisa, menos da pressão da perdedora direita cubano-americana. Espero que seus conselheiros sejam capazes de mostrar-lhe que a nova e já  majoritária emigração cubana dos últimos tempos deseja uma mudança como a que pode fazer.

Segundo, o tradicional pacote de representantes cubanos republicanos no sul da Flórida para o Congresso dos Estados Unidos rompeu-se com a vitória do democrata Joe Garcia no Distrito 26, sobre o titular David Rivera, que ainda nem mostrou o seu rosto após de derrota. Discordo de muitas coisas com Joe Garcia e ele sabe disso porque eu lhe disse pessoalmente e confesso que às vezes penso que pode ser um adversário menos óbvio que David Rivera e mais perigoso nesse sentido, mas eu acho que Joe Garcia me parece uma pessoa decente e como político creio que agredir a Cuba não será seu maior interesse. Foram reeleitos  os conhecidos extremistas Ileana Ros-Lehtinen e Mario Díaz Balart; mas a influência de Ileana está no chão visto que terá de deixar a chefia da Comissão de Relacões exteriores do Congreso, enquanto em alguns círculos, incluindo o mais próximo dela mesma, se comenta que poderá não aspirar a reeleger-se mais cedo ou mais tarde. O sucessor de Ileana na Comissão de Relações Exteriores do Congresso é Ed Royce, republicano da Califórnia, um estado que tem uma política de relações com Cuba mais racional do que outros estados dos EUA, incluindo, naturalmente, Flórida, onde costuma-se passar por politicagem as leis anti-cubanas mais absurdas. Nesta situação Mario Diaz-Balart sabe que precisa agir com cuidado, pois agora está ocupado em ganhar o voto hispânico para pleitos futuros e ninguém acredita que se atreve a apoiar uma legislação tão aanticubana como uma emenda que restrinja as viagens e remessas a Cuba como na era Bush, algo que intentou na gestão Obama e que foi criticado pela falta de visão política por seu próprio irmão e mentor Lincoln Diaz-Balart.

Mas o muro anticuba recebeu mais golpes. Em Nova Jersey o senador democrata Bob Menendez tem seu cargo em xeque por vários escândalos. De acordo com o panfleto "Libre", o mais anticubano todos os jornais anticubanos de Miami, liderado por Demetrio Perez Junior (não deixa de  integrar nenhum grupo direitista), em um artigo de Lionel Rodriguez de la Torre, no número de terça-feira 18 Dezembro, Menendez novamente é chamado a responder a revelações de jornais de Porto Rico, que o acusa de ter feito sexo com uma prostituta Dominicana e que se recusou a pagar. Enquanto Menéndez não aclara essa situação (sua portavoz Tricia Enright disse que Menéndez não respondería) os rumores seguirão crescendo e já há quem diga que essa não é uma práctica isolada mas um comportamento habitual do senador cubanoamericano, coisa que por claramente não se reporta en Miami. Citando a AP (http://www.washingtonpost.com/politics/ap-exclusive-govt-arrests-illegal-immigrant-registered-sex-offender-working-for-us-senator/2012/12/12/ea7b1fbe-448e-11e2-8c8f-fbebf7ccab4e_story.html), “Libre” diz ainda que “desde cima deram ordens de aguentar até depois das eleições a prisão de um peruano indocumentado e registrado como ofensor sexual que fazia trabalhava no escritório de Menéndez en Newark”ey que “se divulgou que haviamcondenado a cinco años de prisión a un contador de Jersey City que desde maio se sabía estava acusado de burlar o poagamento de impostos e de facer truques para ocultar contribuciones de $98,000 a las campañas de Menéndez”. Todo esto lo dice una publicación de la propia derecha cubanoamericana de Miami, y si es así, Menéndez podría tener problemas para ocupar la jefatura de la comisión de relaciones exteriores del Senado que puede dejar disponible John Kerry, e incluso podría tener problemas para reelegirse como senador por su estado.



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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Solidariedade a Chávez

Maré de solidariedade a Chávez, apesar dos reacionários


O presidente venezuelano Hugo Chávez encontra-se em Cuba onde fará uma nova cirurgia, no quadro da luta que realiza, junto aos médicos daquele país socialista, contra um câncer que foi diagnosticado em 2011, foi tratado com rigor e agora tem uma recidiva.

Por José Reinaldo Carvalho, editor do Vermelho

A notícia de que a doença persiste provocou choque e consternação no povo venezuelano, na equipe de governo do presidente, nos seus camaradas do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), nos partidos aliados, especialmente o Partido Comunista, que emitiu uma declaração, nos povos irmãos da América Latina e Caribe e em mandatários de diversos países.

Sereno, cônscio dos seus deveres, o presidente se dirigiu à nação no último sábado, 8 de dezembro, por meio de rede nacional de rádio e televisão para falar com transparência e franqueza sobre sua doença e a delicadeza do tratamento a que está sendo submetido. Mostrou-se consciente dos riscos que sua vida corre nesta etapa, demonstrando força e firmeza também na nova luta que empreende. Homem de fé, revelou confiança.

Líder inconteste do povo venezuelano, dirigente revolucionário cuja ação lúcida e destemida levou a Venezuela e toda a América Latina a conquistar importantes vitórias na luta anti-imperialista e na construção de uma nova ordem política e social, Chávez, mesmo em um momento de transe, não declinou das suas responsabilidades. Fez um chamamento à defesa da pátria, das conquistas da revolução bolivariana, pediu que o povo se mantenha unido em torno da direção coletiva do país. Indicou tarefas ao vice-presidente executivo, Nicolás Maduro, que na sua ausência assume a liderança, e advertiu para a hipótese de que não possa retornar às suas funções presidenciais. Neste caso – propôs – Nicolás Maduro seria o candidato das forças revolucionárias, com a sigla do PSUV e do Polo Patriótico, a eventuais novas eleições presidenciais, conforme estabelece a Constituição da República Bolivariana.

Como era previsível, a direita venezuelana e seus aliados políticos e na mídia aqui e alhures se assanham com invectivas contra o presidente e estapafúrdias acusações. E se lançam a um frenesi de articulações golpistas.

Alguns, com o maior cinismo, ignorando um arraigado sentimento de solidariedade de toda a nação venezuelana, escrevem, dando ares de análise profunda às suas bobagens, que “meia Venezuela fica órfã”. Outros, que também não se pejam em apresentar-se como analistas, se arvoram a agourar que “o chavismo não resistirá sem Chávez”.

Em matéria de bobagens e análises rasas, é inexcedível o editorial publicado pelo jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira, 11 de dezembro. O diário da família Frias posa de moderninho, mas não consegue disfarçar os traços mais reacionários das classes dominantes brasileiras. Sempre a postos para difundir a ideologia conservadora dessa classe e do sistema imperialista, a Folha comenta a doença do presidente venezuelano como a “recidiva do misterioso câncer abdominal”. Queixa-se da possível “maré de solidariedade” que se pode desencadear e prega que a “reação política mais natural” seria um protesto contra o que – lamenta inconformado o jornal paulistano que se aliou à direita venezuelana – teria sido uma manipulação do eleitorado no pleito presidencial de outubro último. O primeiro parágrafo do asqueroso texto é a mais cabal demonstração da solidariedade golpista entre os conservadores em toda a América Latina.

Além das lamúrias, o jornal da alta burguesia paulistana faz a especulação anacrônica de que o resultado da eleição presidencial venezuelana poderia ter sido outro que não a derrota do direitista Henrique Capriles.

No mais, o editorial repete surradas críticas à Revolução bolivariana e à liderança do presidente Chávez, para concluir lançando dúvidas sobre a capacidade de Nicolás Maduro, manter coeso o Partido Socialista Unido da Venezuela e se o “chavismo” reúne forças para sobreviver a Hugo Chávez.

Para azar do jornal paulistano, a maré de solidariedade foi de fato desencadeada na Venezuela e em toda a América Latina. No momento difícil da vida de Hugo Chávez e em que o processo revolucionário bolivariano enfrentará dificuldades adicionais, a força emanada desta solidariedade alentará o povo irmão da Venezuela para seguir adiante no longo e penoso processo de emancipação nacional. Apesar dos agouros dos reacionários de lá e de cá.