terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Será que o novo staff de Obama mudará a política em relação a Cuba?

Por Edmundo Garcia


Eu já disse muitas vezes que a política de hostilidade dos EUA em relação a Cuba não beneficia ninguém, incluindo os próprios interesses dos Estados Unidos. Permanece a arrogância, teimosia e arrogância do establishment, como a Lei Helms-Burton, criada em conluio com círculos de direita e mantido por  legisladores cubanoamericanos que impõem políticas vingativas por meio de funcionários localizados em postos chave do governo de turno na Casa Branca. Ttambém disse que, apesar de todas as suas promessas de mudança, a política do presidente Barack Obama em relação a Cuba iria se chocar contra esses obstáculos em seu primeiro mandato e com seu próprio medo ou cautela, antes da eleição. Mas algumas coisas mudaram e muitas outras estão começando a mudar.

Primeiro, o presidente Obama foi reeleito em novembro passado. Ele ganhou o voto pelos estados, o voto popular, o voto da Flórida, de Miami Dade County e ganhou o voto cubano-americano em um percentual inimaginável pelos otimistas. Suas mãos estão livres e o que faça ou deixe de fazer em relação à normalização das relações com Cuba vai dependerá de qualquer coisa, menos da pressão da perdedora direita cubano-americana. Espero que seus conselheiros sejam capazes de mostrar-lhe que a nova e já  majoritária emigração cubana dos últimos tempos deseja uma mudança como a que pode fazer.

Segundo, o tradicional pacote de representantes cubanos republicanos no sul da Flórida para o Congresso dos Estados Unidos rompeu-se com a vitória do democrata Joe Garcia no Distrito 26, sobre o titular David Rivera, que ainda nem mostrou o seu rosto após de derrota. Discordo de muitas coisas com Joe Garcia e ele sabe disso porque eu lhe disse pessoalmente e confesso que às vezes penso que pode ser um adversário menos óbvio que David Rivera e mais perigoso nesse sentido, mas eu acho que Joe Garcia me parece uma pessoa decente e como político creio que agredir a Cuba não será seu maior interesse. Foram reeleitos  os conhecidos extremistas Ileana Ros-Lehtinen e Mario Díaz Balart; mas a influência de Ileana está no chão visto que terá de deixar a chefia da Comissão de Relacões exteriores do Congreso, enquanto em alguns círculos, incluindo o mais próximo dela mesma, se comenta que poderá não aspirar a reeleger-se mais cedo ou mais tarde. O sucessor de Ileana na Comissão de Relações Exteriores do Congresso é Ed Royce, republicano da Califórnia, um estado que tem uma política de relações com Cuba mais racional do que outros estados dos EUA, incluindo, naturalmente, Flórida, onde costuma-se passar por politicagem as leis anti-cubanas mais absurdas. Nesta situação Mario Diaz-Balart sabe que precisa agir com cuidado, pois agora está ocupado em ganhar o voto hispânico para pleitos futuros e ninguém acredita que se atreve a apoiar uma legislação tão aanticubana como uma emenda que restrinja as viagens e remessas a Cuba como na era Bush, algo que intentou na gestão Obama e que foi criticado pela falta de visão política por seu próprio irmão e mentor Lincoln Diaz-Balart.

Mas o muro anticuba recebeu mais golpes. Em Nova Jersey o senador democrata Bob Menendez tem seu cargo em xeque por vários escândalos. De acordo com o panfleto "Libre", o mais anticubano todos os jornais anticubanos de Miami, liderado por Demetrio Perez Junior (não deixa de  integrar nenhum grupo direitista), em um artigo de Lionel Rodriguez de la Torre, no número de terça-feira 18 Dezembro, Menendez novamente é chamado a responder a revelações de jornais de Porto Rico, que o acusa de ter feito sexo com uma prostituta Dominicana e que se recusou a pagar. Enquanto Menéndez não aclara essa situação (sua portavoz Tricia Enright disse que Menéndez não respondería) os rumores seguirão crescendo e já há quem diga que essa não é uma práctica isolada mas um comportamento habitual do senador cubanoamericano, coisa que por claramente não se reporta en Miami. Citando a AP (http://www.washingtonpost.com/politics/ap-exclusive-govt-arrests-illegal-immigrant-registered-sex-offender-working-for-us-senator/2012/12/12/ea7b1fbe-448e-11e2-8c8f-fbebf7ccab4e_story.html), “Libre” diz ainda que “desde cima deram ordens de aguentar até depois das eleições a prisão de um peruano indocumentado e registrado como ofensor sexual que fazia trabalhava no escritório de Menéndez en Newark”ey que “se divulgou que haviamcondenado a cinco años de prisión a un contador de Jersey City que desde maio se sabía estava acusado de burlar o poagamento de impostos e de facer truques para ocultar contribuciones de $98,000 a las campañas de Menéndez”. Todo esto lo dice una publicación de la propia derecha cubanoamericana de Miami, y si es así, Menéndez podría tener problemas para ocupar la jefatura de la comisión de relaciones exteriores del Senado que puede dejar disponible John Kerry, e incluso podría tener problemas para reelegirse como senador por su estado.



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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Solidariedade a Chávez

Maré de solidariedade a Chávez, apesar dos reacionários


O presidente venezuelano Hugo Chávez encontra-se em Cuba onde fará uma nova cirurgia, no quadro da luta que realiza, junto aos médicos daquele país socialista, contra um câncer que foi diagnosticado em 2011, foi tratado com rigor e agora tem uma recidiva.

Por José Reinaldo Carvalho, editor do Vermelho

A notícia de que a doença persiste provocou choque e consternação no povo venezuelano, na equipe de governo do presidente, nos seus camaradas do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), nos partidos aliados, especialmente o Partido Comunista, que emitiu uma declaração, nos povos irmãos da América Latina e Caribe e em mandatários de diversos países.

Sereno, cônscio dos seus deveres, o presidente se dirigiu à nação no último sábado, 8 de dezembro, por meio de rede nacional de rádio e televisão para falar com transparência e franqueza sobre sua doença e a delicadeza do tratamento a que está sendo submetido. Mostrou-se consciente dos riscos que sua vida corre nesta etapa, demonstrando força e firmeza também na nova luta que empreende. Homem de fé, revelou confiança.

Líder inconteste do povo venezuelano, dirigente revolucionário cuja ação lúcida e destemida levou a Venezuela e toda a América Latina a conquistar importantes vitórias na luta anti-imperialista e na construção de uma nova ordem política e social, Chávez, mesmo em um momento de transe, não declinou das suas responsabilidades. Fez um chamamento à defesa da pátria, das conquistas da revolução bolivariana, pediu que o povo se mantenha unido em torno da direção coletiva do país. Indicou tarefas ao vice-presidente executivo, Nicolás Maduro, que na sua ausência assume a liderança, e advertiu para a hipótese de que não possa retornar às suas funções presidenciais. Neste caso – propôs – Nicolás Maduro seria o candidato das forças revolucionárias, com a sigla do PSUV e do Polo Patriótico, a eventuais novas eleições presidenciais, conforme estabelece a Constituição da República Bolivariana.

Como era previsível, a direita venezuelana e seus aliados políticos e na mídia aqui e alhures se assanham com invectivas contra o presidente e estapafúrdias acusações. E se lançam a um frenesi de articulações golpistas.

Alguns, com o maior cinismo, ignorando um arraigado sentimento de solidariedade de toda a nação venezuelana, escrevem, dando ares de análise profunda às suas bobagens, que “meia Venezuela fica órfã”. Outros, que também não se pejam em apresentar-se como analistas, se arvoram a agourar que “o chavismo não resistirá sem Chávez”.

Em matéria de bobagens e análises rasas, é inexcedível o editorial publicado pelo jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira, 11 de dezembro. O diário da família Frias posa de moderninho, mas não consegue disfarçar os traços mais reacionários das classes dominantes brasileiras. Sempre a postos para difundir a ideologia conservadora dessa classe e do sistema imperialista, a Folha comenta a doença do presidente venezuelano como a “recidiva do misterioso câncer abdominal”. Queixa-se da possível “maré de solidariedade” que se pode desencadear e prega que a “reação política mais natural” seria um protesto contra o que – lamenta inconformado o jornal paulistano que se aliou à direita venezuelana – teria sido uma manipulação do eleitorado no pleito presidencial de outubro último. O primeiro parágrafo do asqueroso texto é a mais cabal demonstração da solidariedade golpista entre os conservadores em toda a América Latina.

Além das lamúrias, o jornal da alta burguesia paulistana faz a especulação anacrônica de que o resultado da eleição presidencial venezuelana poderia ter sido outro que não a derrota do direitista Henrique Capriles.

No mais, o editorial repete surradas críticas à Revolução bolivariana e à liderança do presidente Chávez, para concluir lançando dúvidas sobre a capacidade de Nicolás Maduro, manter coeso o Partido Socialista Unido da Venezuela e se o “chavismo” reúne forças para sobreviver a Hugo Chávez.

Para azar do jornal paulistano, a maré de solidariedade foi de fato desencadeada na Venezuela e em toda a América Latina. No momento difícil da vida de Hugo Chávez e em que o processo revolucionário bolivariano enfrentará dificuldades adicionais, a força emanada desta solidariedade alentará o povo irmão da Venezuela para seguir adiante no longo e penoso processo de emancipação nacional. Apesar dos agouros dos reacionários de lá e de cá.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Bloqueio midiático a Cuba

Bloqueio midiático: três repórteres gaúchos em Cuba, nenhuma nota sobre as eleições

Por Alexandre Haubrich





Dois dias antes das eleições norte-americanas, marcadas para 6 de novembro, tivemos, no domingo, o segundo turno do processo eleitoral cubano. A gigantesca cobertura da grande mídia brasileira sobre a disputa entre Obama e Romney nos EUA contrapõe o silêncio absoluto a respeito do que está acontecendo em Cuba, com a escolha dos candidatos pelo próprio povo e a posterior eleição, na qual a quase totalidade dos cidadãos comparece às urnas, mesmo sem que o voto seja obrigatório.

No que se refere aos jornais do Rio Grande do Sul há ainda um agravante nesse criminoso bloqueio midiático à realidade cubana. Estão em Cuba, nesse momento, três repórteres de veículos gaúchos – Rosane de Oliveira, de Zero Hora, Juremir Machado, do Correio do Povo e Oziris Marins, da Band. Eles acompanham missão do Governo do Estado, em que diversos empresários foram levados pelo governador Tarso Genro para iniciarem relações com Cuba. Mesmo com essa presença de três jornalistas não saiu sequer uma nota nos veículos lá representados a respeito do processo eleitoral.

O Correio do Povo dedicou quase uma página inteira às conversas entre empresários gaúchos e o governo cubano (muito espaço para o padrão do jornal), enquanto Zero Hora fez o mesmo em três páginas. Absolutamente nada sobre a eleição. Quer dizer, não faltou espaço para falar de Cuba, mas foi um espaço destinado apenas às vantagens econômicas que os empresários gaúchos podem tirar dessa visita. Em sua coluna Juremir escreveu sobre seu contato com o povo cubano, e, em algumas notas pontuadas por erros de informação – causados, em parte, por pura má vontade e cinismo – Rosane de Oliveira foi um pouco além das ações do empresariado – mas muito pouco. Nada sobre o segundo turno eleitoral, mantido no domingo apesar da destruição causada pelo furacão Sandy – sobre a qual também não se falou nesse setor da mídia.

O silêncio sobre a existência de eleições em Cuba é mais uma tentativa de manter o imaginário do brasileiro médio sobre a “ditadura sanguinária” que, segundo as oligarquias internacionais, existe em Cuba desde 1959, quando a Revolução Cubana chegou ao poder. Ainda que Juremir Machado certamente não pense assim, o Correio do Povo, para o qual escreve, nada publicou sobre o democrático e limpo processo eleitoral cubano, assim como o fez Zero Hora – cuja representante, Rosane de Oliveira, mostra em seus escritos mais pessoais, chamados de “Diário de Havana”, seu preconceito latente e seu olhar enviesado sobre a realidade cubana.

O silêncio é um dos instrumentos fundamentais do bloqueio midiático armado sobre Cuba como complemento necessário ao bloqueio econômico estadunidense. Casos como esse tornam ainda mais flagrantes os ataques ao direito de informação e à responsabilidade e à ética jornalística, resultados e alimentos de um modelo midiático mais comprometido com interesses financeiros do que com a verdade e o jornalismo.

Extraído do blog JORNALISMOB


ONU condena bloqueio dos EUA contra Cuba - Portal Vermelho

ONU condena bloqueio dos EUA contra Cuba - Portal Vermelho

Retorno de atividade do BLOG


Depois de alguns meses sem atividade por razões alheias a nossa vontade, o SOUCUBA retorna à luta em defesa de Cuba e pela Libertação dos Cinco patriotas. Aos amigos que nos acompnham nossas desculpas pela longa ausência e nosso convite para que voltem a nos orestigiar com sua leitura.

Abraços solidários dos editores.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Morre o cubano Teófilo Stevenson‎, lenda do boxe mundial



Stevenson no Podium Olímpico

Morreu nesta segunda-feira (11/06), vítima de um infarto em Havana, o tricampeão olímpico e mundial Teófilo Stevenson, o maior boxeador amador da história. O gigante da Central Delícias (usina de açúcar) era conhecido como "Pirolo" por seus amigos. Stevenson recebeu todos os títulos da AIBA (Associação Internacional de Boxe Amador), sendo tricampeão olímpico e mundial; ganhou 301 das 321 lutas realizadas ao longo dos 20 anos de carreira.

Ao se aposentar em 1988, passou a trabalhar na Federação Cubana de Boxe e na Comissão Nacional Atenção a Atletas Aposentados e em Ativo (em espanhol, o INDER). Nascido na cidade de Porto Padre na província (estado) de Las Tunas no dia 29 de março de 1952 em uma família humilde, morou próximo à usina de açúcar do município, a Central Delicias (hoje, Antonio Guiteras) na então Província do Oriente. O boxeador foi o primogênito da união do imigrante Teófilo Stevenson Pearson, oriundo da ilha caribenha San Vicente, e da cubana Dolores Lawrence.

John Herrera, amigo do velho Stevenson, foi o primeiro treinador do futuro grande campeão, responsável por ensinar o estilo que levou o lutador a conquistar os títulos de campeão nacional nas divisões semi-completa e completa do boxe profissional cubano nos anos 1930.

O primeiro combate de Stevenson aconteceu aos seus 14 anos, em 1966. Neste ano, o boxer lutou na divisão de 71 quilos (hoje, peso-médio), em um ringue construído ao lado do Estádio de Beisebol Julio Antonio Mella, em Las Tunas, atual capital provincial. O inexperiente rapaz perdeu pontos contra Luis Enríquez, que já havia celebrado cerca de 20 lutas. Após experiências positivas em combates nas categorias mais leves, o boxeador aumentou seu peso e ganhou o título nacional juvenil em 1968 e um ano depois, perdeu a acirrada decisão pelo cinturão dos pesos-pesados na luta contra Gabriel García, de Pinar del Rio, no principal evento do boxe cubano, o Torneio Plava Girón.

Andrei Chervonenko, treinador da União Soviética que na época trabalhava com a pré-seleção cubana de boxe, conheceu as excelentes condições do jovem e propôs incorporá-lo ao grupo de elite que preparava para os principais eventos internacionais. Em 1970, começou o reinado nacional de Stevenson que, um ano depois, ganhou a medalha de bronze nos Jogos Panamericanos de Cali na Colômbia após perder a luta contra o norte-americano Duane Bonick, conhecido como Esperanza Blanca, em uma decisão que dividiu os juízes.

A revanche foi histórica, porque um ano depois, nos Jogos Olípicos de Munich na Alemanha, Teófilo se inscreveu com letras de ouro no boxe amador mundial, quando destruiu o gigante norte-americano e se elegeu monarca absoluto dos pesos-pesados.

A brilhante trajetória deste boxeador o levou a obter todos os títulos da AIBA (Associação Internacional de Boxe Amador), com três medalhas olímpicas de ouro (Munich em 1972, Montreal em 1976 e Moscou em 1980), igual número em Mundiais (Havana em 1974, Belgrado em 1978 e Reno em 1986). Mesmo assim, a fama não envaideceu Stevendon, que sempre se portou como um cavalheiro frente a qualquer rival, desde o menos notório ao mais aclamado.


Em 20 anos de ringue, 14 desses como estrela inquestionável, o boxeador cubano enfrentou muitos pugilistas de qualidade, mas o mais difícil de todos foi o soviético Igor Visotski que o derrotou duas vezes. Um episódio interessante na vida de Teófilo Stevenson foi quando na década de 80, dirigentes do boxe profissional norte-americano tentaram marcar uma luta contra o reconhecido campeão mundial, Muhammad Ali.




Stevenson e Muhammad Ali 



Lenda do esporte: tricampeão olímpico e mundial; ganhou 301 das 321 lutas realizadas ao longo dos 20 anos de carreira

Esta luta definiria, segundo seus organizadores, quem era o melhor pugilista do mundo entre os pesos-pesados. Claro, o principal objetivo era obter uma grande quantidade de dinheiro, saldo do que teria sido, sem dúvida alguma, a luta do século. As condições deste combate nunca chegaram a se concretizar, porque deveria efetuar-se segundo as regras do boxe amador e não, profissional.

Os mercadores ficaram com o desejo de ganhar uma boa quantia de dinheiro e dois extraordinários pugilistas, que são também grandes amigos, acabaram por não medir suas forças sobre o ringue. Entretanto, tanto Ali quanto Stevenson são igualmente admirados em todo o planeta, não só por sua grandeza no boxe como também por sua enorme qualidade humana. Depois da formidável vitória no mundial de Reno, nos Estados Unidos, e 1986, o grande capeão decidiu se aposentar e em julho de 1988, durante o torneio internacional de boxe Giraldo Córdova Cardín, se deu sua despedida.




Fidel, Stevenson e Ali


Aposentadoria

O ato foi o culminar de uma turnê triunfante e precedeu o cartel final do evento histórico: se aposentava o extraordinário pugilista que ganhou 301 dos 321 combates realizados em 20 anos de carreira.

A grandeza de Teófilo Stevenson Lawrence não se pode medir apenas por suas glórias esportivas; é o paradigma do homem de uma época, representando um povo que fez a Revolução e construiu o socialismo; um exemplo para os jovens atletas de qualquer parte do mundo.

As palavras certeiras do ex-presidente Fidel Castro resumiram a trajetória deste atleta do povo, quando expressou: “Teófilo Stevenson merece o reconhecimento do povo cubano por seu êxito desportivo derivado de sua disciplina, de sua dedicação ao esporte, de seu valor, de sua moral (...). Acreditamos que ele deixou um exemplo ainda mais valioso do que esse quando lhe foi dada a oportunidade de ganhar um milhão de dólares. Esse jovem, filho de uma humilde família trabalhadora, disse que não trocava seu povo por todos os dólares do mundo”.

Extraido do sítio Opera Mundi.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

"Solidariedade Brasil-Cuba é avenida larga de mão dupla"




Por Antonio Barreto

A atitude solidária no Brasil encheu-se de júbilo e de alegria com a vitória da Revolução Cubana em 1º de janeiro de 1959. A partir daí, a solidariedade a Cuba no Brasil foi persistente e sempre alerta e muito ativa.

A partir do golpe de 1964 no Brasil, o povo cubano e seu governo, retribuindo a solidariedade brasileira, apoiaram e acolheram os perseguidos pela ditadura militar. Nessa ocasião, os brasileiros lutavam por algo que os irmãos cubanos já haviam conquistado há alguns anos: a liberdade e o poder popular, a democracia em sua forma mais autêntica.

A amizade, a solidariedade e a cooperação entre os povos do Brasil e de Cuba foram, são e serão uma avenida cada vez mais larga e de mão dupla, a solidariedade que vai e a solidariedade que vem.

Com o fim das ditaduras militares na América Latina e no Caribe, começa a fase da luta contra os governos neoliberais e contra a proposta anexacionista da Área de Livre Comércio das Américas, a Alca.

A luta contra a Alca, na qual Cuba teve um papel de vanguarda, unifica os povos de Nossa América, assim como a partir da vitória de Hugo Chávez em 1998, na Venezuela, tem início um novo ciclo político em nosso continente que atinge um ponto alto na recente criação da Celac, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos.

A Celac faz atual os desígnios de Simon Bolívar e José Martí, entre tantos outros Libertadores, que almejavam a união e a integração solidária da América Latina e do Caribe, bandeira que Cuba sempre carregou, mesmo nos momentos mais difíceis.

Após a vitória da Revolução, e desde aí até hoje, a bandeira da unidade e da integração latino-americana e caribenha esteve presente nos discursos de Fidel e de todo revolucionário cubano. Cuba carregou esta bandeira anti-imperialista e nos ajudou a trazê-la para tremular hoje em nossos céus, anunciando a real possibilidade de um futuro melhor para nossos povos, com liberdade, independência nacional, democracia popular, e desenvolvimento econômico e social.

Nos dias de hoje, os brasileiros solidários a Cuba têm como desafios a luta pela libertação dos 5 heróis cubanos presos injustamente nos Estados Unidos; a luta pelo fim do criminosos bloqueio econômico; e o combate às mentiras midiáticas que tentam difamar as conquistas do Socialismo em Cuba.

A solidariedade do povo brasileiro tem hoje um potencial inédito que precisa ser realizado e florescer. Nossa solidariedade a Cuba e a seu povo precisa transbordar e atingir milhares e depois milhões e milhões de compatriotas.

A partir de um amplo movimento, sem restrição por opção política, ideológica ou confessional, com amplitude política e social, e com a pluralidade necessária, com unidade e convergências pelo método do consenso, é possível fazermos ações cada vez mais populares e massivas. Ações diversas, de variadas formas e com distintos atores, todos juntos irmanados pelo objetivo de atuar para fazer avançar a solidariedade a Cuba.

Nós, entidades de solidariedade a Cuba, movimentos sociais, partidos políticos, intelectuais, artistas, religiosos, enfim todos nós brasileiros e brasileiras solidários a Cuba, temos a possibilidade e a necessidade de avançar ainda mais o nosso trabalho solidário.

Com unidade, respeito e confiança mútua, sem protagonismos ou discriminações, e valorizando e enaltecendo o que já fizemos desde os anos 50 e depois em um processo de 20 convenções nacionais de solidariedade a Cuba, precisamos e podemos avançar ainda mais e fazer ainda mais e melhor uma atividade que é paixão e razão de todos nós: a solidariedade a Cuba!

Viva Cuba!

Viva o socialismo!

Fim do Bloqueio e a imediata libertação dos 5 Heróis!



*Intervenção da ACJM-Bahia/Cebrapaz, no ato de abertura da 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba

domingo, 27 de maio de 2012

Convenção renova compromisso pela liberdade dos Cinco

Antonio Barreto, Presidente da ACJM-Bahia, discursa ao fim da Convenção

Representantes de 19 organizações de solidariedade com Cuba, de 39 movimentos sociais e partidos políticos, além do grupo parlamentar de amizade Brasil-Cuba, participaram neste sábado (26) da assembleia final da 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, no Palácio de Convenções de Salvador, Bahia.

A convenção começou na quinta-feira (24) com um ato político-cultural onde estiveram presentes mais de 600 pessoas, entre elas personalidades do mundo político, social, acadêmico, cultural e esportivo da Bahia. O governador do estado, Jacques Wagner, foi representado pelo seu secretário de assuntos internacionais, Fernando Schimidt. Também estiveram presentes a senadora Lídice da Mata repreentando a Frente Parlamentar de Solidariedade a Cuba, a presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, deputados federais, estaduais, vereadores e numerosos dirigentes de partidos progressistas, sindicatos e movimento social organizado.

A luta pelos Cinco

Precedida de convenções em 22 estados da Federação, a convenção nacional contou com a realização durante dois dias de grupos de discussão e plenárias, onde os delegados debateram e traçaram planos para intensificar o movimento de solidariedade à Ilha socialista. Um dos mais concorridos grupos de discussão teve como tema central os “instrumentos e formas de luta pela libertação dos cinco patriotas antiterroristas cubanos injustamente presos nos Estados Unidos, onde estão pagando pesadas penas. Os convencionais chegaram à conclusão de que se trata de um caso eminentemente político, principalmente porque as tentativas jurídicas para libertar os Cinco estão esgotadas. Em nome deles, a esposa de Ramon Labañino, Elisabete Palmeira, leu uma mensagem na plenária final em que declaram desde os cárceres dos Estados Unidos, que “mais do que nunca a solução do nosso caso está nas mãos e corações de vocês”. A conclusão a que os Cinco chegaram depois de feitos todos os recursos jurídicos, é de que a sua libertação depende da luta solidária internacional. “Só confiamos em vocês e no nosso povo”, assinalam.

Kenia Serrano do ICAP fala aos delegados

Rompendo o bloqueio

O segundo grupo analisou a luta contra o bloqueio promovido pelo imperialismo norte-americano, chegando à conclusão fundamental de que é preciso esclarecer a opinião pública brasileira sobre o significado criminoso desse bloqueio. Ao mesmo tempo, os convencionais recomendam a realização de intercâmbios nos setores econômico, político, cultural, esportivo, e tecnológico entre o Brasil e Cuba. O terrorismo midiático O terceiro grupo debateu sobre o terrorismo midiático contra Cuba. Foi unânime a opinião de que é preciso mobilizar amplas forças para desmascarar a campanha de mentiras que a mídia a serviço do império move contra o país. Os convencionais recomendaram que todos os movimentos de solidariedade a Cuba criem blogues e estimulem a leitura do blog Cuba Viva, o portal de Cuba no Brasil. Um quarto grupo também se reuniu durante a convenção, debatendo sobre o movimento das brigadas de solidariedade e a luta pelo reconhecimento do diploma dos estudantes brasileiros formados em Cuba, na Escola Latino-americana de Medicina (Elam).



 
Plenária final



Plenária se manifesta em favor de Cuba

 
A plenária final foi saudada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), presidente da Frente Parlamentar Brasileira de Amizade com Cuba; Socorro Gomes, presidenta do Conselho Mundial da Paz e Kenia Serrano, presidenta do Instituto Cubano de Amizade aos Povos (Icap). Vanessa pediu um aplauso à Bahia pela organização da 20ª Convenção. “O movimento de solidariedade tem um caráter internacionalista, ao mesmo tempo que nos solidarizamos com Cuba, lutamos pela construção de sociedades solidárias e por um mundo mais solidário”, disse a senadora, que também analisou o grave momento que a humanidade atravessa com o aprofundamento da crise do capitalismo. Vanessa comparou os anos 1990 e o começo do século 20, quando o capitalismo sentia-se triunfante e os movimentos progressistas estavam em defensiva, com o momento atual. “Agora, o capitalismo é que se encontra na defensiva e os povos em ofensiva”, afirmou. Concluiu enaltecendo o papel que Cuba desempenha no mundo e reafirmou a luta dos parlamentares amigos de Cuba, que são mais de duzentos, contra o bloqueio e pela libertação dos Cinco. A senadora amazonense aproveitou a oportunidade para anunciar que está organizando uma comitiva com dezenas de pessoas para participar do Fórum de São Paulo, na primeira semana de julho na Venezuela, como expressão da solidariedade do povo brasileiro com o presidente Hugo Chávez. Ela destacou a importância de reeleger o líder da Revolução Bolivariana em 7 de outubro próximo.

Por sua vez, Socorro Gomes declarou que todos os convencionais saem da Bahia “com o espírito mais fortalecido, mais irmanados e enobrecidos por termos participado desta 20ª Convenção e termos exercido nosso direito e dever de hipotecar nossa solidariedade a Cuba e travar o bom combate contra o bloqueio, pela libertação dos Cinco, pela soberania, a integração da América Latina e o socialismo”. A 20ª Convenção foi encerrada por Kenia Serrano, presidenta do Icap, a entidade para a qual converge a atividade de 2116 associações de amizade e solidariedade com Cuba em 152 países. Vibrante, emotiva, cheia do vigor e energia da juventude rebelde e combatente educada por Fidel, Raúl e Che nas ideias revolucionárias de José Martí e do marxismo-leninismo, Kenia agradeceu em nome do povo cubano o carinho e o entusiasmo do povo baiano e brasileiro. E fez uma espécie de juramento. “As palavras de vocês são para nós, cubanos, uma motivação para não falharmos. Tenham certeza de que não falharemos”. A dirigente considerou que há pontos comuns entre as lutas dos povos cubano e brasileiro. “A luta pelo melhoramento humano, a justiça social e o socialismo é a mesma em Cuba e no Brasil”. Sobre a batalha pela libertação dos Cinco antiterroristas cubanos presos nos Estados Unidos, Kenia sintetizou tudo em uma só palavra: “Urgência”. “É urgente realizar ações efetivas que resultem na urgente libertação dos Cinco”, arrematou. E sem ilusões de que algo será fácil, enfatizou: “Nada conseguiremos sem luta”. A dirigente do Icap defendeu o processo de mudanças revolucionárias em curso na Ilha para aperfeiçoar e fortalecer o socialismo e desmentiu que em Cuba haja contradições e luta entre a geração que fez a revolução em Sierra Maestra e combateu em Girón e a geração atual. Citando um dos maiores expoentes da literatura cubana, Alejo Carpentier, disse: “As gerações não se medem pelas idades, mas pelos livros que leram”. “Nós, da geração atual, lemos os mesmos livros que leram os nossos dirigentes”, concluiu Kenia.

Carta de Salvador

A plenária aprovou por aclamação a “Carta de Salvador de todos os povos e lutas”, a declaração da 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba”, lida por Antonio Barreto, o Barretinho, presidente da Associação Cultural José Martí da Bahia e do núcleo estadual do Cebrapaz. Barretinho foi homenageado pela incansável atividade política e organizativa que realizou para garantir a realização da 20ª Convenção. “Celebramos neste histórico encontro o compromisso solidário e incondicional ao povo cubano e sua revolução”, diz a carta. O documento aprovado assinala que ao longo de mais de cinco décadas “o povo cubano tem sido exemplo de vida e heroísmo para os povos ao redor do mundo”, destacando que a revolução herdou um país pobre, socialmente injusto, ferido por uma ditadura apoiada pelos Estados Unidos. Mas, dizem os convencionais da solidariedade, “em poucos anos o povo cubano, liderado por Fidel Castro, transformou Cuba em uma nação livre, soberana, socialmente desenvolvida, com índices de alfabetização, expectativa de vida, mortalidade infantil e nível cultural comparáveis aos dos países mais desenvolvidos” A Carta de Salvador registra o papel positivo da Alba e da Celac e enaltece as boas relações de Cuba com o Brasil, a Unasul e o Mercosul. Os convencionais repudiam as ações de terrorismo de Estado perpetradas pelo imperialismo estadunidense contra Cuba, condena a campanha midiática e o bloqueio e manifesta o compromisso de com a luta pela libertação dos Cinco antiterroristas cubanos. “Exigimos a sua imediata liberdade. Comprometemo-nos a difundir por todos os meios que tenhamos a causa dos cinco e nosso somamos ao conjunto das ações organizadas internacionalmente por sua libertação. A plenária decidiu que a 21’ª Convenção será realizada em 2013 na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná. A 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba terminou com uma apoteose na Praça Tereza Batista, no Pelourinho - um show de dança cubana e de forró baiano.


Extraído de texto de José Reinaldo Carvalho, editor do Portal Vermelho, de Salvador, Bahia

Convenção de solidariedade a Cuba debate integração da AL

A necessária integração latino-americana e caribenha foi destaque nos debates da 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, realizada em Salvador, Bahia, entre a quinta-feira e o sábado (26).

A união da região foi abordada pelos embaixadores de Cuba e da Venezuela no Brasil, Carlos Zamora, e Maximilien Sánchez respectivamente, a vice-coordenadora do Grupo Parlamentar Brasil-Cuba, senadora Lídice da Mata, e a presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes. Eles participaram da mesa redonda A integracón latino-americana e caribenha, a amizade entre esses povos e sua importância para o desenvolvimento econômico e o avanço da Revolução socialista em Cuba. O diplomata cubano ressaltou que a ideia da integração regional vem do pensamento latino-americanista de grandes lutadores pela independência, como o Libertador Simon Bolívar e o Herói Nacional cubano, José Martí, contra o panamericanismo dos Estados Unidos. Esse pensamento, destacou, cristalizou-se na criação da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), em Caracas, Venezuela, em dezembro de 2011.

Segundo ele, o que se requer é desmontar de uma vez para sempre todos os mecanismos de dominação imperial que compõem hoje o sistema interamericano. Por sua parte, Sánchez ressaltou que as novas concepções do que é a integração estão refletidas no convênio firmado entre a Venezuela e Cuba para a realização de programas conjuntos em benefício dos dois países. Igualmente, con a destruição da Área de Livre Comércio das Américas, que Washington pretendia impor às nações latino-americanas e caribenhas e sua substituição pela Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América, com seus programas não só econômicos mas também sociais em favor dos estados membros. Como exemplos, mencionou entre outros, os programas Operação Milagre, as campanhas de alfabetização e a formação profissional de jovens dessas nações, principalmente como médicos.

A senadora Lídice da Matta disse que o Brasil tem dado sua contribuição à integração econômica e ao fortalecimento das relações com Cuba. Para ela, isso ajuda a quebrar o bloqueio dos Estados Unidos à Ilha, o que pode ser feito também pela solidariedade e a cooperação econômica que os países da região podem oferecer a Cuba. "Essa solidariedade econômica e a força das mudanças no mundo, com o Brasil assumindo um destaque maior dá ao país a condição de reivindicar a ruptura do bloqueio e colocar-se ao lado de Cuba em intensificar cada dia mais a colaboração nesse terreno", sublinhou.

Por sua parte, Socorro Gomes, asseverou que a integração da região deve ser mais que econômica, solidária, onde a cultura também participe na unidade de nossa região. Socorro destacou que a Celac deu passos fundamentais, primeiro demonstrando que a Organização dos Estados Americanos não corresponde aos interesses latino-americanos e portanto tem que desaparecer. Ela assinalou igualmente que a Cúpula das Américas fracassará se os Estados Unidos e Canadá persistirem na tentativa de impedir a participação de Cuba, porque os demais países exigem a presença da Ilha caribenha nesse concerto de nações. Isso demonstra que os países desta região estão construindo a integração solidária e soberana e – sustentou - seguiremos avançando neste caminho.

Fonte: Prensa Latina

sábado, 26 de maio de 2012

Convenção de solidariedade a Cuba condena mídia golpista


Um concorrido debate teve lugar na tarde desta sexta-feira (25) sobre a campanha midiática internacional contra Cuba, durante a 20a. Convenção Nacional de Solidariedade, em Salvador –Bahia.

O jornalista José Reinaldo Carvalho, editor do Portal Vermelho, disse que a mídia ligada ao imperialismo e aos grandes grupos monopolistas sempre coadjuvou as agressões e o bloqueio contra Cuba. Ele recordou a criação da Rádio Martí em 1985 e da TV Martí, em 1990 como exemplo de instrumentos que o governo dos Estados Unidos criou para difamar a revolução, fazer propaganda contrarrevolucionária, distorcer e mentir.

Destacou que os meios de comunicação transmitem uma visão deformada sobre Cuba, como se ali reinasse o caos. Denunciou que a mídia transforma delinqüentes em heróis, financiando e concedendo prêmios internacionais a blogueiros, falsos jornalistas e organizações subversivas.

O editor do Vermelho disse ainda que o imperialismo estadunidense estendeu o bloqueio a Cuba à área da Internet, dificultando o acesso do país à banda larga.

Concluiu afirmando que é urgente contrapor-se à ofensiva midiática, ao terrorismo midiático, conclamando os presentes a compartilharem as resoluções da Brigada Mundial contra o Terrorismo Midiático realizada em novembro do ano passado em Cuba.

O jornalista Beto Almeida, diretor da Telesul no Brasil, denunciou que a mídia silencia sobre os êxitos da revolução cubana nas áreas de educação e saúde e sobre as ações de solidariedade que a Ilha desenvolve em diversos países. Ele lembrou o papel solidário de Cuba no Haiti. Sobre o papel da Telesul, disse que a emissora faz o jornalismo da integração e fez um apelo à 20ª. Convenção de Solidariedade a se somar aos esforços para que o governo brasileiro faça valer o convênio para assegurar a transmissão da programação da Telesul no Brasil.

Rosane Bertoti, coordenadora da Frente Nacional pela Democratização da Comunicação e diretora de imprensa da Central Única dos Trabalhadores (CUT), reafirmou o engajamento das duas entidades no movimento de solidariedade a Cuba e na luta contra o cerco midiático exercido contra o país.

O historiador Muniz Ferreira fez uma análise sobre a atual ordem informativa mundial, ressaltando como traços principais a monopolização, o entrelaçamento desses monopólios com os demais monopólios capitalistas, o conservadorismo, a constituição do pensamento único, o revisionismo histórico, o caráter desinformador da mídia e a cooptação de jornalistas.

Zuleide Faria de Mello, presidente da Associação Cultural José Martí do Rio de Janeiro, recorreu ao pensamento marxista para ressaltar como a mídia toma o lado dos poderosos e está engajada no projeto de destruir Cuba.

A sessão foi encerrada com a intervenção do conselheiro político da Embaixada de Cuba no Brasil, Rafael Hidalgo, que discorreu sobre o momento atual, que considerou como fundamental para o processo revolucionário cubano. Ele ressaltou que Cuba faz um esforço sereno, firme, com clareza, para consolidar um processo revolucionário, socialista que mostra que o socialismo pode ser eficaz e insuperavelmente democrático.

Hidalgo disse que desde 1959 a estratégia dos Estados Unidos é inalterada: destruir a revolução cubana, e que hoje o imperialismo norte-americano encontra-se empenhado em impedir que em Cuba se consolide uma alternativa de desenvolvimento socialista

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Da Redação do Vermelho, de Salvador Bahia







terça-feira, 1 de maio de 2012

1º de Maio em Cuba

Trabalhadores desfilam em Cuba a favor do socialismo



Centenas de milhares de operários, empregados e estudantes desfilaram neste 1º de maio em Havana com as cores da bandeira cubana devido ao Dia Internacional dos Trabalhadores, tendo o socialismo como norte. Uma enorme faixa com a palavra de ordem "Preservar e aperfeiçoar o socialismo" liderou a marcha popular na esplanada da Praça da Revolução José Martí, da qual participaram o presidente Raúl Castro e dirigentes operários, do Partido Comunista, do Estado, do governo e de organizações políticas e sociais.

O desfile iniciado às 7h29 (8h29 de Brasília) foi liderado por um bloco de trabalhadores da saúde em Havana, setor emblemático da cooperação internacional cubana, presente atualmente em 66 países. Vários participantes portavam as bandeiras das nações nas quais trabalham brigadas médicas cubanas, representadas em todos os continentes. Bandeiras cubanas gigantes, cartazes referentes à celebração e as cores azul, vermelho e branco são os principais símbolos da manifestação, realizada simultaneamente em outras cidades do país. Agrupados em 23 blocos, membros dos sindicatos, muitos deles com símbolos de seus ramos respectivos (como bonecas vestidas de enfermeiras, táxis, computadores, bicos e pás)marcharam diante do monumento ao Herói Nacional cubano José Martí.

Os manifestantes levavam fotografias do líder da Revolução cubana, Fidel Castro, e de revolucionários mundiais como Karl Marx e Vladímir Ilitch Lênin. Foram predominantes os cartazes com as imagens dos Cinco Patriotas antiterroristas Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero, Fernando González e René González, presos há mais de 13 anos nos Estados Unidos, bem como a exigência de sua liberdade e de seu imediato regresso ao país. Por quase uma hora e meia, os participantes gritaram palavras de ordem em apoio à Revolução, ao socialismo e à liderança de Fidel Castro e Raúl Castro. Cerca de 1.900 dirigentes sindicais de 209 organizações de 117 países presentes nos festejos estavam posicionados na tribuna, assistindo ao desfile de centenas de milhares de havanenses representando toda a população cubana.

Fonte: Prensa Latina

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

DILMA EM HAVANA PARA APROFUNDAR RELAÇÕES BRASIL E CUBA

Chanceler Bruno Rodriguez recebe a Presidenta brasileira


De acordo com agenda divulgada pela chancelaria cubana, Dilma será recebida na manhã desta terça-feira no Palácio da Revolução pelo general de Exército Raúl Castro Ruz, presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, e desenvolverá outras atividades. A mandatária também prestará homenagem ao Heroi Nacional cubano, José Martí.

A presidente brasileira visitará o Porto de Mariel, a cerca de 50 quilômetros a oeste de Havana, onde se constrói uma obra de expansão na qual o Brasil participa com US$ 300 milhões, de um total de US$ 800 milhões que custa o projeto.

A viagem de Dilma a Cuba é uma demonstração do fortalecimento das relações com Cuba, país com o qual mantém um alto nível de cooperação em setores como educação e agricultura.

Depois da Venezuela, o Brasil é o segundo sócio comercial latino-americano de Cuba, e atualmente participa na modernização do porto del Mariel, no ocidente da ilha. Igualmente desenvolve tecnologias e oferece assessoria para a produção de soja e milho em Cuba.

Na atualidade cerca de 700 brasileiros realizam estudos em Cuba, país onde mais de 600 jovens do Brasil já se formaram.

Segundo a chancelaria brasileira, esta visita é "uma oportunidade para aprofundar o crescente diálogo e a cooperação bilaterais, que experimentaram um crescimento importante e grande diversificação nos últimos anos".

Fontes brasileiras anunciaram esta semana que Dilma assinará novos acordos econômicos durante su estada no país caribenho.

O governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva [2003-2011] abriu um período de cooperação com Cuba em diversos ramos como o biotecnológico e o energético que o governo da presidente Dilma está interesado em desenvolver.

Brasil e Cuba participam do bloco da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).


Cubadebate e Prensa Latina

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

ACJM e CEBRAPAZ NA LAVAGEM DO BONFIM

Militantes da ACJM e CEBRAPAZ em defesa de Cuba e da Palestina


A ACJM – Bahia e o CEBRAPAZ estiveram mais uma vez presentes na mais famosa festa popular da Bahia, a Lavagem do Bonfim.
Em meio a dezenas de milhares de pessoas, os militantes da solidariedade levantaram suas faixas em defesa da soberania do povo cubano e palestino e exigindo a libertação dos 5 patriotas privados da liberdade nos Estados Unidos.
A Lavagem do Bonfim é um acontecimento da maior importância para a cidade de Salvador. Trata-se de uma festa em princípio religiosa, mas que também tem seu lado social e político. Lá comparecem os sindicatos e associações com suas reivindicações, os políticos de todos os partidos e milhares de pessoas que vão cumprir seus ritos religiosos ou simplesmente se alegrar.
Como sempre, a causa da solidariedade internacional, mereceu muitas palavras de apoio da militância política presente no evento como também de pessoas que pela primeira vez ouviam falar de questões como a dos cinco heróis cubanos.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

JOSÉ CAIRES - LEGADO DE LUTA SOCIAL E SOLIDARIEDADE A CUBA




O movimento sindical e social baiano e a ACJM-Bahia lamentam a perda do companheiro José Caires Meira, presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia e dirigente do Comitê Municipal do PCdoB em Salvador. Caires morreu neste sábado (07/01/2012) aos 52 anos, vitima de Infarto Agudo do Miocárdio fulminante, tendo sido constatada a morte por volta das 12h30, no Hospital Geral do Estado (HGE). Caires deixa dois filhos e viúva, a diretora do Sindsaúde e também dirigente do PCdoB na capital, Inalba Fontenelle.

Caires assumiu a presidência do Sindimed em 2007. Desde então, se dedicou integralmente à luta em defesa da categoria e dos profissionais de saúde. As principais conquistas da categoria durante o seu mandato foram a aquisição da sede própria do sindicato após 70 anos de fundação, a realização de concurso público para os profissionais de saude do Estado depois de 20 anos e a aprovação do plano de cargos e salários dos médicos e da área de saúde.

Luta Contra  a Ditadura

Caires iniciou sua luta no movimento estudantil no final da década de 70, na Escola Baiana de Medicina. Diretor da UNE e da União da Juventude Socialista, foi um dos integrantes de uma geração que resistiu à ditadura militar e possui várias expressões da luta em defesa do ensino e da profissão médica e da busca de um caminho socialista para o Brasil.

Atuou profissionalmente como médico urgencista na capital e nos municípios de Conceição do Almeida, São Felipe e São Sebastião do Passé.

Caires foi um lutador em defesa do SUS público e de qualidade, além de defender ao acesso universal e integral à saúde como parte da democratização da sociedade.

Alegre e extrovertido, era um apreciador da música e da cultura. Organizou vários eventos culturais com destaque para a Jornada Lindemberg Cardoso, no município de Livramento de Nossa Senhora, sua terra natal.

Amigo de Cuba

Caires foi sempre um entusiasta da Revolução Cubana e apoiou muitos dos eventos de solidariedade promovidos pela Associação Cultural José Martí. Sua irmã, Cida Meira, é militante da ACJM-Bahia e é responsável por diversas páginas de apoio a Cuba nas redes sociais da internet.


 ACJM Bahia


Expressamos nossa solidariedade à companheira Cida, a Beto (irmão) e a toda a família de Caires. Nossa homenagem ao querido companheiro será dar continuidade à luta por um mundo de paz, justiça e igualdade.




quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Cuba organiza hoje campanha mundial pela libertação dos Cinco



Nesta quinta-feira (5) está sendo organizada uma campanha mundial pela libertação dos cinco antiterroristas cubanos presos indevidamente nos Estados Unidos. A mobilização será feita com o envio de um correio eletrônico, fax ou chamada telefônica ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

A página digital do Comitê Internacional pela Liberdade dos Cinco orienta que, de qualquer parte do mundo sejam enviadas mensagens ao mandatário para exigir que imediatamente liberte Gerardo, Ramón, Antonio e Fernando e que permita a René regressar a Cuba para junto de sua esposa e filhas.

O presidente Obama sabe que os Cinco são inocentes, pois isso lhe foi dito por intelectuais, religiosos, sindicalistas, estudantes, atores e artistas, parlamentares, prêmios Nobel e milhares de pessoas honestas de todas as partes do mundo, assinala o apelo.

Ele pode e deve pôr fim a 13 anos de injustiça. Só assim poderá ganhar o respeito da comunidade internacional que espera seu gesto humanitário que permita o imediato regresso dos antiterroristas a Cuba, para junto de seus familiares e seu povo, acrescenta o texto da campanha.

“Convidamos vocês a começar 2012 com uma ação coletiva singela pelos cinco patriotas cubanos que será bem mais efetiva se a realizamos no quinto dia do mês e em todas as partes do mundo, conclui a convocação à ação cívica”, diz o chamado.

Por todo o mundo existem comitês de libertação e grupos de solidariedade à libertação de Fernando González, Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e René González, este último sob as condições liberdade condicional por três anos sem poder sair dos EUA.

“Devemos ganhar a causa dos cinco antiterroristas cubanos informando e sensibilizando cada vez mais pessoas de todo o mundo”, afirmou recentemente Alicia Jrapko, integrante do Comitê Internacional pela libertação dos Cinco.

A ativista afirmou que os meios alternativos difundem o caso de Ramón, Gerardo, Fernando, Antonio e René, presos desde 1998 por monitorarem ações violentas contra Cuba, mas a grande imprensa silencia o caso.

Como mandar a mensagem? Basta copiar ou clicar no link abaixo e mandar sua mensagem mesmo em portugues:  http://www.whitehouse.gov/contact/submit-questions-and-comments


Abaixo instruções para pessoas que não leem inglês:

So deve preencher as perguntas que contem um asterisco (*)
Onde diz First Name escreva seu nome
Onde dz Last Name escriba seu sobrenome
Onde diz E-mail escreva seu correio electrónico

IMPORTANTE: "Type" não tem asterisco mas DEVE fazer clic em "Internacional" para poder continuar.
Onde diz Country escreva seu País
Onde diz Subject: escolha "Foreign Policy"
Onde diz Message escriba sua mensajem mas não ultrapasse os 2.500 caracteres.

Ao final escreva textualmente a frase que aparece na tela onde diz "type the two words" deixanso um espacio entre aas duas palabras.
Para enviar a mensagem clicar em Submit.



Com informações da Prensa Latina

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Haiti: Médicos cubanos são o maior segredo do mundo

Centenas de médicos cubanos ajudam o Haiti

Eles são os verdadeiros heróis do desastre do terremoto no Haiti, a catástrofe humana na porta da América, a qual Barack Obama prometeu uma monumental missão humanitária dos EUA para aliviar. Esses heróis são da nação arqui-inimiga dos Estados Unidos, Cuba, cujos médicos e enfermeiros deixaram os esforços dos EUA envergonhados.

Por Nina Lakhani no The Independent


Uma brigada de 1.200 médicos cubanos está operando em todo o Haiti, rasgado por terremotos e infectado com cólera, como parte da missão médica internacional de Fidel Castro, que ganhou muitos amigos para o Estado socialista, mas pouco reconhecimento internacional.

Observadores do terremoto no Haiti poderiam ser perdoados por pensar operações de agências de ajuda internacional e por os deixarem sozinhos na luta contra a devastação que matou 250 mil pessoas e deixou cerca de 1,5 milhões de desabrigados. De fato, trabalhadores da saúde cubanos estão no Haiti desde 1998, quando um forte terremoto atingiu o país. E em meio a fanfarra e publicidade em torno da chegada de ajuda dos EUA e do Reino Unido, centenas de médicos, enfermeiros e terapeutas cubanos chegaram discretamente. A maioria dos países foi embora em dois meses, novamente deixando os cubanos e os Médicos Sem Fronteiras como os principais prestadores de cuidados para a ilha caribenha.

Cólera

Números divulgados na semana passada mostram que o pessoal médico cubano, trabalhando em 40 centros em todo o Haiti, tem tratado mais de 30 mil doentes de cólera desde outubro. Eles são o maior contingente estrangeiro, tratando cerca de 40% de todos os doentes de cólera. Um outro grupo de médicos da brigada cubana Henry Reeve, uma equipe especializada em desastre e em emergência, chegou recentemente, deixando claro que o Haiti está se esforçando para lidar com a epidemia que já matou centenas de pessoas.

Desde 1998, Cuba treinou 550 médicos haitianos gratuitamente na Escola Latino-americana de Medicina em Cuba (Elam), um dos programas médicos mais radicais do país. Outros 400 estão sendo treinados na escola, que oferece ensino gratuito — incluindo livros gratuitos e um pouco de dinheiro para gastar — para qualquer pessoa suficientemente qualificada e que não pode pagar para estudar Medicina em seu próprio país.

Segredo do mundo

John Kirk é um professor de Estudos Latino-americanos na Universidade Dalhousie, no Canadá, que pesquisa equipes médicas internacionais de Cuba. Ele disse: "A contribuição de Cuba, como ocorre agora no Haiti, é o maior segredo do mundo. Eles são pouco mencionados, mesmo fazendo muito do trabalho pesado.".

Esta tradição remonta a 1960, quando Cuba enviou um punhado de médicos para o Chile, atingido por um forte terremoto, seguido por uma equipe de 50 a Argélia em 1963. Isso foi apenas quatro anos depois da Revolução.

Operação Milagre

Os médicos itinerantes têm servido como uma arma extremamente útil da política externa e econômica do governo, gahando amigos e favores em todo o globo. O programa mais conhecido é a "Operação Milagre", que começou com os oftalmologistas tratando os portadores de catarata em aldeias pobres venezuelanos em troca de petróleo. Esta iniciativa tem restaurado a visão de 1,8 milhões de pessoas em 35 países, incluindo o de Mario Terán, o sargento boliviano que matou Che Guevara em 1967.

A Brigada Henry Reeve, rejeitada pelos estadunidenses após o furacão Katrina, foi a primeira equipe a chegar ao Paquistão após o terremoto de 2005, e a última a sair seis meses depois.

A Constituição de Cuba estabelece a obrigação de ajudar os países em pior situação, quando possível, mas a solidariedade internacional não é a única razão, segundo o professor Kirk. "Isso permite que os médicos cubanos, que são terrivelmente mal pagos, possam ganhar dinheiro extra no estrangeiro e aprender mais sobre as doenças e condições que apenas estudaram. É também uma obsessão de Fidel e ele ganha votos na ONU."

Um terço dos 75 mil médicos de Cuba, juntamente com 10 mil trabalhadores de saúde, estão atualmente trabalhando em 77 países pobres, incluindo El Salvador, Mali e Timor Leste. Isso ainda deixa um médico para cada 220 pessoas em casa, uma das mais altas taxas do mundo, em comparação com um para cada 370 na Inglaterra.

Onde quer que sejam convidados, os cubanos implementam o seu modelo de prevenção com foco global, visitando famílias em casa, com monitoração proativa de saúde materna e infantil. Isso produziu "resultados impressionantes" em partes de El Salvador, Honduras e Guatemala, e redução das taxas de mortalidade infantil e materna, redução de doenças infecciosas e deixando para trás uma melhor formação dos trabalhadores de saúde locais, de acordo com a pesquisa do professor Kirk.

Médico da família

A formação médica em Cuba dura seis anos — um ano mais do que no Reino Unido — após o qual todos trabalham após a graduação como um médico de família por três anos no mínimo. Trabalhando ao lado de uma enfermeira, o médico de família cuida de 150 a 200 famílias na comunidade em que vive.

Este modelo ajudou Cuba a alcançar alguns índices invejáveis de melhoria em saúde no mundo, apesar de gastar apenas $ 400 (R$ 749) por pessoa no ano passado em comparação com $ 3.000 (R$5.618) no Reino Unido e $ 7.500 (R$ 14.046) nos EUA, de acordo com Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento.

A taxa de mortalidade infantil, um dos índices mais confiáveis da saúde de uma nação, é de 4,8 por mil nascidos vivos — comparável com a Grã-Bretanha e menor do que os EUA. Apenas 5% dos bebês nascem com baixo peso ao nascer, um fator crucial para a saúde a longo prazo, e a mortalidade materna é a mais baixa da América Latina, mostram os números da Organização Mundial de Saúde.

As policlínicas de Cuba, abertas 24 horas por dia para emergências e cuidados especializados, é um degrau a partir do médico de família. Cada uma prevê 15 a 35 mil pacientes por meio de um grupo de consultores em tempo integral, assim como os médicos de visita, garantindo que a maioria dos cuidados médicos são prestados na comunidade.

Imti Choonara, um pediatra de Derby, lidera uma delegação de profissionais de saúde internacionais, em oficinas anuais na terceira maior cidade de Cuba, Camagüey. "A saúde em Cuba é fenomenal, e a chave é o médico de família, que é muito mais pró-ativo, e cujo foco é a prevenção. A ironia é que os cubanos vieram ao Reino Unido após a revolução para ver como o HNS [Serviço Nacional de Saúde] funcionava. Eles levaram de volta o que viram, refinaram e desenvolveram ainda mais, enquanto isso estamos nos movendo em direção ao modelo dos EUA ", disse o professor Choonara.

Embargo estadunidense

A política, inevitavelmente, penetra muitos aspectos da saúde cubana. Todos os anos os hospitais produzem uma lista de medicamentos e equipamentos que têm sido incapazes de acesso por causa do embargo americano, o qual que muitas empresas dos EUA de negociar com Cuba, e convence outros países a seguir o exemplo. O relatório 2009/10 inclui medicamentos para o câncer infantil, HIV e artrite, alguns anestésicos, bem como produtos químicos necessários para o diagnóstico de infecções e órgãos da loja. Farmácias em Cuba são caracterizados por longas filas e estantes com muitos vazios. Em parte, isso se deve ao fato de que eles estocam apenas marcas genéricas.

Antonio Fernandez, do Ministério da Saúde Pública, disse: "Nós fazemos 80% dos medicamentos que usamos. O resto nós importamos da China, da antiga União Soviética, da Europa — de quem vender para nós — mas isso é muito caro por causa das distâncias."

Em geral, os cubanos são imensamente orgulhosos e apóiam a contribuição no Haiti e outros países pobres, encantados por conquistar mais espaço no cenário internacional. No entanto, algumas pessoas queixam-se da espera para ver o seu médico, pois muitos estão trabalhando no exterior. E, como todas as commodities em Cuba, os medicamentos estão disponíveis no mercado negro para aqueles dispostos a arriscar grandes multas se forem pegos comprando ou vendendo.

As viagens internacionais estão além do alcance da maioria dos cubanos, mas os médicos e enfermeiros qualificados estão entre os proibidos de deixar o país por cinco anos após a graduação, salvo como parte de uma equipe médica oficial.

Como todo mundo, os profissionais de saúde ganham salários miseráveis em torno de 20 dólares (R$ 37,50) por mês. Assim, contrariamente às contas oficiais, a corrupção existe no sistema hospitalar, o que significa que alguns médicos e até hospitais, estão fora dos limites a menos que o paciente possa oferecer alguma coisa, talvez almoçar ou alguns pesos, para tratamento preferencial.

Investimento e formação

Empresas internacionais de Cuba na área da saúde estão se tornando cada vez mais estratégicas. No mês passado, funcionários mantiveram conversações com o Brasil sobre o desenvolvimento do sistema de saúde pública no Haiti, que o Brasil e a Venezuela concordaram em ajudar a financiar.

A formação médica é outro exemplo. Existem atualmente 8.281 alunos de mais de 30 países matriculados na Elam, que no mês passado comemorou o seu 11 º aniversário. O governo espera transmitir um senso de responsabilidade social para os alunos, na esperança de que eles vão trabalhar dentro de suas próprias comunidades pobres pelo menos cinco anos.

Damien Joel Soares, 27 anos, estudante de segundo ano de New Jersey, é um dos 171 estudantes estadunidenses; 47 já se formaram. Ele rejeita as alegações de que Elam é parte da máquina de propaganda cubana. "É claro que Che é um herói, mas aqui isso não é forçado garganta abaixo."

Outros 49 mil alunos estão matriculados no "Novo Programa de Formação de Médicos Latino-americanos", a ideia de Fidel Castro e Hugo Chávez, que prometeu em 2005 formar 100 mil médicos para o continente. O curso é muito mais prático, e os críticos questionam a qualidade da formação.

O professor Kirk discorda: "A abordagem high-tech para as necessidades de saúde em Londres e Toronto é irrelevante para milhões de pessoas no Terceiro Mundo que estão vivendo na pobreza. É fácil ficar de fora e criticar a qualidade, mas se você está vivendo em algum lugar sem médicos, ficaria feliz quando chegasse algum."

Há nove milhões de haitianos que provavelmente concordariam.

Tradução: Carta Maior