quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Médicos cubanos no Haiti deixam o mundo envergonhado




Números divulgados na semana passada mostram que o pessoal médico cubano, trabalhando em 40 centros em todo o Haiti, tem tratado mais de 30.000 doentes de cólera desde outubro. Eles são o maior contingente estrangeiro, tratando cerca de 40% de todos os doentes de cólera. Um outro grupo de médicos da brigada cubana Henry Reeve, uma equipe especializada em desastre e em emergência, chegou recentemente. Uma brigada de 1.200 médicos cubanos está operando em todo o Haiti, destroçado pelo terremoto e pela cólera. Enquanto isso, a ajuda prometida pelos EUA e outros países.O artigo é de Nina Lakhani, do The Independent.



Por Nina Lakhani - The Independent


Eles são os verdadeiros heróis do desastre do terremoto no Haiti, a catástrofe humana na porta da América, a qual Barack Obama prometeu uma monumental missão humanitária dos EUA para aliviar. Esses herois são da nação arqui-inimiga dos Estados Unidos, Cuba, cujos médicos e enfermeiros deixaram os esforços dos EUA envergonhados.



Uma brigada de 1.200 médicos cubanos está operando em todo o Haiti, rasgado por terremotos e infectado com cólera, como parte da missão médica internacional de Fidel Castro, que ganhou muitos amigos para o Estado socialista, mas pouco reconhecimento internacional.



Observadores do terremoto no Haiti poderiam ser perdoados por pensar operações de agências de ajuda internacional e por os deixarem sozinhos na luta contra a devastação que matou 250.000 pessoas e deixou cerca de 1,5 milhões de desabrigados. De fato, trabalhadores da saúde cubanos estão no Haiti desde 1998, quando um forte terremoto atingiu o país. E em meio a fanfarra e publicidade em torno da chegada de ajuda dos EUA e do Reino Unido, centenas de médicos, enfermeiros e terapeutas cubanos chegaram discretamente. A maioria dos países foi embora em dois meses, novamente deixando os cubanos e os Médicos Sem Fronteiras como os principais prestadores de cuidados para a ilha caribenha.



Números divulgados na semana passada mostram que o pessoal médico cubano, trabalhando em 40 centros em todo o Haiti, tem tratado mais de 30.000 doentes de cólera desde outubro. Eles são o maior contingente estrangeiro, tratando cerca de 40% de todos os doentes de cólera. Um outro grupo de médicos da brigada cubana Henry Reeve, uma equipe especializada em desastre e em emergência, chegou recentemente, deixando claro que o Haiti está se esforçando para lidar com a epidemia que já matou centenas de pessoas.



Desde 1998, Cuba treinou 550 médicos haitianos gratuitamente na Escola Latinoamericana de Medicina em Cuba (Elam), um dos programas médicos mais radicais do país. Outros 400 estão sendo treinados na escola, que oferece ensino gratuito - incluindo livros gratuitos e um pouco de dinheiro para gastar - para qualquer pessoa suficientemente qualificada e que não pode pagar para estudar Medicina em seu próprio país.



John Kirk é um professor de Estudos Latino-Americanos na Universidade Dalhousie, no Canadá, que pesquisa equipes médicas internacionais de Cuba. Ele disse: "A contribuição de Cuba, como ocorre agora no Haiti, é o maior segredo do mundo. Eles são pouco mencionados, mesmo fazendo muito do trabalho pesado".



Esta tradição remonta a 1960, quando Cuba enviou um punhado de médicos para o Chile, atingido por um forte terremoto, seguido por uma equipe de 50 a Argélia em 1963. Isso foi apenas quatro anos depois da Revolução.



Os médicos itinerantes têm servido como uma arma extremamente útil da política externa e econômica do governo, gahando amigos e favores em todo o globo. O programa mais conhecido é a "Operação Milagre", que começou com os oftalmologistas tratando os portadores de catarata em aldeias pobres venezuelanos em troca de petróleo. Esta iniciativa tem restaurado a visão de 1,8 milhões de pessoas em 35 países, incluindo o de Mario Terán, o sargento boliviano que matou Che Guevara em 1967.



A Brigada Henry Reeve, rejeitada pelos norteamericanos após o furacão Katrina, foi a primeira equipe a chegar ao Paquistão após o terremoto de 2005, e a última a sair seis meses depois.



A Constituição de Cuba estabelece a obrigação de ajudar os países em pior situação, quando possível, mas a solidariedade internacional não é a única razão, segundo o professor Kirk. "Isso permite que os médicos cubanos, que são terrivelmente mal pagos, possam ganhar dinheiro extra no estrangeiro e aprender mais sobre as doenças e condições que apenas estudaram. É também uma obsessão de Fidel e ele ganha votos na ONU".

Política se discute e muito, em Cuba


Augusto César Petta *

Conforme já escrevi em artigo anterior, estive recentemente em Havana, juntamente com o Secretário-Adjunto de Relações Internacionais da CTB João Batista Lemos para participar de uma reunião de Centrais Sindicais componentes do Encontro Sindical Nossa América–ESNA e de Centros de Formação e Investigação.

Após a reunião que demorou 3 dias, tive a oportunidade de ficar mais dois, mantendo contato com cubanos, percorrendo algumas ruas da cidade de Havana. Chamou muito minha atenção o fato dos cubanos conversarem fluentemente sobre política. Fiquei com a nítida impressão que a mesma intensidade com que nós, brasileiros, conversamos sobre futebol, em Cuba fala-se sobre política. Bastava dizer que era brasileiro, imediatamente, as pessoas se referiam a Dilma e Lula. E demonstravam muita vibração com a vitória de Dilma nas eleição de outubro. Consideram Lula um amigo de Cuba e acham fundamental o avanço das posições progressistas no Brasil, por entenderem que o nosso país pela importância no cenário internacional , desempenha um papel estratégico revolucionário fundamental na construção da América socialista.

Uma mulher vendedora de livros numa banca de uma praça, não filiada ao Partido Comunista, me disse que os cubanos estudam muito e fazem questão que os filhos estudem também. E, por isso, conhecem um pouco da cultura dos outros países. Estávamos perto de uma fortaleza e ela logo foi explicando que a fortaleza havia sido construída há muito tempo, para defender Cuba de invasores. “Não pense que a cobiça de outros povos começou recentemente. Desde há muito, Cuba é alvo de interesses. Mas, nós somos fortes e enfrentamos as maiores adversidades. É difícil enfrentar o bloqueio dos Estados Unidos, mas nós venceremos e manteremos o socialismo”.

Fui recebido no Aeroporto de Havana, por um diretor da Central dos Trabalhadores de Cuba – CTC, que me surpreendeu com o nível de conhecimento que tem sobre o Brasil. Primeiro perguntou sobre Dilma e Serra, depois se referiu à vitória de Tarso Genro no Rio Grande do Sul e a derrota de Ana Júlia no Pará. Disse que já havia estado no Brasil algumas vezes e conhecia São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Belém e algumas cidades importantes do Nordeste. Depois, tive conhecimento que vários diretores da CTC estudam a história e a conjuntura atual de diversos países, entre eles o Brasil.

É muito interessante observar como vai se desenvolvendo o nível de politização do povo, no socialismo. Lá não cabe aquela famosa expressão “política não se discute”, expressão que, quando colocada em prática, contribui para fortalecer os interesses das classes dominantes e para alienar as classes dominadas.

As escolas de formação política e sindical proliferam-se em várias cidades do país. Os dirigentes sindicais são estimulados a fazer cursos de formação. Prática, teoria e prática enriquecida constituem-se na base da didática dos cursos ministrados. Os professores estimulam os sindicalistas a falar, nas aulas, sobre a prática que desenvolvem, para simultaneamente dissertar sobre a teoria que ilumina essa prática; dessa forma, os sindicalistas enriquecem sua prática a partir da teoria apreendida.

Aqui, no Brasil, cabe a todos nós, que temos consciência da necessidade da ação transformadora que tem como objetivo estratégico a conquista do socialismo, trabalhar para que os trabalhadores e trabalhadoras tenham cada vez, consciência política desenvolvida e simultaneamente desenvolvam uma prática conseqüente.

Extraído do sítio Vermelho

sábado, 18 de dezembro de 2010

Fidel Castro: As mentiras de Bill Clinton



Realmente me dá pena ter de desmenti-lo. Hoje, não é mais que um homem de aspecto bonachão consagrado ao legado histórico, como se a história do império e — inclusive algo mais importante: o destino da humanidade —, estivesse garantido para além de algumas dezenas de anos, sem que na Coreia, Irã ou qualquer outro ponto de conflito tenha início uma guerra nuclear.

Como é conhecido, a Organização das Nações Unidas o designou seu "enviado especial" no Haiti


Bill Clinton — que foi presidente dos Estados Unidos depois de George H. W. Bush e antes de George W. Bush — por um zelo político ridículo, impediu que o ex-presidente Jimmy Carter participasse nas negociações com Cuba sobre a questão da migração, promoveu a Lei Helms-Burton e foi cúmplice das ações da Fundação Cubano-Americana contra nossa pátria.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Frei Beto: Revolução Cubana se move criticamente sobre si mesma


Frei Beto: um grande amigo de Cuba

Por Frei Betto*


Em 2011 se completarão 30 anos da minha primeira visita a Cuba. Eu trabalhava no Brasil com o método de Paulo Freire. Queria trazer a Cuba essa contribuição, estava convencido da importância política da metodologia da educação popular. Quando cheguei, havia preconceitos não só para com esta metodologia, mas também em relação à figura de Freire. Seu primeiro livro tinha causado certo receio entre os companheiros do Partido Comunista de Cuba.

Um marxista cristão, soava então contraditório: o marxismo era considerado uma fé e não se podia ter duas.

Então propus em Havana um Encontro Latino-Americano de Educação Popular. Os cubanos prepararam tudo; mas no encontro não havia nem um cubano. Dois anos depois, consegui que a Casa das Américas organizasse um segundo encontro. Vários cubanos compareceram como meros assistentes, diziam que em Cuba tudo era educação popular e não havia necessidade de ter uma equipe para isso. No terceiro encontro, a participação cubana já foi ativa. Assim surgiu a equipe do Centro Martin Luther King.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Cúpula Ibero-americana exige que os EUA encerrem bloqueio contra Cuba

Foto oficial da XXª Cúpula Latino-americana



Na 20ª Cúpula Ibero-Americana, em Mar del Plata, na Argentina, os chefes de Estado e do Governo reiteraram neste sábado sua exigência aos Estados Unidos para que coloquem um ponto final no bloqueio a Cuba.

"Pedimos que os Estados Unidos da América coloquem fim ao bloqueio", diz o documento que exige que Washington cumpra com as 19 sucessivas resoluções aprovadas na Assembleia Geral das Nações Unidas ordenando o fim do bloqueio contra a Ilha.

O documento qualifica de inaceitável a aplicação dessas medidas coercitivas unilaterais, as quais afetam o bem-estar dos povos e seu acesso e desfrute pleno dos benefícios da cooperação internacional.

Também refere-se aos obstáculos que isso causa à concretização do que é o lema desta Cúpula, ou seja, a Educação para a inclusão social, além de afetar os processos de integração.

A declaração reitera a enérgica rejeição à aplicação de medidas unilaterais, como a Lei Helms-Burton, e exorta os Estados Unidos a eliminarem e cumprirem as sucessivas resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas, pondo fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba.

O comunicado é uma reafirmação e atualização de textos aprovados nas cúpulas de Salamanca em 2005, Montevidéu em 2006, Santiago do Chile em 2007, San Salvador em 2008 e Estoril em 2009.

A declaração final da cúpula de Mar del Plata, que tem como lema "Educação para a inclusão social", inclui também uma cláusula democrática contra tentativas golpistas na região, entre outros pontos.

Do Vermelho e Portal Terra

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Atilio Borón: Cuba e a hora da mudança






Em Cuba se está efetivando um grande debate sobre o futuro econômico da ilha. Entre os cubanos se fez presente a convicção de que o atual sistema econômico, inspirado no modelo soviético de planejamento ultra-centralizado, encontra-se exaurido. Como advertiram Fidel e Raúl, sua permanência compromete a sobrevivência da Revolução. Se se quer salvá-la será necessário abandonar um sistema de gestão macroeconômica que, de forma clara, já passou a melhor vida.



Por Atilio A. Borón (extraído do Portal Vermelho)

A experiência histórica tem mostrado que a irracionalidade e desperdício dos mercados podem ocorrer em uma economia totalmente controlada pelos planejadores estatais, que não estão a salvo de cometer erros grosseiros, que produzem irracionalidades e desperdícios que afetam o bem-estar da população.



Exemplos: em um país com um déficit habitacional tão grave como Cuba, a agência estatal encarregada das construções tem registrado 8 mil pedreiros e 12 mil pessoas dedicadas à segurança e guarda dos depósitos das empresas de construção do Estado.



Ou que os relatórios oficiais revelem que 50% da área agrícola da ilha não está sendo cultivada, em um país que deve importar entre 70 e 80% dos alimentos que consome. Ou que quase um terço da safra é perdida devido a problemas de coordenação entre os produtores (sejam eles agências governamentais, cooperativas agrícolas ou outras empresas), as empresas de armazenagem e seleção e os serviços de transporte do Estado, que devem levar as colheitas até os grandes centros de consumo.


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domingo, 28 de novembro de 2010

Juventud Rebelde: As linhas do futuro de Cuba


Desde a publicação, há alguns dias, do Projeto de Orientações da Política Econômica e Social a ser discutido no VI Congresso do Partido Comunista de Cuba, muitas esquinas estão fervilhando com o debate sobre esse tema por toda a nação. O simples fato de o projeto ter sido procurado nas prateleiras com bastante avidez mostra a grande expectativa que os temas listados no documento suscitou em toda Cuba.



E não é para menos. O propósito de se planejar em profundidade revisar os caminhos econômicos e sociais que regerão o país nos próximos anos, e não fazê-lo apenas na sessão final do Congresso, mas envolvendo todo o povo, é, para muitos, motivo de estímulo.



Ninguém quer "ficar de fora" em dar sua opinião. E todos os consultados por Juventud Rebelde disseram se sentirem "tocados" por alguma das "orientações", como o projeto ficou conhecido pelas pessoas na rua.

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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cebrapaz condena massacre no Saara

Acampamento do povo saharauí


O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) organização membro do Conselho Mundial da Paz, vem a público repudiar a brutal agressão realizada pelo Marrocos aos acampamentos saarauis.

Na madrugada deste dia 09 de novembro, as forcas de repressão da monarquia do Marrocos, reprimiram brutalmente uma manifestação pacífica do povo saaraui.

Tratava-se de um acampamento montado a 20 quilômetros de El Aaiún, capital da Republica Árabe Saaraui Democrática (RASD), ocupada pelo Marrocos. O acampamento composto de mais de 7 mil tendas, foi completamente destruído. Existem notícias de mortes e mais de 65 detidos.

Esta foi a maior manifestação realizada pelo povo saarauri desde o fim da guerra entre a Frente Polisário e o Marrocos em 1991. Desde este momento, espera-se pela realização de uma consulta onde se determinará se os saharauis preferem manter-se sob o domínio do Marrocos ou constituir uma república independente.

A repressão que levou a mortes e a inúmeras detenções ocorreu no mesmo dia em que estava marcada na sede das Nações Unidas a retomada das negociações entre o Marrocos e a Frente Polisário, para a realização do referendo, em uma clara demonstração de que ao Marrocos não interessa a realização de dita consulta.

O Cebrapaz soma-se às demais forças defensoras da paz e da autodeterminação dos povos, no apelo a que os organismos internacionais se mobilizem frente a esta grave situação. O silêncio da União Europeia e da Espanha os torna cúmplices dos atos ocorridos en El Aaiún.

Desde o Brasil exigimos o fim das hostilidades e da agressão ao povo saaraui e nos solidarizamos com sua luta pela autodeterminação.

Viva a luta do povo saaraui!
Pela Autodeterminação dos Povos!


Socorro Gomes, pela diretoria do Cebrapaz — Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Cuba aprofunda negócios com Brasil e Venezuela

 

 

Cuba realiza negócios com seus dois principais sócios econômicos na América Latina, Brasil e Venezuela, com o objetivo de ampliar o comércio e o investimento em projetos estratégicos como o petróleo e os portos, informaram nesta quinta-feira autoridades do governo.

Os intercâmbios comerciais são realizados nesta semana na XXVIII Feira Internacional de Havana, na qual participam cerca de 2 mil empresas de 57 países.

Sobre a relação da ilha com o Brasil, o vice-ministro de Comércio Exterior de Cuba, Orlando Hernández, indicou que o fluxo comercial bilateral entre os países alcançou 300 milhões de dólares no fim do terceiro trimestre de 2010.

Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, velho amigo do ex-presidente Fidel Castro, o Brasil se converteu no segundo sócio comercial de Cuba na América Latina e os dois países assinaram projetos de cooperação na produção de fármacos, vacinas e energia renovável.

Também criaram uma empresa mista para a modernização e ampliação do Porto de Mariel, 50 km a oeste de Havana, para o qual Brasil concedeu um empréstimo de 300 milhões de dólares.

O governo de Cuba disse esperar que com a futura presidente do Brasil, Dilma Rousseff, sucessora de Lula, cresçam ainda mais as "muito boas" relações econômicas e políticas.

Quanto à Venezuela, Rodrigo Malmierca, ministro venezuelano do Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, destacou que nos últimos cinco anos foram registrados "17 bilhões de dólares de intercâmbio, que fazem uma média anual de mais de 3 bilhões".

A Venezuela vende à ilha sobretudo petróleo (100 mil barris diários), produtos químicos, pesticidas, fertilizantes, produtos da indústria metalmecânica, enquanto Cuba fornece medicamentos, equipamentos médicos, químicos e principalmente os serviços de cerca de 40 mil profissionais, 30 mil deles médicos.

Os dois países, através de um acordo de cooperação que completa 10 anos, têm mais de uma centena de projetos em setores de alimentação, energia, saúde, transporte, além de terem modernizado e operarem a refinaria de Cienfuegos, no centro da ilha, que refina cerca de 65 mil barris diários e passa por obras de ampliação para chegar a 150 mil barris, disse Malmierca.

A refinaria é o centro de um pólo petroquímico que Venezuela e Cuba constróem - com um investimento de 5 bilhões de dólares - e que conta com outras fábricas, como as de materiais de construção a partir de derivados do petróleo.

Durante a feira, autoridades cubanas pediram aos sócios comerciais que tenham confiança nas reformas econômicas do governo de Raúl Castro, que inclui a abertura aos investimentos e pequenos negócios privados.

Fonte: AFP

Acidente aéreo em Cuba mata 68 pessoas

Um avião da companhia aérea cubana Aerocaribbean, no qual viajavam 61 passageiros e sete tripulantes, caiu nesta quinta-feira na região central de Cuba, informou a emissora de TV estatal. Segundo o comunicado oficial, havia "40 cubanos e 28 estrangeiros" a bordo.

De acordo com um comunicado do Instituto de Aeronáutica Civil, o avião teria informado a situação de emergência às 17h42 locais (20h42 pelo horário de Brasília) e perdido contato com os controladores antes de cair. As causas da queda do avião ainda são desconhecidas, mas ontem a região já se encontrava sob alerta devido à passagem da tempestade Tomas, que avança pela região em direção ao Haiti. Alguns voos haviam sido inclusive cancelados.

A aeronave, um ATR-72 que fazia o voo 883 e cobria a rota entre Santiago de Cuba e Havana, caiu na região de Guasimal, na província de Sancti Spiritus.

Não há sobreviventes entre as 68 pessoas que viajavam no avião que caiu na região central de Cuba na tarde dessa quinta-feira, segundo informou o site oficial Cubadebate.

Além dos 40 cubanos (dos quais sete eram tripulantes), voavam na aeronave nove argentinos, sete mexicanos, três holandeses, dois alemães, dois austríacos, um espanhol, um francês, um italiano, um japonês e um venezuelano.

As autoridades cubanas criaram uma comissão para investigar o acidente.


Histórico

O último acidente aéreo em Cuba ocorreu em março de 2002, quando um avião de menor porte caiu na província central de Villa Clara, matando as 16 pessoas a bordo, incluindo seis turistas canadenses, quatro britânicos e dois alemães, além dos quatro tripulantes cubanos.





segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Niko Schvarz: As razões de Cuba



O brilhante discurso do chanceler cubano Bruno Rodriguez na Assembleia Geral da ONU em 26 de outubro dotou de um sólido fundamento a resolução adotada pela 19ª vez consecutiva e por maiorias sempre crescentes, ao extremo de que a última teve apenas dois votos contrários (EUA e Israel) frente aos 187 que propugnaram a “Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”, como reza o trexto da convocação.

Por Niko Schvarz*

Antes, um dado biográfico: o chanceler que expôs as razões de Cuba foi o responsável político da missão médica cubana enviada ao Paquistão quando um terremoto de grande intensidade destruiu a região nordeste do país. Ali a missão cubana foi a única que cumpriu os deveres auto-impostos de solidariedade internacional em uma região particularmente inóspita e duramente castigada.

O delegado cubano iniciou sua dissertação com um chamamento à luta por preservar a paz mundial, diante dos graves perigos que ameaçam a vida humana, tal como vem alertando sistematicamente Fidel Castro. Nesse quadro, asseverou que “a política dos Estados Unidos contra Cuba não tem sustentação ética ou legal alguma, credibilidade nem apoio”.

Assim o demonstram as votações sucessivas na ONU (o que pouco depois seria reafirmado) e os pronunciamentos dos países e agências especializadas da própria ONU. Em particular, “o rechaço da América Latina e do Caribe é enérgico e unânime. A Cúpula da Unidade, celebrada em Cancún (na Ribeira Maya) em fevereiro de 2010, o expressou resolutamente. Os líderes da região o comunicaram diretamente ao atual presidente norte-americano. O repúdio expresso ao bloqueio e à lei Helms-Burton identifica, como poucos temas, o acervo político da região”.

E do mundo. Assim o confirmam as decisões do Movimento de Países Não Alinhados, das reuniões de Cúpula Iberoamericanas, das Cumbres da América Latina e do Caribe com a União Europeia, da União Africana, do Grupo Ásia-Pacífico e de outros grupos de nações que se pronunciam a favor do direito internacional e do respeito aos princípios da Carta da ONU.

Ao mesmo tempo, como dado significativo, se acrescenta o consenso na própria sociedade norte-americana e na emigração cubana nesse país contra o bloqueio e a favor de uma mudança na política em relação a Cuba. 71% dos estadounidenses, segundo as pesquisas recentes, defendem a normalização das relações entre ambos os países, e 64% deles e similar proporção de residentes no sul da Florida se opõem à proibição de viajar a Cuba, que viola seus direitos de didadania, assinala o chanceler.

O dano direto ocasionado ao povo cubano não se mede somente pela astronômica soma de 751 bilhões de dólares, no valor atual dessa moeda, acumulada ao longo deste quase meio século de bloqueio. Há exemplos particularmente sensíveis, como a impossibilidade para Cuba de adquirir os equipamentos para tratar o câncer de retina em crianças, ou certos medicamentos anestésicos, todos eles fabricados por empresas estadunidenses; mas tampouco se podem utilizar aparatos de firmas alemãs, como a Zeiss, porque têm elementos aportados por uma companhia norte-americana, e se lhes proíbe exportá-los à ilha. Temos lido crônicas comovedoras que revelam as angústias geradas por estas carências, e sobre como lutam os médicos e os funcionários para sobrepor-se a elas e manter a excelência de seus serviços, conhecida no mundo porque dá mostras de insuperável fraternidade com dezenas de outros povos.

Mais adiante se expressa que as condições discriminatórias para as compras de alimentos norte-americanos determinaram sua drástica redução este ano, em prejuízo de Cuba e dos agricultores dos EUA. Apesar de que foram autorizados de maneira seletiva alguns intercâmbios culturais e científicos por parte de Obama, estes continuam sujeitos a severas restrições e muitos projetos não puderam concretizar-se pela negativa de licenças e vistos; e se proíbe aos artistas cubanos receber remunerações por suas apresentações nos EUA. Recrudesceu a perseguição contra os bens e ativos cubanos e contra as transferências desde e para Cuba. As multas dos departamentos do Tesouro e Justiça contra entidades de seu país e da Europa por transações realizadas com Cuba superam este ano os 800 milhões de dólares.

A conclusão do chanceler é que os EUA não têm intenção de eliminar o bloqueio, nem sequer “os aspectos mais irracionais do conjunto de medidas coercitivas mais abrangente e prolongado que jamais se aplicou contra nenhum país”. A Assembleia Geral da ONU disse que isto deve mudar radicalmente.

*Jornalista e escritor, membro da direção da Frente Ampla do Uruguai. Publicado em La República, 29 de outubro de 2010

domingo, 24 de outubro de 2010

Assembleia Gaúcha realiza ato contra bloqueio a Cuba

Nesta segunda-feira (25), a Frente Parlamentar Gaúcha em Solidariedade ao Povo Cubano realiza, em conjunto com a Associação Cultural José Martí e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), ato pelo fim do bloqueio a Cuba. A atividade será na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul a partir das 18h e o vice-chefe da Embaixada de Cuba no Brasil, Alexis Bandrich Vega, participará da atividade.

Por meio da sua Comissão de Relações Internacionais, a Assembleia Nacional de Cuba aprovou uma moção que foi encaminhada a todos os países em favor do fim do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos ao país. Diante deste chamado das autoridades cubanas, a Frente Parlamentar Gaúcha em Solidariedade ao Povo Cubano , da qual participa o deputado estadual Raul Carrion (PCdoB), decidiu organizar o ato.



No próximo dia 26 de outubro, a ONU discute a continuidade do bloqueio econômico. Até lá, em todo o mundo, o movimento em solidariedade ao povo cubano realiza manifestações pelo fim da injustiça.



Sob embargo norte-americano desde 1962, Cuba se esforça para evitar o agravamento da crise no país ao anunciar a abertura do mercado de trabalho, demissão de cerca de 500 mil funcionários públicos e a aproximação da União Europeia.



Em setembro deste ano, na 65ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, condenou o bloqueio a Cuba em vigor há 38 anos. Ele classificou o embargo como um “ilegítimo bloqueio”.



Do Vermelho com informações de Isabela Soares

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Bloqueio é maior entrave à economia cubana, diz embaixador no Brasil

Lula recebe as credenciais de Zamora


O embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora, apresentou em Brasília um relatório sobre a necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto contra Cuba há quase meio século. No auditório do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM), o diplomata cubano disse que o cerco de Washington é o principal obstáculo ao desenvolvimento econômico da ilha.

O embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora, apresentou em Brasília um relatório sobre a necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto contra Cuba há quase meio século. No auditório do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM), da Universidade Nacional de Brasília, o diplomata cubano disse que o cerco de Washington é o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico da ilha.



Ele observou que, de 1961 a 2009, os prejuízos causados pelo bloqueio ascenderam a 751 bilhões de dólares, ao que se somam uma série de medidas que impedem a ilha de adquirir remédios, alimentos, equipamentos ou utilizar o dólar nas transações comerciais internacionais.



Zamora disse que, ao invés de reduzir ou atenuar as medidas restritivas contra Cuba, o governo do presidente dos EUA, Barack Obama, não só mantém as leis Toricelli e Helms Burton em seu alcance extraterritorial, mas também sob a sua administração têm aumentado as sanções contrasubsidiárias ou empresas que negociam com Cuba



Ou seja, segundo ele, não houve nenhuma mudança com Obama, e, pelo contrário, aumentou a perseguição por parte do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, por sua sigla em Inglês) das atividades de empresariais e as transações financeiras com a ilha caribenha.



Por isso, disse o embaixador, no próximo dia 26, será apresentado pelo 19º ano consecutivo (desde 1992), na Assembléia Geral das Nações Unidas a resolução "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba.



Nos últimos 18 anos a ilha tem recebido cada vez mais apoio da comunidade internacional contra o bloqueio, o que, disse Zamora, mostra o isolamento desta política genocida e violatória do direito internacional que os EUA aplicam contra Cuba, há quase meio século.



Na terça-feira, ele disse, uma vez mais, Washington receberá a mensagem contundente do concerto das nações do mundo que desejam e lhe pedem que ponha fim a este criminoso bloqueio econômico contra o povo cubano.



O embaixador disse que, com essa política, os EUA tratam de destruir a Revolução Cubana, erro que já dura mais de 50 anos e permanecerá até que eles estejam convencidos de que a única saída é encerrá-lo, pois só tem exposto a firmeza e decisão do povo de Cuba de enfrentá-lo durante o tempo que for necessário.



Da apresentação participaram cerca de 50 pessoas brasileiros e cubanos residentes e em missão oficial, incluindo membros de organizações e movimentos de solidariedade com Cuba, assim como jovens brasileiros graduados em medicina na Escola Latino-Americana de Medicina, em Havana.



Prejuízo ao setor bancário



Cuba também denuncia que o setor bancário e financeiro de Cuba continua submetido a uma política de hostilidade e isolamento por parte do governo dos EUA. De abril de 2009 a março de 2010, isso se manifestou no impedimento à obtenção de financiamento externo, na introdução de barreiras à realização de qualquer operação financeira e na paralisação e cancelamento de negociações.



A cada ano, o bloqueio contra a ilha reduz a possibilidade de utilizar bancos correspondentes, tornando mais complexas, além das limitações no uso do dólar como meio de pagamento.



Esta situação obrigou o sistema bancário e financeiro a explorar novas vias para continuar realizando as operações com bancos estrangeiros, assinala recente relatório de Cuba à Assembléia Geral da ONU sobre a necessidade de acabar com essa política.



Entre os impactos de caráter geral para os bancos e instituições financeiras cubanas, estiveram os gastos adicionais por ter que fazer pagamentos em outras moedas que não as contratadas (dólares norte-americanos).



Além disso, há a impossibilidade de abrir contas em francos suíços em alguns bancos de primeira classe na Suíça e a necessidade de manutenção de saldos mínimos nas contas cubanas no exterior, ante o risco de um embargo.



Outro dos prejuízos reside na impossibilidade de fazer os pagamentos aos beneficiários de cartas de crédito em seus locais de residência, sendo necessário efetuá-los através de bancos de outra região, o que aumenta os custos.



Os bancos cubanos não têm acesso a sites de informação financeira especializada, como a Reuters, considerada uma das mais abrangentes fontes, indica o texto.



Embora outras alternativas sejam usadas, isso tem um impacto negativo sobre os serviços de informação e análise de mercado que oferece um dos bancos do sistema da ilha e que é empregado haboitualmente por numerosos clientes.



Fonte: Prensa Latina

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Raúl cobra de Obama firmeza no combate a terrorismo contra Cuba

Durante discurso em cerimônia pelo Dia das Vítimas do Terrorismo de Estado, o presidente de Cuba, Raúl Castro, insistiu que o presidente norte-americano, Barack Obama, precisa ser consequente com seu compromisso em relação à luta antiterrorista. A solenidade marcava o 34º aniversário da explosão de um avião da Cubana Aviação.

Raúl também convocou Obama a "agir com firmeza" e "sem dois pesos e duas medidas" contra aqueles que, a partir do território norte-americano, "cometeram e persistem em realizar atos terroristas" contra Cuba. Ele recordou que, em várias ocasiões, as autoridades cubanas mostraram ao governo dos Estados Unidos sua disposição de intercambiar informações sobre planos de atentados e ações terroristas dirigidas contra objetivos de qualquer dos dois países.

"Como única resposta, o FBI de Miami, com estreitos vínculos com a extrema direita cubano-americana, concentrou todas as suas forças a perseguir e condenar os nossos cinco compatriotas a quem nunca deveria ter aprisionado", disse.

"Até quando o presidente Obama continuará sem escutar a reivindicação internacional e permitirá que prevaleça a injustiça que está em suas mãos eliminar? Até quando mossos cinco heróis continuarão encarcerados?", questionou, em referência a Gerardo Hernández, René González, Antonio Guerrero, Fernando González e Ramón Labañino, presos desde setiembro de 1998 nos Estados Unidos

O presidente também recordou que, em decorrência do atentado ao avião em 1976, morreram 57 cubanos, 11 guianenses e cinco coreanos. Entre os cubanos, viajavam 24 membros da equipe juvenil de esgrima, campeões do 4º Campeonato Centro-americano e do Caribe.

"Não se deve esquecer, nem por um instante, que nosso povo, como consequência do terrorismo de Estado, acumulou um número de mortos e desaparecidos superior ao dos atentados às Torres Gêmeas e Oklahoma juntos", assinalou.

Ao resgatar o histórico de ataques, Castro evocou o programa de ações encobertas aprovavado pelo presidente norte-americano, Dwight Eisenhower, em março de 1960. Depois foram produzidos incêndios, bombardeios, sequestros de aeronaves, barcos e cidadãos cubanos, assassinatos de diplomatas e múltiplas tentativas de acabar com a vida dos líderes da Revolução, especialmente o comandante em chefe Fidel Castro.

Raúl ainda destacou a morte de 101 pessoas e centenas de feridos na sobotagem contra o barco "La Coubre" e a invasão da Baía dos Porcos, para tentar colocar em Cuba um governo títere, resguardado pela CIA. Citou da mesma forma a Operação Mangosta, com planos para assassinar os líderes da Revolução e açõescontra objetivos socio-econômicos, mediante a introdução de armas e agentes com fins subversivos de espionagem.

"Desde a aprovação deste programa até janeiro de 1963, foram registrados 5.780 ações terroristas contra Cuba, das quais 716 resultaram em sabotagens de grande envergadura contra instalações industriais", contabilizou, acrescentando que, entre 1959 e 1965, a CIA organizou, financiou e abasteceu 229 bandos armados, com 3.995 mercenários, que causaram a morte de 549 combatentes, campesinos e professores, além de deixar centenas de iincapacitados.

"Hoje estamos aqui para render tributo aos 3.478 cubanos que morreram e aos 2.099 que ficaram incapacitados por atos terroristas executados durante meio século, contra a nossa Pátria, os quais somam 5.577 vítimas", afirmou.

O presidente da ilha disse ainda que as administrações norte-americanas também implementaram guerras biológicas contra Cuba, introduzindo no território nacional enfermidades que afetaram de maneira significativa a saúde do povo. "Em 1981, agentes a serviço do governo dos EUA propagaram a epidemia de dengue hemorrágica que tirou a vida de 158 pessoas, 101 delas crianças", discursou.

Raúl Castro disse que uma atuação firme de Obama "seria uma digna resposta" à carta dirigida ao presidente dos EUA pelo Comitê de Familiares das vítimas da explosão de um avião comercial cubano em Barbados em 6 de outubro de 1976 que causou a morte de 73 pessoas, entre elas 53 cubanos.

Nessa carta, publicada hoje, por ocasião do 34º aniversário daquele atentado, o Comitê denuncia a "impunidade" de "terroristas confessos" nos EUA e exige que as autoridades norte-americanas reconheçam as provas contra Luis Posada Carriles, sabidamente um dos autores intelectuais do atentado, e o "julguem e condenem".

Em seu discurso, Raúl Castro criticou a decisão dos EUA de ratificar a "arbitrária inclusão" de Cuba na lista anual de "Estados patrocinadores do terrorismo", o que qualificou de "infame". O líder ressaltou que o território cubano "nunca foi nem jamais será utilizado para organizar, financiar ou executar atos terroristas contra nenhum país, incluindo os Estados Unidos".

terça-feira, 28 de setembro de 2010

"Vida tem sentido quando há ideal a defender", discursa Fidel

 

 

O líder da revolução cubana, Fidel Castro, pronunciou, nesta terça-feira (28), um discurso durante o ato público em comemoração pelo 50º aniversário dos Comitês de Defesa da Revolução. Diante de uma multidão estimada em 20 mil pessoas, o ex-presidente da ilha afirmou que a vida dos povos tem um sentido quando há um ideal pelo qual lutar.

Ante a onda de aplausos de boas-vindas, Fidel, em frente ao antigo Palácio Presidencial - mesmo local em que proclamara a criação dos CDR - assegurou que "é um enorme privilégio para mim voltar a me reunir com vocês, 50 anos depois do primeiro anúncio da criação do Comitê de Desefa da Revolução".

O cubano destacou que Cuba foi capaz, há meio século, de abraçar os princípios de Martí e rendeu homenagem a todos os que caíram em defesa da Revolução e de suas justas ideias. Resgatou que, no dia 28 de setembro de 1960, foram criados os Comitês, como um sistema de vigilância popular em resposta às agressões violentas que já se manifestavam contra cuba, com a realização de atos terroristas, alguns deles executados enquanto se desenvolvia o ato.

Recordou que, desde aquela ocasião, era evidente a característica feroz do império, que não descansaria em seu objetivo de destruir a revolução e impedir o desenvolvimento de Cuba. "Odeiam-nos com o ódio dos amos contra os escravos que se rebelam porque veem seus interesses em risco em todo o mundo", disse, resgatando uma de suas frases fundamentais do discurso de 1960.

Afirmando que reiteraria as palavras que pronunciou naquela ocasião, ele falou das impressões que teve após sua breve visita a Nova York. "Ter passado 10 dias na entranha do monstro imperialista foi suficiente para saber que o monopólio e publicidade é ali uma só coisa", disse, assegurando que "os órgãos da publicidade nos combatem".

Fidel destacou que, naquele momento, disse aos cubanos que os imperialistas queriam destruir a revolução para evitar que os demais povos fizessem algo parecido. Referiu-se ao fustigamento e às ameaças recebidas durante sua estada em Nova Iorque e até aos planos de atentado contra sua vida, que falharam "porque não se atreveram a disparar".

"Os cubanos foram informados que pertencíamos a um minuto grande da história humana, a uma hora decisiva do gênero humano, por constituir uma ideia, uma esperança e um exemplo", completou. O líder cubano comparou as administrações norte-americanas, que investiram na guerra, com o governo cubano, que investiu "na vida e no progresso da ilha".

Afirmou que a maioria dos presentes nem sequer tinha nascido naquela data histórica, quando propôs aos cubanos o estebelecimento de um sistema de vigilância coletiva e revolucionária, que hoje conta com mais de 8 milhões de membros. E leu frases de seu discurso de então, quando destacou que ninguém devia pensar os anos posteriores seriam de tranquilidade.

"Dissemos então que o 1 de janeiro de 1959 não finalizava a Revolução, mas, sim, que começava o futuro e a vitória de amanhã seria o fruto do esforço de todo o povo e se obteria com inteligência e valores (...) Não vacilo em proclamar que temos cumprido e vocês seguirão cumprindo a promessa daquela eterna noite", resumiu.

Do Vermelho

domingo, 26 de setembro de 2010

A Mídia Comercial em luta contra Lula e Dilma




Por Leonardo Boff



Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso” pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o Brasil Nunca Mais, onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.



Esta história de vida me avalisa fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de ideias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Intelectuais reclamam liberdade para antiterroristas cubanos

Benício del Toro pede a Obama pelos Cinco

Destacadas personalidades internacionais subscreveram o pedido de seus colegas norte-americanos ao presidente Barack Obama para que revreveja o caso dos cinco antiterroristas cubanos presos nos Estados Unidos e lhes conceda a imediata liberdade.

536 personalidades, da América Latina, Europa e África, assinaram a correspondência ao presidente estadunidense, que foi subscrita por 22 celebridades da cultura desse país, entre elas Martin Sheen, Susan Sarandon, Bonnie Rait, Elliot Gould, Danny Glover e outras de similar prestígio.

O texto expressa a indignação dos intelectuais com o encarceramento, durante 12 anos, de Gerardo Hernández, Ramón Labañino, René González, Antonio Guerrero e Fernando González, "internacionalmente conhecidos como os Cinco Cubanos".

“No 12º aniversário de sua prisão”, sublinha o documento, “apelamos ao seu senso de justiça e respeitosamente lhe pedimos que, a su sentido de justicia y respetuosamente le pedimos que, depois de revisar os fatos e considerar o tempo que esses homens passaram na prisão, lhes outorgue uma Clemência Executiva para que possam regressar a seu país, a seus lares e suas famílias”.

Antes que isto ocorra, os intelectuais pedem que o presidente conceda vistos a Adriana Pérez y Olga Salanueva para que possam visitar de imediato seus esposos presos, Gerardo Hernández y René González.

A carta ao presidente gerou uma corrente ininterrupta de adesões. Uma cifra que cresce dia a dia com a incorporação de novas vozes como a da ex-congressista estadunidense Cynthia MacKinney e a escritora Alice Walker, o arquiteto Oscar Niemeyer, o cantor colombiano Juanes, os espahóis Miguel Bosé y Willy Toledo y os portorriquenhos Benicio del Toro, Olga Tañón, Tony Mapeyé e Calle 13.

Os intelectuais compartilham a convicção de que os Cinco Cubanos não cometeram qualquer crime contra os Estados Unidos, tampouco significaram uma ameaça à segurança nacional do país, simplesmente estavam protegendo Cuba de futuros ataques terroristas.

Eles monitoraram as atividades de grupos violentos de exilados cubanos em Miami. "Simplesmente estavam protegendo seu país contra futuros atos de terrorismo", argumentam no documento, que também critica o refúgio concedido pelos EUA a terroristas como Luis Posada Carriles y Orlando Bosch, que comandaram a explosão de um avião cubano num atentado que deixou por saldo a morte de 73 inocentes e hoje gozam de impunidade.



Fonte: La Prensa

sábado, 18 de setembro de 2010

Líder religioso cubano participou do funeral do reverendo Lucius Walker

                                                                Rev. Lucius Walker

Ontem, 17 de setembro, foi realizada a cerimônia fúnebre em homenagem ao pastor batista Lucius Walker na sede da Igreja Batista de Manhattan, Nova York, organizada pela família e com a participação de líderes religiosos e médicos estadunidenses formados na Escola Latino-Americana de Medicina de Havana.

O povo de Cuba, que tanto admirava e respeitava o Pastor Lucius, foi representado no funeral pelo Rev. Ortega Suárez Miriam, pastor presbiteriano, presidente do Conselho Mundial de Igrejas para a América Latina e Caribe e membro da Assembléia Nacional do Poder Popular de Cuba (o Parlamento Cubano).

Não puderam comparecer à cerimônia outros líderes religiosos de Cuba que tinham uma estreita relação de trabalho e amizade com o reverendo Walker e com as caravanas por ele lideradas, como Raúl Suárez Ramos, pastor batista e diretor do Centro Martin Luther King Jr. Memorial de Havana, Pablo Oden Marichal Rodriguez Episcopal pastor, secretário-executivo do Conselho de Igrejas de Cuba, ambos membros do Parlamento cubano, e do reverendo Estela Hernandez Marquez, pastora batista, diretora da Comissão de Distribuição de Pastores pela Paz Caravan.

Foram impedidos pelo demorado processo de aprovação e concessão de vistos pelo governo dos Estados Unidos. Dois foram dados tarde demais e o outro não foi concedido.

O companheiro Fidel Castro e Raul Castro Ruz dedicaram oferendas florais ao amigo fiel e corajoso dos cubanos.

Lúcio, que morreu em 07 setembro, foi diretor executivo da FundaçãoInterconfesional para la Organización de la Comunidad, Pastores por la Paz, uma organização liderada desde a sua criação em 1967.

Ele também fundou e desenvolveu a Caravana Amizade Cuba-EUA., conhecido por nosso povo como a Caravana dos Pastores pela Paz, solidariedade e compromisso de luta-carregado pela justiça desde 1992, desafiou as leis de seu governo que tentou impedilos de visitar o nosso país, eliminando assim o bloqueio injusto imposto ao nosso povo. "Em nossa opinião, o bloqueio é totalmente contrária aos ensinamentos das Sagradas Escrituras (...) Ousamos sugerir que o que mais precisa Cuba é de solidariedade e ação profética para pôr fim ao bloqueio", disse Lúcio.

Extraído do Granma

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Chanceler brasileiro inicia visita a Cuba



O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, desembarca hoje (17) em Havana (Cuba), onde fica até domingo (19). Em seguida, vai para Nova York (Estados Unidos) participar da 65ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Amorim tem reuniões marcadas com o presidente cubano, Raúl Castro. O objetivo é intensificar as relações bilaterais.

A visita de Amorim ocorre no momento em que o governo cubano anunciou o corte de mais de 500 mil empregos no setor público como alternativa para driblar as dificuldades econômicas no país. Pela primeira vez, as autoridades autorizaram a ampliação de concessão para atividades privadas, como comércio e serviços de táxi.

O chanceler brasileiro chega a Cuba dois dias depois de o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, acusar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de reforçar o bloqueio econômico imposto ao país desde 1962. Segundo o chanceler, há 48 anos sob severas restrições, Cuba acumulou no período prejuízo de US$ 751,3 bilhões.

Parrilla criticou o fato de o bloqueio impede Cuba de “exportar e importar” bens e serviços livremente. De acordo com ele, o país tem limitações para negociar utilizando o dólar como moeda, assim como não pode usar bancos estrangeiros nem acesso ao crédito de instituições norte-americanas.

O chanceler cubano disse ainda que é ilusão imaginar mudanças a curto prazo nas relações entre os Estados Unidos e Cuba. Para Parilla, os atos determinados por Obama “violam os padrões internacionais básicos”. Ele se referiu à manutenção do bloqueio mesmo com a recomendação das Nações Unidas para a suspensão das restrições.

Em 2009, representantes de 187 países, durante sessão da ONU, apoiaram Cuba e rechaçaram a manutenção do ebloqueio ao país. Autoridades que participarão da próxima Assembleia Geral das Nações Unidas informaram que o tema novamente entrará na pauta das sessões, que começam no próximo dia 23.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Fidel e a discriminação a homossexuais na revolução cubana

Em entrevista a um periódico mexicano, o líder cubano fez autocrítica pela discriminação a homossexuais no início da revolução.

A declaração, recebida com surpresa no exterior expressa uma mudança mais profunda na sociedade cubana. Desde 2004, pelo menos, afirma-se no país um forte movimento político e social que se manifesta contra qualquer tipo de discriminação, como parte de um projeto de ampliação da democracia socialista. A mais conhecida líder desse movimento é a filha do atual presidente, Mariela Castro. O artigo é de Hideyo Saito do sítio Carta Maior.

Por Hideyo Saito


Mariela Castro, sobrinha de Fidel, apóia a luta GLTB em Cuba
                                  


O reaparecimento do ex-presidente cubano Fidel Castro no cenário público tem tido grande repercussão na mídia internacional. Ele voltou a participar de eventos internos e de encontros com lideranças e personalidades estrangeiras, sempre demonstrando excelente disposição. Alguns jornalistas especulam que tais aparições ora teriam o objetivo de reduzir as repercussões da recente libertação dos presos remanescentes de 2003, como se elas fossem negativas para o governo cubano, ora de apoiar as reformas econômicas iniciadas pelo atual presidente, Raúl Castro (1). Um dos mais recentes episódios desse retorno à ativa do líder cubano foi a entrevista à jornalista Carmen Lira Saade, publicada nos dias 30 e 31 de agosto último pelo periódico mexicano "La Jornada", em que o líder cubano revelou que esteve à beira da morte, aos 80 anos, e só conseguiu se recuperar após uma sucessão de procedimentos médicos de alto risco (2).



Na segunda parte dessa entrevista, Fidel reconheceu que o governo cubano discriminou homossexuais no início da revolução, atribuindo-se a condição de responsável maior por esse erro (3). "Tínhamos então tantos problemas de vida ou morte que não prestamos a devida atenção ao assunto. Cometemos grandes injustiças! O maior responsável fui eu", disse, embora ressaltando que pessoalmente não nutre preconceito homofóbico (muitos de seus mais antigos amigos são homossexuais, lembrou a entrevistadora). A mídia dominante reproduziu as declarações, mas – para não perder o costume –acrescentou-lhes comentários que procuravam desacreditar a autocrítica de Fidel. Mas nenhuma dessas fontes contextualizou as palavras do líder cubano, para que ganhassem seu pleno significado.

Fidel Castro desqualificou interpretações de jornalista dos EUA


Fidel e seu grande amigo Mandela

E reiterou que o capitalismo que domina o mundo só acabará com a espécie humana
O líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, desqualificou nesta sexta-feira algumas interpretações publicadas a partir de uma entrevista concedida ao jornalista estadunidense Jeffrey Goldberg, da revista The Atlantic.

Durante a apresentação de seu último livro, A contraofensiva estratégica, em uma Aula Magna da Universidade de Havana, o dirigente revolucionário comentou que o comunicador lhe perguntou se acreditava que o modelo cubano era algo que ainda valia a pena exportar.

“É evidente que essa pergunta levava implicitamente à teoria de que Cuba exportava a revolução. Respondi-lhe: 'O modelo cubano já não funciona nem sequer para nós'. O expressei sem amargura nem preocupação”, sustentou Fidel Castro, que, a tempo, explicou que sua resposta significava exatamente o contrário do que Goldberg e a analista Julia Sweig, quem o acompanhava, interpretaram.

“Minha ideia, como todo mundo sabe, é que o sistema capitalis já não serve nem para os Estados Unidos e nem para o mundo, que conduz de crise em crise, que são cada vez mais graves, globais e repetidas, das quais não pode escapar. Como poderia servir semelhante sistema para um país socialista como Cuba?”, disse.

Reiterou que o sistema que domina o mundo hoje só acabará com a espécie humana, e neste sentido, questionou como poderia servir semelhante esquema para um país como Cuba.

Também esclareceu outras afirmações feitas pela revista The Atlantic e que tiveram grande impacto informativo, como sua suposta investida contra o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e suas recordações sobre a chamada crise dos mísseis, em 1962.

Há dois dias a revista estadunidense The Atlantic publicou declarações do líder revolucionário, onde dizia, no contexto de uma extensa entrevista, que “o modelo cubano já não funciona nem para nós”.



sábado, 11 de setembro de 2010

Campanha intensifica ações pela libertação dos Cinco Cubanos



Fernando González, René González, Antonio Guerrero, Gerardo Hernández e Ramón Labañino. Esses são os nomes dos Cinco Cubanos presos nos Estados Unidos por razões políticas. Desde a prisão, circula a nível mundial uma Campanha pela Libertação deles.

Neste ano, a ação ganha força com uma Jornada Internacional pela Liberdade dos Cinco, marcada para começar no próximo domingo (12), dia em que os cubanos completarão 12 anos de encarceramento.

Para a Campanha, a prisão dos Cinco faz parte de "uma política anticubana que inclui o bloqueio econômico, o financiamento de grupos políticos com fins de desestabilização e a agressão constante em todos os espaços internacionais".

Isso porque, de acordo com o manifesto da Campanha, os cubanos encarcerados não cometeram nenhum tipo de delito e, portanto, estão presos por razões políticas, e não jurídicas.

Os Cinco foram presos no dia 12 de setembro de 1998 em Miami, na Flórida, acusados de transgredir as leis federais estadunidenses e espionar o país norte-americano.

A intenção dos cubanos era alertar Cuba sobre os atentados terroristas que eram planejados por exilados cubanos em Miami. Para a Campanha, o Estado norte-americano tem tolerado a existência de uma rede terrorista em Miami contra o povo cubano.

De acordo com ela, entre 1959 e 1997, lançaram-se, dos Estados Unidos, 5.780 ações terroristas contra Cuba. Entre 1959 e 2003, 61 aviões e barcos foram sequestrados. "Ademais, a agência estadunidense de espionagem, universalmente conhecida por sua sigla em inglês, CIA, dirigiu e apoiou 299 grupos paramilitares que são responsáveis por 549 assassinatos e por milhares de feridos", acrescenta.

A Campanha acredita que a maioria dos ataques foram preparados em Miami por grupos cubanos de extrema direita com o apoio da CIA. Do outro lado dos ataques, estão os Cubanos que foram ao país norte-americano com o intuito de verificar os planos terroristas e denunciá-los à ilha caribenha. No entanto, a tentativa resultou na prisão dos Cinco, encarcerados há 12 anos.

Além do encarceramento, os cubanos têm seus direitos violados. Alguns deles não podem receber visita das esposas e muitas vezes são obrigados a ficar em celas de isolamento máximo. Por conta disso, as organizações assinantes do manifesto pedem, mais uma vez, ao presidente estadunidense Barack Obama a libertação dos Cinco Cubanos.

As demandas serão reforçadas na Jornada Internacional pela Libertação dos Cinco. De acordo com o Comitê Internacional pela Liberdade dos Cinco Cubanos, a atividade começa no próximo domingo e se estenderá até o dia 8 de outubro, data da queda em combate de Che.

Durante esse período, as ações lembrarão outros episódios, como o assassinato do ex-chanceler chileno Orlando Letelier, morto em 21 de setembro de 1976 em Washington, e a explosão de um avião civil da Aviação Cubana em 6 de outubro de 1976, o qual ocasionou a morte de 73 pessoas.

Mais ações

Apesar da Jornada só começar no domingo, as atividades pela Libertação dos Cincos Cubanos já iniciaram em muitos países. Sexta-feira (10), por exemplo, foi lançado, na sede da União de Trabalhadores de Imprensa de Buenos Aires, o livro "Os heróis proibidos: a história não contada dos Cinco".

Neste sábado (11) e domingo, ocorre, em Buenos Aires, o Primeiro Encontro Internacional Regional pela Liberdade dos Cinco com a participação de representantes de Bolívia, Brasil, Chile, Uruguai e Paraguai.

No Peru, o Comitê Peruano de Solidariedade com os Cinco realizou uma manifestação em frente à Embaixada dos Estados Unidos na última quinta-feira (9).

Outra mobilização no país está prevista para acontecer sábado. Dessa vez, os manifestantes sairão em marcha da Plaza Dos de Mayo até o Parque Washington, em Lima.

A Embaixada de Cuba, na Bolívia, também enviou uma nota pedindo justiça para o caso dos cinco cubanos. Em nota expressou que "os Cinco são, além disso, vítimas do ódio e da vingança do governo dos Estados Unidos contra a revolução cubana. Em todo o processo ficou provada a natureza política do caso, o qual se inscreve na história de agressões dos EUA contra Cuba".

Em Miami, as organizações que integram a Aliança Martiniana, a Associação José Martí e o Círculo Bolivariano vão realizar um ato no dia 12, domingo. A ação vai pedir ao presidente estadunidense, Barack Obama, a liberdade imediata dos cinco detidos.

Fonte: Adital

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Vice-presidente cubano destaca humanismo de Lucius Walker

Esteban Lazo: Vice-Presidente de Cuba


HAVANA, 8 de setembro.— O vice-presidente do Conselho de Estado, Esteban Lazo, assinou nesta capital o livro de condolências pela morte do líder do movimento de solidariedade Pastores pela Paz, reverendo Lucius Walker.

Em uma solene e simples cerimônia efetuada na sede do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), o também membro do Bureau Político do Partido lembrou a grande estatura moral do entranhável amigo da Ilha, que morreu terça-feira, 7, em Nova York.

"Conheci Lucius como um grande lutador, como um amigo de Cuba e de Fidel, como o homem que, na prática, expressou o verdadeiro sentido de como romper o bloqueio que os Estados Unidos impõem a Ilha", sublinhou Lazo.

O vice-presidente cubano descreveu o líder religioso norte-americano como um homem muito humano, um verdadeiro lutador pela paz, e sobretudo muito valente e consequente com as ideias justas, em defesa do ser humano.

A chefa do Escritório de Atenção aos Assuntos Religiosos do Comitê Central do Partido, Caridad Diego Bello, expressou que Lucius Walker foi um homem entranhável, solidário, radical no seu pensamento.

Lucius lutou muito pela paz, tão necessária neste momento para o mundo.

Marcaram presença na cerimônia o chefe do Departamento das Relações Internacionais do Comitê Central do Partido, Jorge Martí Martínez; o vice-presidente do ICAP, Enrique Román e outros funcionários do Estado e do Governo, junto ao povo que já fazia fila para assinar o livro.

O livro de condolências estará aberto esta quinta-feira, a partir das 9h00 até o meio-dia, e das14h00 até as 17h00, na sede do ICAP, na rua 17 esquina a I, no bairro do Vedado, município Praça da Revolução. (AIN)

Texto de Miguel Fernández Martínez, do Granma

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Faleceu o Pastor Lucius Walker, Grande Amigo de Cuba

Não queremos pensar num mundo sem Lucius Walker
Aida Calviac Mora

                         Encontro de Lucius com Fidel no dia 26 de Julho/2010

A ironia do golpe que nos abalou a todos; quando a ameaça de guerra nuclear paira sobre as nossas cabeças, um dos homens de paz imprescindíveis foi embora, após 80 anos de verdadeiro exemplo. Morreu Lucius Walter, o reverendo norte-americano que há quase duas décadas travou uma luta irreversível frente à obstinada e cruel política do governo de seu país contra Cuba.

Fidel cumprimenta o líder dos Pastores pela Paz num ato no Memorial José Martí, em 26 de julho de 2010, durante sua última visita a Cuba.

Armado de fé e resistência, aferrado às grandes causas e à justiça social, Lucius chegou a esta Pátria apesar das detenções e dos golpes daqueles que sempre temeram que fosse divulgada a realidade cubana.

Com antecedência, deixou sua marca nos movimentos de libertação na África, durante missões de apoio aos patriotas da Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola... Depois na América Central, em particular em El Salvador e na Nicarágua. Este último destino, segundo narrou múltiplas vezes, inspiraria o surgimento da Fundação Interreligiosa Pastores pela Paz.

"Em 2 de agosto de 1988, minha filha Gail e eu estávamos entre outros 200 civis numa viagem pelo rio Escondido na Nicarágua que foi cruamente atacada pelos contras. Dois nicaraguenses morreram e 49 passageiros foram feridos. Naquela noite, enquanto recebia tratamento por uma ferida de bala, orei a Deus buscando um guia espiritual para achar uma resposta adequada diante de tamanho ato de terrorismo. A inspiração que Deus me deu foi criar os Pastores pela Paz, com o objetivo de levar caravanas de ajuda material às vítimas da agressão norte-americana!

Finalmente esta Ilha conquistou seus esforços. Em 1991, em momentos em que choviam as mentiras sobre a Revolução, as contagens regressivas e os prognósticos apocalípticos, um diálogo em Havana com o reverendo Raúl Suárez, diretor do Centro Martin Luther King, impulsionou a ideia.

                              Lucius enfrentou o FBI para trazer solidariedade a Cuba

Em entrevista concedida ao Granma, no ano seguinte, Walker declarou: "No começo, pensamos que nossa tarefa devia ser enviar caravanas, tal como se fazia na América Central. Mas enquanto mais acompanhávamos a situação, mais percebíamos de que os problemas primários de Cuba não precisavam muito de nós, mas sim de pôr fim ao bloqueio. Percebíamos que Cuba não requeria a mesma ajuda do que outros países, porque tinha a capacidade e a força para se abastecer, apesar do bloqueio. Nossa direção avaliou o caso e decidiu que nossa contribuição seria lutar para terminar com o bloqueio".

Em 1992, a notícia de que um grupo de religiosos percorreu vários estados norte-americanos e reuniu uma flotilha de 45 veículos para enviar medicinas, materiais escolares e alimentos a Cuba, foi considerada pelas autoridades uma afronta, mais do que um "ato de desobediência civil".

A peregrinação por umas 90 cidades atingiria seu momento mais tenso na chegada a Laredo, no Texas, por onde deviam passar até o México as 15 toneladas de ajuda humanitária. O governo exigia uma "licença de exportação"; contudo, o reverendo tinha afirmado durante o percurso que "não vamos pedir permissão a Washington para fazer chegar a carga, porque isso seria reconhecer a legalidade do bloqueio e o direito do estado a intervir na missão da Igreja".

De nada serviram então as advertências intimidatórias nem os "toques no ombro" de mais dum funcionário do Departamento do Tesouro ou da Alfândega.

Os homens e mulheres de Lucius Walker, emulando a determinação de seu líder, se mantiveram firmes em sua decisão de passar tudo e não somente a parte permitida pela legislação norte-americana, além de que a violação do bloqueio poderia acarretar-lhes sanções de até US$250 mil de multa e dez anos de prisão, riscos que decidiram assumir.

Alguns membros da caravana passaram a pé, levando consigo até o lado mexicano aqueles produtos que nos regulamentos não eram considerados ajuda humanitária. Entre eles, uma cadeira de rodas que Lucius, o primeiro a cruzar, transladou com um letreiro que exigia: Let Cuba live. Lift the embargo (Deixem viver a Cuba. Ponham fim ao bloqueio).

Aquela primeira passagem da ponte da fronteira lhe valeu uma detenção de dez horas, mas já a sorte estava decidida.

Em 1993 foi a vez da segunda caravana, e os obstáculos, longe de diminuírem, puseram novamente a prova sua firmeza e sua condição de homem de fé.

Desta vez, os funcionários da alfândega arrestaram um pequeno ônibus amarelo de transporte escolar, sob o insólito pretexto de que poderia ser utilizado para transladar tropas cubanas, e um jejum prolongado foi a resposta de vários dos membros da caravana, apesar de que pelas altas temperaturas de Laredo — acima dos 40 graus —, a greve de fome era ainda mais perigosa. Outra vez Lucius Walker, outra vez a moral e o exemplo. A carta que endereçou ao presidente William Clinton, redigida o décimo terceiro dia de jejum, ficou como constância disso: "nossa resolução de continuar defendendo os direitos dos pobres e necessitados de receberem ajuda religiosa e médica, sem interferências do governo, permanece invariável".

O ônibus amarelo, liberado após 22 dias de greve de fome, se converteu em ícone do espírito combativo do reverendo, que poucos anos depois, em 1996, liderou uma manifestação parecida por mais de 90 dias, para exigir a devolução de 395 computadores que lhes tinham sido arrancados pela força aos membros da caravana.

Lucius foi condecorado com a ordem Carlos J. Finlay pela contribuição daqueles equipamentos na modernização de nosso sistema de saúde; distinção que lhe foi imposta pelo comandante-em-chefe Fidel Castro, quem afirmou naquela oportunidade que "a ética, a moral e a fé não podem ser destruídas".

Ainda, Cuba outorgou ao reverendo a Ordem da Solidariedade, e a Medalha da Amizade a sua organização, como prova de respeito e admiração a seu reiterado apoio à Ilha.

Também, a partir da humanista iniciativa de Fidel de possibilitar que jovens do continente e de outras nações viessem estudar na Escola Latino-Americana de Medicina, mais de 100 jovens dos bairros mais pobres dos Estados Unidos — sob a coordenação de Lucius Walker —, estão estudando medicina em Cuba. Deles já se formaram várias dezenas.

Mais de 20 caravanas chegaram a estas terras com sua carga moral e material, e os Pastores pela Paz — que reflete em boa medida a composição dos estadunidenses —, contribuíram a introduzir dentro da psicologia social de parte da população, a necessidade de lutar contra o bloqueio e duma aproximação construtiva entre ambos os países. No dizer de seu líder: "Qualquer coisa que nós façamos é em primeira instância uma resposta ao amor que Cuba ofereceu ao mundo. Nossa solidariedade está baseada na importância que tem manter seu exemplo. Eu não gostaria de pensar num mundo sem Cuba".

Em agradecimento, os cubanos teríamos que dizer que não queremos pensar num mundo sem Lucius Walker.

Matéria extraída do Granma.

Festa do Avante em Portugal

Socorro Gomes: O militarismo é a essência da política dos EUA


 
Durante a Festa do Avante, nos dias 3, 4 e 5 de setembro, organizada pelo Partido Comunista Português, maior evento político-cultural de Portugal e um dos maiores da Europa, foram realizadas diversos debates sobre temas políticos e culturais. Num desses debates, na noite de sábado, 5 de setembro, em que se discutiu sobre o militarismo, as ameaças de guerra e a luta pela paz, a presidente do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, fez uso da palavra.

A mesa foi coordenada por Manuela Bernardino, do Secretariado do Comitê Central do Partido Comunista Português, e contou com a participação de Rui Namorado Rosa, presidente do Conselho Português para a paz e a Cooperação, Chris Matlalo, responsável pelas relações Internacionais do Partido Comunista da África do Sul, Arun Kumar, do Partido Comunista (marxista) da Índia, Ghassan Saliba, do Partido Comunista Libanês e Yigit Gunay, representando o Partido Comunista da Turquia.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Mapuches: Greve de fome que a grande imprensa não vê. Se fossem em Cuba...

Mapuches em greve de fome começam a entrar em estado crítico

Natasha Pitts





Adital - As demandas da população mapuche, no Chile, continuam sem resposta concreta. Por isto, 32 presos políticos desta etnia estão mantendo a greve de fome, que já dura 52 dias. Segundo boletim médico divulgado recentemente, nos próximos dias os indígenas poderão entrar em estado crítico e risco vital. Ontem, três menores de idade mapuche, também presos, aderiram à greve de fome.

Três grevistas já foram levados ao hospital por estarem com a saúde fragilizada, em virtude de ingerirem apenas líquidos. Entre eles, Felipe Huenchullan e Mauricio Huaiquilao, foram levados ao serviço médico com urgência por estarem com a vida em risco. Os mapuche já perderam entre 15 e 18 quilos desde o dia 12 de julho.

"[Os grevistas] já entraram em uma etapa crítica, em que provavelmente vão perder mais tecido muscular e talvez nos próximos dias já se começam a debilitar os órgãos nobres, como fígado, rim e coração", informou María Tralcal, porta-voz das famílias dos grevistas, à Rádio Cooperativa.

Tralcal expressou ainda que as famílias seguem preocupadas com o estado de saúde dos grevistas, mas "também entendem que os irmãos tomaram a decisão e sua postura sempre foi a de chegar até as últimas consequências".

Na tentativa de conseguir a atenção do governo chileno, três menores de idade mapuche, presos no centro especial de Chol Chol, aderiram à greve de fome. Luís Marileo Cariqueo, Cristian Cayupan Morales e Jose Ñiripil Pérez justificaram a adesão esclarecendo que até o momento as respostas do governo foram nulas para todas as demandas mapuche. Os jovens reclamam também o fato de não serem reconhecidos como presos políticos.

Além disso, há ainda a intenção de denunciar as irregularidades cometidas dentro do centro de detenção para menores, que vão desde maus-tratos, até a restrição de visitas e a proibição da entrada de comida saudável como pão, carne e frutas, sendo permitido apenas receberem guloseimas, batatas-fritas e refrigerante.

Diante disto, o ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, chamou os presos mapuche a encerrar a greve e anunciou o envio de dois projetos de lei que buscam reformar a lei ‘antiterrorista’. A intenção do ministro foi bem aceita pelo dirigente mapuche José Nain, que afirmou que os mapuche esperam que isto seja feito com a máxima brevidade para que a saúde dos grevistas não seja ainda mais debilitada.

Já a postura do presidente chileno, Sebastián Piñera, foi a recusa de negociações e diálogo com os presos mapuche. Ainda assim, o mandatário se comprometeu em modificar a ‘lei antiterrorista’ e o código de justiça militar. Até este momento, os presos políticos seguem aguardando respostas concretas as suas demandas.

Histórico

A greve teve início no dia 12 de julho, nas prisões de Temuco e Concepción e recebeu a adesão dos presos políticos mapuche de Angol, Valdivia e Lebu. O foco das reivindicações é o fim da chamada ‘lei antiterrorista’, que trata os presos mapuche como ‘inimigos perigosos da sociedade’, inverte a presunção de inocência ao manter os suspeitos detidos mesmo sem provas; acata investigações secretas, aceita ‘testemunhas sem rosto’ e triplica as penas, que podem ir de 60 a 103 anos.

Também reivindicam a desmilitarização de suas comunidades, o fim dos processos duplos na justiça militar e civil e a liberdade para todo preso político mapuche.