domingo, 25 de setembro de 2011

Ministro da Suprema Corte argentina pede a Obama libertação dos 'Cinco cubanos'

Zaffaroni pede pelo Cinco


"A fortaleza não implica crueldade". Essa foi a frase que resumiu a carta escrita pelo juiz da Corte Suprema da Argentina, Eugenio Raúl Zaffaroni, ao presidente Barack Obama, em defesa da libertação dos cinco cubanos acusados de espionagem e presos há 13 anos nos Estados Unidos.

Zaffaroni, que é professor emérito da Universidade de Buenos Aires, lembrou que o processo no qual foram condenados Ramón Labañino, Antonio Guerrero, Fernando González, René González y Gerardo Hernández “resulta pelo menos discutível ou pouco transparente, o que inclusive é reconhecido nos âmbitos adequados da ONU.”

Segundo o magistrado argentino, “o passar do tempo transformou a questão jurídica em matéria política, o que torna muito difícil chegar ao fundo da questão de forma imparcial”, e por isso Obama deve considerar a comutação das penas para “pôr fim a uma situação duvidosa que a estas alturas não pode ser resolvida por meio de decisões jurisdicionais”.

Símbolo da disputa entre os EUA e a ilha então comandada por Fidel Castro, os cinco cubanos foram presos por agentes do FBI em 1998. Descobertos ao lado de outros agentes —que conseguiram a liberdade após se declararem culpados e revelarem como o grupo operava—, "Os Cinco" se mantiveram em silêncio e foram condenados a penas que variam entre 15 anos e prisão perpétua por espionagem e conspiração.

Segundo as autoridades cubanas, eles eram agentes do país que atuavam em território norte-americano para impedir atos terroristas contra Cuba—especialmente de grupos exilados após a revolução de 1959 na região de Miami. Havana assegura que eles não representavam ameaça para a segurança dos Estados Unidos. O grupo permanece recluso em penitenciárias de segurança máxima.

Críticos da condenação, como a ONG Anistia Internacional, afirmam que os ex-agentes não tiveram um processo justo, e que a decisão da Justiça norte-americana foi política, por conta da falta de evidências durante o julgamento.

Na carta a Obama Eugenio Zaffaroni diz ainda que, na hipótese de os acusados serem culpados, suas penas não devem ser “cruéis” ou “desproporcionais”. Para ele, os cubanos não representam à segurança do país um risco “de tal magnitude, que mereça uma pena maior que a que já cumpriram os mencionados cidadãos”.

Zaffaroni ressalta que durante a atividade dos cubanos no país “não se produziu a morte de nenhuma pessoa nem se pôs em perigo concreto a vida de ninguém”, e que a magnitude das condenações “excedem em quase todos os casos a vida útil dessas pessoas”, equivalendo a penas de morte.

O juiz afirma saber que as razões de política interna poderiam ser um obstáculo à concessão do mesmo. O magistrado argumenta, no entanto, que a liberação dos cubanos reforçaria a imagem de “boa vontade e generosidade” dos EUA e do governo norte-americano para a comunidade internacional, assumindo “um valor simbólico de máximo significado”.

“Contribuiria para paliar velhas desavenças que a cada dia vão perdendo mais sentido no atual momento do mundo, urgida por outras demandas e riscos. Insistir em velhos rancores provoca nas novas gerações a sensação de assistir os ódios dignos de museu e desvaloriza a imagem de seriedade e realismo que a vida política deve transmitir, para não ser desprezada por aqueles que nos sucederão”, escreve.

Perfil

Reconhecido internacionalmente por sua reputação como criminalista, Zaffaroni foi apoiado por juízes argentinos e de vários países da América Latina ao ver-se envolvido em uma série de acusações sobre o uso de propriedades para serviços de prostituição, há cerca de dois meses. O magistrado alegou desconhecer a utilização dada aos seus apartamentos, administrados por um terceiro.

As acusações levaram políticos opositores a pedirem a renúncia do magistrado, nomeado como ministro da Corte Suprema pelo ex-presidente Néstor Kirchner. O ex-chefe de Estado renovou a instituição judicial, antes comandada por muitos juízes remanescentes do período presidencial de Carlos Menem (1989-1999).

A trajetória de Zaffaroni reforça, na Argentina, a campanha pela libertação dos cinco cidadãos cubanos presos nos Estados Unidos sob acusação de espionagem, que conta com o apoio do ex-jogador e ex-técnico da seleção argentina Diego Armando Maradona, de Estela de Carlotto e Hebe de Bonafini, presidentes das associações das Avós e Mães da Praça de Maio e do Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel.

Fonte: Opera Mundi

América Latina clama fim do bloqueio à Cuba na Assembleia da ONU


Pelo vigésimo ano consecutivo, o reclamo mundial para que cesse o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba ganhou força no plenário da Assembléia Geral das Nações Unidas, cumpridas quatro jornadas de discursos.

Esse assunto aparece no programa de debates do máximo foro mundial sob o titulo Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba", para ser discutido em outubro.

Ao expor essa demanda ante o foro dos 193 Estados membros da ONU, o presidente do Peru, Ollanta Humala, disse que "o caminho da paz e da reconciliação passa por pôr fim do bloqueio a Cuba."

Pouco dantes o mandatário de Suriname, Desiré Delano Bouterse, sustentou que o cerco norte-americano contra a maior das Antilhas dificulta a situação do povo cubano e tem um efeito negativo sobre o futuro.

O chefe de Estado perguntou à Assembléia Geral quantas resoluções mais há que adotar (na ONU) antes de que se faça justiça ao povo de Cuba e pediu uma nova condenação desse órgão ao bloqueio que dura já meio século.

Por sua vez, o presidente de Paraguai, Fernando Lugo, dedicou um destacado espaço de sua intervenção à questão desse assédio e recordou a histórica posição de seu país e da América Latina e do Caribe a favor do fim imediato dessa medida.

Disse que esse impasse afeta o livre intercâmbio e a prática transparente do comércio internacional e ratificou que o Paraguai não reconhece a aplicação extraterritorial de leis internacionais que atentam contra a soberania de outros Estados.

A seu turno, o chefe de Estado boliviano, Evo Morales, ressaltou que a cada ano quase 100 por cento dos membros das Nações Unidas, com exceção dos Estados Unidos e Israel, exigem o cesse e o levantamento do bloqueio a Cuba.

Do mesmo modo, o mandatário guatemalteco, Álvaro Colom, reafirmou sua rejeição à prática de aplicar sanções e medidas coercitivas adotadas unilateralmente e exortou "o Governo dos Estados Unidos que deponha o embargo econômico à República de Cuba".

Na terceira jornada de discursos, o presidente de El Salvador, Mauricio Funes, vinculou sua crítica ao bloqueio com a importância de uma América Latina forte e unida.

Considerou que o assédio estadounidense contra a ilha antilhana "não é só um anacronismo e um episódio passado de história que queremos superar definitivamente", senão também "um passo para a desunião, um estorvo no curso da história".

Em tanto, o premiê de Granada, Tillman Thomas, sublinhou que o bloqueio a Cuba constitui uma inquietude caribenha e que "todos menos uns quantos membros da ONU" têm votado sistematicamente por sua eliminação.

No mesmo sentido e também do Caribe falaram os premiês de San Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, Antiga e Barbuda, Winston Baldwin Spencer, e Barbados, Freundel Stuart, bem como o chanceler de Saint Kitts e Nevis, Sam T. Condor.

Em termos similares, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, reiterou seu apelo pelo cesse do cerco econômico, comercial e financeiro contra o povo de Cuba, enquanto seu colega tanzano, Jakaya Mrsiho Kikwete, denunciou que se trata do bloqueio mais longo da história.

Também o fizeram os premiês do Timor Leste, Kay Rala Xanana Gusmão, Lesotho, Pakalitha Betuel Mosisili, e Guiné Bissau, Carlos Gomes, e o chefe de Estado namíbio, Hifikepunye Pohamba.

A denúncia contra o bloqueio também se escutou desde o Pacífico longínquo por intermédio dos chefes de governo de Vanuatu, Meltek Sato Livtunvanu, e de Ilhas Salomão, Danyy Philip.

Este será o vigésimo ano consecutivo em que a Assembléia trata essa questão e se espera que assim como nas 19 ocasiões anteriores, o plenário aprove uma resolução de condenação ao assédio de Washington contra a ilha caribenha.

No ano passado, o repudio a esse bloqueio foi respaldado por 187 países em frente aos únicos votos dos Estados Unidos e Israel e as abstenções das Ilhas Marshall, Micronesia e Palau.

Fonte: Prensa Latina

domingo, 18 de setembro de 2011

ACJM-BAHIA PARTICIPA DE CAMPANHA MUNDIAL PELOS CINCO

Pessoas de várias cidades do mundo (Salvador está na 5ª foto da fileira de baixo) pedem a libertação dos Cinco


Uma idéia que ganhou força através do blog do cantor cubnao Silvio Rodriguez tornou-se realidade com centenas de pessoas que, em diversas partes do mundo, manifestaram sua solidariedade com os cinco cubanos injustmaente presos nos Estados Unidos.

Cida Meira, participante da ACJM-Bahia e ativa parceira do blog de Silvio Rodriguez, foi uma das organizadoras da bela manifestação solidariedade.

É preciso tornar o caso dos Cinco conhecido em todo mundo pois somente assim os EUA revisarão a terrível injustiça cometida contra esses homens cujo "crime" foi lutar contra o terrorismo praticado contra Cuba a partir de grupos criminosos sedidos na cidade de Miami. Iniciativas como esta cumprem importante função de divulgação acerca do injusto encarceramento dos Cinco.

Parabéns a todos que participaram! 




sábado, 3 de setembro de 2011

40 mil médicos cubanos prestam serviços pelo mundo



Médico cubano consulta criança africana


O trabalho dos médicos cubanos no mundo pode ser qualificado de grandioso. Hoje, mais de 40 mil especialistas do setor prestam serviço gratuito em 68 países, principalmente em localidades afastadas ou comunidades carentes.

Um exemplo disso é a brigada médica cubana “Ernesto Che Guevara”, que chegou à Nicarágua em 2007. Lá, atende a população em zonas pobres, entre elas Puerto Cabeza, Bluefields e Siuna.

O grupo já deu mais de quatro milhões de consultas. Também colabora nas campanhas de prevenção, indicando às famílias como melhorar a higiene doméstica e evitar a propagação de doenças como a dengue, frequente nessa área geográfica.

Dos 172 colaboradores presentes na Nicarágua, 43 estão engajados na chamada Missão Milagre. Seu propósito é facilitar atendimento oftalmológico gratuito a pessoas de baixa renda. O programa, instaurado em várias nações do hemisfério, permitiu recuperar a visão de milhares de nicaraguenses.

Os indicadores de saúde no país centro-americano melhoraram notavelmente após Daniel Ortega ter assumido a presidência. A partir daí, o governo nicaraguense deu prioridade ao setor da saúde pública. No ano passado, quase 9% do Produto Interno Bruto foi investido nessa área.

Centenas de jovens nicaraguenses estudam na Escola Latino-Americana de Medicina de Havana. Muitos deles estão completando seus estudos na Nicarágua sob a direção de especialistas e professores cubanos.



Fonte: Rádio Havana