terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Bloqueio a Cuba é política permanente dos Estados Unidos


No contexto das complicadas relações entre Estados Unidos e Cuba, o professor Luis Renê Fernandez-Tabio é um dos acadêmicos que mais se aprofundaram no tema, com 20 anos de experiência profissional vinculados aos estudos da política gerada em Washington, entre outras disciplinas sociológicas e científicas com impacto internacional.

Fernández-Tabio é pesquisador do Centro de Estudos Hemisféricos e sobre os Estados Unidos da Universidade de Havana (CEHSEU), e antes esteve vinculado ao Centro de Pesquisas sobre Ásia, África e América Latina, do Instituto de Ciências Sociais, com sede na capital de Cuba.

Ele é também doutor em Economia da Universidade de Havana e mestre da Universidade de Carleton, Ottawa, no Canadá, e foi entrevistado por Prensa Latina.

Prensa Latina: Professor, chegando ao final do ano de 2011, poderia falar-se neste período de uma “flexibilização” do bloqueio imposto pelos Estados Unidos a Cuba?
Fernandez-Tabio: Embora há muitos anos a política dos Estados Unidos em relação a Cuba continue centrada nas sanções econômicas, as autoridades norte-americanas na prática a definem como uma estratégia baseada nas chamadas "Duas vias".

No governo de George W. Bush tendeu-se a restringir a implementação da chamada segunda via que é – explicando em grandes traços – o esforço sistemático de Washington por influir na sociedade e realidade cubanas a partir das comunicações, viagens familiares e remessas monetárias.

Durante a administração de Clinton, esta mesma política era definida como a chamada diplomacia povo a povo.

É certo que Barack Obama flexibilizou algumas medidas relacionadas com as viagens e as remessas. Estes grupos de medidas e outras táticas aplicadas por Obama, como um discurso mais moderado e um relativo maior nível de comunicações, são elementos positivos em certo sentido.

Contudo, deve ficar claro que nenhuma dessas medidas elimina o bloqueio, nem as sanções unilaterais, que têm funcionado tal como na época da administração de Bush. Hoje se mantêm o bloqueio e as sanções a Cuba no mesmo nivel.

O organismo encarregado de aplicar o bloqueio, dentro do esquema do Departamento do Tesouro, é conhecido por sua sigla em inglês: Ofac. Esta entidade ditou sanções muito fortes a organizações e bancos que mantiveram alguma relação econômica com Cuba, dificultando em um grau extremo vínculos da Ilha com outras nações.

Esta é uma política de ingerência que não tem cessado. Recentemente, se aplicou um castigo deste tipo contra um banco alemão, o Commerzbank, por meio de uma multa de US$ 175,5 mil. São elementos que evidenciam que a política coercitiva contra Cuba se mantém.

O bloqueio não foi aliviado em nenhum sentido, ao tempo em que essas medidas da mencionada segunda via têm voltado ao nível do período da administração Clinton, e inclusive em alguns aspectos se ampliaram ainda mais.

O atual presidente estadunidense facilitou algumas ações relacionadas com viagens e remessas monetárias. Sem dúvida, um elemento positivo, mas assim como o bloqueio se mantém intacto em todas as suas partes, praticamente similar ao momento em que Obama entrou na Casa Branca.

A complexa engrenagem do cerco econômico e financeiro não permite relações diretas entre entidades empresariais cubanas e entes comerciais norte-americanos, e torna mais difícil as possibilidades de viagens, as compras de alimentos e outras mercadorias, devido ao labirinto dos créditos e a exigência de pagamentos em dinheiro e à vista, entre outros requerimentos pesados.


PL: Como você avalia as últimas ações e reações contra Cuba impulsionadas pela comunidade direitista conservadora cubano-americana, radicada majoritariamente nas cidades de Miami e Nova Jersey?
FT: As pesquisas mais recentes demonstram que, do total dos residentes ou vinculados a essa mesma comunidade cubano-americana, 61% se opõem à introdução de leis que pretendam restringir, por exemplo, as viagens familiares à nação caribenha. E entre aqueles cidadãos registrados como votantes, o critério é que 54% se opõem a este tipo de normas.

Isto é um fato que sem dúvida põe para pensar setores da direita que sempre trataram de manipular as políticas em relação a Cuba. Um setor que não quer que estas mudanças ocorram porque conhece que tais tendências pressagiam o fim do bloqueio.

Um setor de direita que não quer que estas aberturas aconteçam porque sabe ademais que isto beneficiaria o povo cubano quanto à renda através do setor do turismo.

Neste ponto, os próprios princípios que Washington pretende defender em sua filosofia são prejudicados por uma política de pressão e bloqueio a Cuba, ou seja, são prejudicadas as próprias liberdades individuais dos estadunidenses, que hoje não podem viajar livremente a Cuba.

A última rejeição ao bloqueio que se conseguiu dentro dos setores progressistas por meio de diversas atividades dá uma esperança no sentido de que é possível frear medidas como a recém impugnada emenda maquinada pelos congressistas Marco Rubio e Mario Diaz-Balart, um plano que teria revertido o tema das viagens a Cuba.

Estas forças progressistas que já viveram essas sanções durante a administração Bush se uniram e conseguiram impedir esse passo. Isso não significa que devam ser esperadas outras mudanças mais radicais, mas é um tipo de anteparo, porque é a primeira vez que se fecham as portas no Congresso a uma medida de tal natureza.

A maioria dos emigrados cubanos residentes nos Estados Unidos depois dos anos 1980 e 1990 são os que mais têm relações com Cuba e mais vínculos familiares e, portanto, sabem que estas leis os afetariam muito.

Eles representam a existência de uma maioria de cidadãos cubano-americanos, que a partir de dentro dos Estados Unidos se manifesta, em diferentes níveis, contra o bloqueio imposto por Washington há meio século.

Também devemos esclarecer que as pesquisas refletem que não se trata de uma massa homogênea. Os emigrados mais recentes são os mais favoráveis às medidas de alívio, em geral estamos diante de expressões que provavelmente estão entrando em um novo momento histórico.


PL: Que conclusão podemos extrair a respeito da histórica, insistente e sustentada política hostil e agressiva do governo dos Estados Unidos para com Cuba?
FT: Desde o tempo dos chamados pais fundadores, os Estados Unidos têm demonstrado interesse na posse de Cuba, entre outros aspectos, por sua situação geográfica. Historicamente, os Estados Unidos trataram de absorver a Ilha para que este país regressasse à esfera de influência norte-americana, isso tem sido um elemento permanente e que perdurará.

Os Estados Unidos consideram Cuba um espaço estratégico econômico fundamental e sobre essa questão não há discussões possíveis por parte da classe política dominante em Washington. As variações sobre este tema estão somente nos métodos para fazer valer este antigo objetivo da Casa Branca.

Todas as políticas norte-americanas estão montadas nessas alternativas únicas, que baseiam suas metas de mudar Cuba e tentar desenhar um país que incube sua rendição política perante o vizinho poderoso do norte.

Não importa quantas condenações das Nações Unidas o bloqueio receba, os Estados Unidos mantêm um sistema estratégico arbitrário que eles identificam como unilateralismo. Atuem com ou sem a anuência da ONU, as diretrizes do poder estadunidense são sempre agir unilateralmente.

Eles consideram que podem fazê-lo porque se consideram a única superpotência global sobretudo em duas frentes importantes: a militar e o setor midiático, da informação.

Não obstante, ao constatar exemplos como a recente constituição da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, entre outros foros continentais, confirmamos que já estão muito longe os tempos em que os Estados Unidos podiam pressionar a América Latina, como elo de suas manobras para tratar de alcançar suas velhas e sempre frustradas pretensões de isolar Cuba.


*Chefe da Redação de América do Norte da Prensa Latina.
Por Jorge V. Jaime *

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Há 146 milhões de crianças desnutridas; nenhuma é cubana

Em Cuba não há desnutrição infantil

No último balanço do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lê-se que atualmente existem no mundo 146 milhões de crianças menores de 5 anos com graves problemas de desnutrição. De acordo com este documento, 28% são de África, 17% do Médio Oriente, 15% da Ásia, 7% da América Latina e Caribe, 5% da Europa e 27% de outros países em desenvolvimento.O relatório é inequívoco e informa que Cuba já não tem este problema, sendo o único país da América Latina que eliminou definitivamente a desnutrição infantil e que tudo tem feito para melhorar a alimentação, especialmente nos grupos mais vulneráveis. A própria Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) reconhece Cuba como a nação com mais avanços neste capítulo em toda a América Latina.



Isto deve-se fundamentalmente a que o Estado cubano garante uma cesta básica alimentar e promove os benefícios da lactância materna, complementando-a com outros alimentos até os seis meses e fazendo a entrega diária de um litro de leite para todas as crianças dos zero aos sete anos de idade, em conjunto com outros alimentos como compotas, frutas e legumes, os quais são distribuídos de forma equitativa.

Em Cuba a saúde é garantida a todas as crianças, mesmo antes de nascerem com o controle materno-infantil, não existindo crianças desprotegidas e a viverem na rua. Em Cuba todas as crianças constituem uma prioridade e por isso não sofrem as carências de outras espalhadas por várias partes do mundo, onde são abandonadas ou exploradas.

Quer nos círculos infantis (creches) quer nas escolas primárias, as crianças cubanas têm se beneficiado do contínuo melhoramento da sua alimentação quanto a componentes dietéticos, lácteos e proteicos, que são repartidos gratuitamente em todo o país.

A Organização das Nações Unidas (ONU) situa Cuba na vanguarda do cumprimento material do desenvolvimento humano, considerando que até 2015 será completamente eliminada a pobreza e garantida a sustentabilidade ambiental, isto apesar das dificuldades ao longo dos mais de 50 anos de bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos sucessivos governos dos Estados Unidos da América.

Embora a verdade confirmada pelas várias instituições internacionais de reconhecida credibilidade e mérito desagrade muita gente, é possível afirmar que, dos 146 milhões de crianças desnutridas em todo o mundo, nenhuma dela é cubana.

 
Fonte: Solidários

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sócrates, o revolucionário do futebol




Na madrugada de domingo, mais precisamente às 4h30, morreu o ex-jogador Sócrates, no hospital Albert Einstein em São Paulo. A causa anunciada foi uma infecção generalizada. Com 57 anos, essa foi a terceira internação nos últimos meses. Desta vez, a infecção intestinal se generalizou, afetando outros órgãos.

Desde as outras internações, o ex-atleta batalhou contra uma cirrose hepática, que causou hemorragia e problemas sérios no esôfago. De acordo com o portal UOL, Sócrates começou a passar mal após um almoço em um hotel em São Paulo na quinta-feira (1º). Ele pode ter sofrido a infecção intestinal em função de uma bactéria.

Na primeira internação em agosto, Sócrates ficou oito dias na UTI, quando veio a público seu problema com o alcoolismo. Aliviado quando deixou o hospital, o ex-jogador afirmou que tinha vencido a luta que ainda o “incomodaria bastante”.


Revolucionário

O paraense Sócrates Brasileiro iniciou sua carreira no Botafogo de Ribeirão Preto. Depois, se tornou um dos maiores ídolos da história do Corinthians e da seleção brasileira. Formado em medicina pela Universidade de São Paulo, o que mais marcou a biografia do Magrão, como era chamado pelos amigos, foi sua inteligência incomum. Da formação acadêmica, herdou outro apelido, Doutor.

Sua capacidade intelectual não foi só usada para ser um destacado jogador pensante dentro das quatro linhas. Ela foi usada para ser um pensador que marcou época fora delas. Assumidamente de esquerda, um dos seus maiores feitos foi liderar a Democracia Corintiana, um movimento que estabelecia poderes aos jogadores nas decisões do clube.

Na sua vida política, o ex-jogador se engajou de cabeça em várias lutas como nas Diretas Já, nos anos 1980. Revolucionário, chegou a estudar a proposta de comandar a seleção de Cuba, “como forma de ajudar a revolução de Fidel”, como declarou na época. O mesmo Fidel que Doutor homenageou dando esse nome ao primeiro filho.

Colunista

Nos últimos anos, o ex-jogador foi colunista da revista Carta Capital. Na edição de semana passada, ele mostrava seu lado nas palavras. Em sua coluna, elogiou revolucionários do mundo inteiro que tinham “um sonho”. Enumerou seus ídolos, no Brasil e fora dele. Falou de Martin Luther King, Daniel Cohn-Bendit, Ellen Sirleaf, Tawakul Karman e Nelson Mandela. Dos brasileiros, citou Luiz Carlos Prestes e Antonio Conselheiro.

O ex-jogador deixa mulher e filhos. Raí, também jogador de futebol e um dos seus irmãos, ficou famoso por ser ídolo no São Paulo na década de 1990.


SOLIDARIEDADE A CUBA

Sócrates foi um eterno defensor da Revolução Cubana tanto que, para homenageá-la, deu ao seu filho mais novo o nome de Fidel. Recentemente, numa entrevista à jornalista Marilia Gabriela, fez uma vibrante defesa do socialismo cubano e do seu direito de Cuba escolher seu próprio caminho sem intervenção de terceiros.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Chávez recebe Dilma para cúpula que tem sentido anti-imperialista




O líder anti-imperialista Hugo Chávez, presidente da República Bolivariana da Venezuela, recebeu nesta quinta-feira (1º) a presidente brasileira Dilma Rousseff.


Dilma desembarcou no fim da tarde em Caracas, onde participará da reunião de cúpula de criação da Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe), que reunirá os países das Américas, com exceção dos Estados Unidos, país imperialista cujas políticas de dominação causaram tantos danos à América Latina, e do Canadá.

A presidente brasileira terá reuniões bilaterais com Chávez e Evo Morales, presidente da Bolívia. Numa demonstração do elevado nível de hospitalidade dos revolucionários bolivarianos, a guarda de honra da Presidência venezuelana entoou o hino nacional em português em homenagem à presidente Dilma, que se reuniu com o presidente Chávez e ministros dos dois países.

A agenda dos dois chefes de Estado prevê que eles revisarão acordos na área de habitação e energia. Questionado sobre a difícil negociação entre a estatal petroleira venezuelana PDVSA e a Petrobras para a construção de uma refinaria conjunta em Pernambuco, o mandatário venezuelano disse que o projeto "vai adiante".

Nesta sexta (2) os presidentes Chávez e Dilma e outros 29 mandatários se reunirão para fundar a Celac. A reunião de cúpula se encerra no sábado. Entusiasta da Celac, Chávez disse ontem que o organismo representa o fim da Doutrina Monroe, "a América para os americanos". É um ponto de chegada depois de 200 anos de batalha. "Não estou exagerando", disse o líder anti-imperialista.

Efetivamente, a criação da Celac é um duro golpe nas pretensões neocolonialistas de Washington. Quando soarem os acordes dos hinos dos bravos povos latino-americanos, se ouvirá o dobre de finados do panamericanismo estadunidense. A Celac tem objetivamente sentido anti-imperialista

Encontro com Lula

O presidente Chávez confirmou que pretende viajar ao Brasil para fazer uma visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que combate um câncer de laringe.

Convalescente também de um câncer, Chávez informou que falou com Lula em três ocasiões desde que o brasileiro iniciou o tratamento e que ambos acordaram realizar uma cúpula "dos que venceram o câncer".

Chávez não mencionou datas para o encontro no Brasil, mas na semana passada a assessoria de Lula informou que a visita poderia ocorrer antes de 10 de dezembro, posse da presidente reeleita da argentina, Cristina Kirchner.

"Como Lula vinha me visitar e não pode, agora eu tenho que ir vê-lo. Você sabe que eu e Lula somos irmãos, somos mais que irmãos", disse Chávez a jornalistas, nos jardins do palácio presidencial de Miraflores, momentos antes de receber Dilma.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Fidel Castro felicita os esportistas cubanos no Pan

Atletas cubanas comemoram a vitória


O líder da Revolução cubana, Fidel Castro, felicitou os esportistas do país caribenho participantes nos 16º Jogos Pan-Americanos Guadalajara 2011, onde ascenderam à segunda posição na tabela geral de medalhas.



Felicito-os fortemente, já ninguém poderá lhes arrebatar a posição de honra que ganharam , expressa Fidel Castro em suas Reflexões difundidas com o título “O papel genocida da Otan” (quarta parte).

No documento, Fidel diz que apesar de seu trabalho, segue de perto os eventos na cidade mexicana.

Nosso país, afirma, orgulha-se desses jovens que são exemplos para o mundo por seu desinteresse e espírito de solidariedade.

Depois de recordar alguns elementos que escreveu em março passado quando se preparava a agressão a Líbia, Fidel Castro assegura que qualquer pessoa honesta capaz de observar com objetividade os acontecimentos pode apreciar a periculosidade do conjunto de ocorrências cínicas e brutais que marcam a política dos Estados Unidos.

Isso explica a vergonhosa solidão desse país no debate da Organização das Nações Unidas sobre a necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba , sublinha.

Prensa Latina

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Assembleia Geral da ONU exige fim de bloqueio contra Cuba



Bruno Rodriguez, chanceler de Cuba, na ONU

A Assembleia Geral da ONU exigiu nesta terça-feira (25), pelo vigésimo ano consecutivo, o fim do bloqueio norte-americano imposto a Cuba há meio século, em uma resolução adotada por uma maioria esmagadora de 186 países.

A resolução foi adotada por 186 votos a favor, apenas dois contra (Estados Unidos e Israel) e três abstenções.

"O dano econômico direto contra o povo cubano supera os 975 bilhões de dólares", disse o chanceler cubano Bruno Rodríguez, ao defender a resolução que condena o bloqueio e exige seu fim diante da Assembleia Geral reunida em Nova York.

Rodríguez lembrou que em 1991 e no ano seguinte foi incluída pela primeira vez a questão de eliminar o bloqueio contra Cuba, em um momento em que os Estados Unidos pretendiam, com "cruel oportunismo", apertar o cerco contra a ilha, após a queda do bloco soviético.

Naquele ano, a sessão ordinária aprovou por 59 votos a favor, três contra e 71 abstenções a primeira resolução condenando o bloqueio e cobrando seu levantamento. Desde então, a cada novo ano, a Assembleia aprova uma resolução intitulada "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba".

"É inacreditável o fato de que, 20 anos depois, esta Assembleia continue considerando este assunto", afirmou Rodriguez, reiterando que "os Estados Unidos nunca ocultaram que seu objetivo é derrubar o governo revolucionário" cubano.

"Por que o governo Obama não se ocupa dos problemas dos EUA e deixa nós cubanos resolvermos em paz e sossegados os nossos"?, questionou.

De acordo com o chancelar a condeação ao bloqueio já é um dos temas tradicionais na Assembleia Geral, "que reúne os pronunciamentos mais reiterados, com o apoio mais contundente e esmagador, o que mostra mais claramente o incômodo isolamento do país agressor e a resistência heroica de um povo que se nega a ceder os seus direitos soberanos".

Segundo Bruno Rodriguez, o que os Estados Unidos querem que Cuba mude, não será transformado. "O governo de Cuba permanecerá o governo do povo, pelo povo e para o povo. Nossas eleições não serão leilões. Não teremos campanhas eleitorais de 4 bilhões de dólares, nem um Parlamento com o apoio de 13% dos eleitores. Não teremos elites políticas corruptas separadas do povo. Continuaremos a ser uma verdadeira democracia e não uma plutocracia. Defenderemos o direito à informação verdadeira e objetiva", discursou.

Rodríguez afirmou ainda que os "vínculos familiares e o limitado intercâmbio cultural, acadêmico e científico entre os EUA e Cuba já demonstram como positiva seria a expansão destas ligações para o benefício dos dois povos, sem as restrições e limitações impostas por Washington".

"A proposta de Cuba para avançar no sentido da normalização das relações e ampliar a cooperação bilateral em diversas áreas continua", afirmou, agredecendo o apoio de todos os países que, nesses 20 anos, têm votado a favor do fim do bloqueio.

Com agências

domingo, 16 de outubro de 2011

MANIFESTAÇÃO DA ACJM-BAHIA E CEBRAPAZ NA I FLICA


Membros da ACJM e CEBRAPAZ com Fernando Morais na I FLICA



A Associação José Martí da Bahia (ACJM-Bahia) e o CEBRAPAZ Núcleo Bahia deram o tom político da Sessão de abertura da I Feira Literária Internacional de Cachoeira - I Flica, realizando uma bela manifestação pelo retorno imediato de René Gonzalez ao seu lar em Cuba após cumprir 13 anos de prisão injusta e ilegal em prisões masmorras nos Estados Unidos, onde ainda continuam os seus 4 compatriotas que se infiltraram secretamente nos círculos terroristas de Miami para evitar que se consumassem os atentados terroristas que lá se organizava conta o povo e o Estado cubano.

O presidente Obama deve ouvir o clamor internacional pelo retorno imediato de René a Cuba e a libertação também dos seus 4 companheiros, todos heróis do povo cubano, que no curto espaço de tempo que conviveram com os assassinos a serviço do império, evitaram sequestros de aviões, barcos e explosões em hotéis e locais de grandes concentrações em Cuba, até planos de assassinato do Comandante Fidel Castro.

O lançamento do livro "Os Últimos Soldados da Guerra Fria" do jornalista Fernando Morais,  mote da manifestação, foi um bom sinal de que a  Feira Literária Internacional de Cachoeira nasceu pra contribuir com a luta do povo por liberdade, justiça e cultura. 

Fernando Morais apreciou a presença da ACJM e do CEBRAPAZ e se juntou à  manifestação pelos 5 patriotas cubanos tão logo chegou à Flica.


Fonte: Antonio Barreto, Presidente da ACJM-Bahia.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Brasil e Cuba se unem para desenvolver pesquisa contra o câncer

Os governos de Cuba e do Brasil começarão a desenvolver pesquisas conjuntas sobre medicações contra o câncer, divulgou nesta quarta-feira (12) o CIM (Centro de Imunologia Molecular) da industria biotecnológica cubana, em Havana.

A gerente de comercialização da CIMAB, empresa encarregada da distribuição dos produtos da CIM, Norkis Arteaga, afirmou que se tratam de "cinco pesquisas" a respeito do uso de um anticorpo específico em casos da enfermidade detectados "no colo do útero, no esôfago, no sistema nervoso, na cabeça e no pescoço".

Arteaga acrescentou, em uma entrevista concedida à agência cubana de notícias Prensa Latina, que uma espécie diferente será testada em "tumores de pulmão".

Ela também disse acreditar que uma série de convênios firmados com o Brasil recentemente consolidarão a cooperação bilateral nas áreas de saúde. "É da vontade do governo brasileiro assimilar a tecnologia cubana para produzir estes compostos", publicou a agência. De acordo com a gerente, o centro estatal está expandido seus mercados na América Latina, na Ásia e na África.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Libertado nos EUA o antiterrorista cubano René González

O antiterrorista cubano René González, preso nos Estados Unidos há 13 anos, foi libertado nesta sexta (7). Ele ainda deverá permanecer nesse país sob liberdade vigiada por três anos.

González saiu da penitenciária às 4h30 desta sexta (7). Ele era aguardado por suas duas filhas, Irma e Ivette, seu irmão, Roberto, e seu pai, Cándido, além de seu advogado, Philip Horowitz, como informou a Telesur.

Os cubanos aguardaram atentos à libertação de González. Os outros quatro antiterroristas, Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e Fernando González, cumprem condenações, cujas penas chegam a prisão perpétua dupla mais 15 anos de prisão por informar sobre planos criminosos de grupos anticubanos na Flórida (EUA).

No dia 12 de setembro, durante o ato central da Jornada de Solidariedade com os antiterroristas, o presidente do Parlamento, Ricardo Alarcón, sustentou que a impossibilidade de que González regresse imediatamente a Cuba constitui uma injusta sanção adicional para ele e sua família.

Mas, advertiu, significa igualmente um desafio para a administração Obama, que "oxalá saiba enfrentar com sabedoria e sentido comum".

Autoridades e veículos de comunicação da nação antilhana, juntamente com vozes solidárias de todo o mundo, têm alertado sobre os perigos que a decisão da juíza Joan Lenard acarreta sobre a vida do antiterrorista.

Recentemente, a congressista republicana Ileana Ros-Lehtinen, de origem cubana, afirmou que González é um "vilão" com as "mãos manchadas de sangue", e acrescentou que é "muito preocupante" sua libertação.

Para a coordenadora do Comitê Nacional pela Libertação dos Cinco nos Estados Unidos, Glória Riva, essa acusação deve ser considerada como um chamado que incita a violência contra o antiterrorista.



Com informações da Prensa Latina

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Ministro de Cuba pede ajuda ao Brasil para libertar cinco cubanos

                                      Chanceler cubano se reúne com parlamentares brasileiros




O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrila, visitou o Congresso Nacional na manhã desta quinta-feira (29). Aos senadores, pediu apoio internacional para a libertação de cinco cubanos que estão detidos nos Estados Unidos. Na quarta-feira (28), com o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, Parrila fez o mesmo apelo para a solução do impasse.

De acordo com o chanceler, o apoio internacional à causa pressionará a libertação dos prisioneiros e proporcionará a correção de uma "injustiça".

“Eu quero agradecer ao Parlamento brasileiro pela postura em defesa dos direitos humanos internacionais. Pode-se afirmar que, para o nosso povo, é motivo de muita emoção ver a atuação deste Grupo Parlamentar em defesa de Cuba”, disse o ministro, referindo-se ao Grupo Parlamentar Brasil-Cuba, que existe há 22 anos e atualmente é presidido pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

A senadora afirmou que “nós soubemos da campanha mundial por essa libertação e conseguimos uma autorização do governo norte-americano para fazer uma visita oficial e formal aos prisioneiros. O documento está em tramitação na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE)”, anunciou.

Também participaram do encontro os senadores José Pimentel (PT-CE) e Lídice da Mata (PSB-BA).

Motivo da visita

O ministro também se encontrou com os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS). Eles lembraram o 25º aniversário do reatamento das relações diplomáticas entre Brasil e Cuba.

O chanceler cubano explicou que a sua visita ao Brasil tem como objetivo reforçar o desejo de intensificar as parcerias existentes e incrementar o comércio bilateral.
De acordo com o Itamaraty, o comércio entre Cuba e o Brasil tem aumentado significativamente nos últimos anos.

Em 2010, as negociações entre os dois países atingiram US$488,2 milhões. Em 2011, o intercâmbio bilateral somou US$413 milhões até o mês de agosto. Os principais produtos exportados pelo Brasil para Cuba são óleo de soja, cereais e carnes.

Um dos acordos mais importantes em vigor é o da construção do Porto de Mariel, que será o maior de Cuba, e deve ser concluída em dezembro de 2013.

Parrilla também destacou as características culturais comuns entre os dois países e elogiou o crescimento da importância do Brasil no cenário mundial.

De Brasília
Com agências

domingo, 25 de setembro de 2011

Ministro da Suprema Corte argentina pede a Obama libertação dos 'Cinco cubanos'

Zaffaroni pede pelo Cinco


"A fortaleza não implica crueldade". Essa foi a frase que resumiu a carta escrita pelo juiz da Corte Suprema da Argentina, Eugenio Raúl Zaffaroni, ao presidente Barack Obama, em defesa da libertação dos cinco cubanos acusados de espionagem e presos há 13 anos nos Estados Unidos.

Zaffaroni, que é professor emérito da Universidade de Buenos Aires, lembrou que o processo no qual foram condenados Ramón Labañino, Antonio Guerrero, Fernando González, René González y Gerardo Hernández “resulta pelo menos discutível ou pouco transparente, o que inclusive é reconhecido nos âmbitos adequados da ONU.”

Segundo o magistrado argentino, “o passar do tempo transformou a questão jurídica em matéria política, o que torna muito difícil chegar ao fundo da questão de forma imparcial”, e por isso Obama deve considerar a comutação das penas para “pôr fim a uma situação duvidosa que a estas alturas não pode ser resolvida por meio de decisões jurisdicionais”.

Símbolo da disputa entre os EUA e a ilha então comandada por Fidel Castro, os cinco cubanos foram presos por agentes do FBI em 1998. Descobertos ao lado de outros agentes —que conseguiram a liberdade após se declararem culpados e revelarem como o grupo operava—, "Os Cinco" se mantiveram em silêncio e foram condenados a penas que variam entre 15 anos e prisão perpétua por espionagem e conspiração.

Segundo as autoridades cubanas, eles eram agentes do país que atuavam em território norte-americano para impedir atos terroristas contra Cuba—especialmente de grupos exilados após a revolução de 1959 na região de Miami. Havana assegura que eles não representavam ameaça para a segurança dos Estados Unidos. O grupo permanece recluso em penitenciárias de segurança máxima.

Críticos da condenação, como a ONG Anistia Internacional, afirmam que os ex-agentes não tiveram um processo justo, e que a decisão da Justiça norte-americana foi política, por conta da falta de evidências durante o julgamento.

Na carta a Obama Eugenio Zaffaroni diz ainda que, na hipótese de os acusados serem culpados, suas penas não devem ser “cruéis” ou “desproporcionais”. Para ele, os cubanos não representam à segurança do país um risco “de tal magnitude, que mereça uma pena maior que a que já cumpriram os mencionados cidadãos”.

Zaffaroni ressalta que durante a atividade dos cubanos no país “não se produziu a morte de nenhuma pessoa nem se pôs em perigo concreto a vida de ninguém”, e que a magnitude das condenações “excedem em quase todos os casos a vida útil dessas pessoas”, equivalendo a penas de morte.

O juiz afirma saber que as razões de política interna poderiam ser um obstáculo à concessão do mesmo. O magistrado argumenta, no entanto, que a liberação dos cubanos reforçaria a imagem de “boa vontade e generosidade” dos EUA e do governo norte-americano para a comunidade internacional, assumindo “um valor simbólico de máximo significado”.

“Contribuiria para paliar velhas desavenças que a cada dia vão perdendo mais sentido no atual momento do mundo, urgida por outras demandas e riscos. Insistir em velhos rancores provoca nas novas gerações a sensação de assistir os ódios dignos de museu e desvaloriza a imagem de seriedade e realismo que a vida política deve transmitir, para não ser desprezada por aqueles que nos sucederão”, escreve.

Perfil

Reconhecido internacionalmente por sua reputação como criminalista, Zaffaroni foi apoiado por juízes argentinos e de vários países da América Latina ao ver-se envolvido em uma série de acusações sobre o uso de propriedades para serviços de prostituição, há cerca de dois meses. O magistrado alegou desconhecer a utilização dada aos seus apartamentos, administrados por um terceiro.

As acusações levaram políticos opositores a pedirem a renúncia do magistrado, nomeado como ministro da Corte Suprema pelo ex-presidente Néstor Kirchner. O ex-chefe de Estado renovou a instituição judicial, antes comandada por muitos juízes remanescentes do período presidencial de Carlos Menem (1989-1999).

A trajetória de Zaffaroni reforça, na Argentina, a campanha pela libertação dos cinco cidadãos cubanos presos nos Estados Unidos sob acusação de espionagem, que conta com o apoio do ex-jogador e ex-técnico da seleção argentina Diego Armando Maradona, de Estela de Carlotto e Hebe de Bonafini, presidentes das associações das Avós e Mães da Praça de Maio e do Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel.

Fonte: Opera Mundi

América Latina clama fim do bloqueio à Cuba na Assembleia da ONU


Pelo vigésimo ano consecutivo, o reclamo mundial para que cesse o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba ganhou força no plenário da Assembléia Geral das Nações Unidas, cumpridas quatro jornadas de discursos.

Esse assunto aparece no programa de debates do máximo foro mundial sob o titulo Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba", para ser discutido em outubro.

Ao expor essa demanda ante o foro dos 193 Estados membros da ONU, o presidente do Peru, Ollanta Humala, disse que "o caminho da paz e da reconciliação passa por pôr fim do bloqueio a Cuba."

Pouco dantes o mandatário de Suriname, Desiré Delano Bouterse, sustentou que o cerco norte-americano contra a maior das Antilhas dificulta a situação do povo cubano e tem um efeito negativo sobre o futuro.

O chefe de Estado perguntou à Assembléia Geral quantas resoluções mais há que adotar (na ONU) antes de que se faça justiça ao povo de Cuba e pediu uma nova condenação desse órgão ao bloqueio que dura já meio século.

Por sua vez, o presidente de Paraguai, Fernando Lugo, dedicou um destacado espaço de sua intervenção à questão desse assédio e recordou a histórica posição de seu país e da América Latina e do Caribe a favor do fim imediato dessa medida.

Disse que esse impasse afeta o livre intercâmbio e a prática transparente do comércio internacional e ratificou que o Paraguai não reconhece a aplicação extraterritorial de leis internacionais que atentam contra a soberania de outros Estados.

A seu turno, o chefe de Estado boliviano, Evo Morales, ressaltou que a cada ano quase 100 por cento dos membros das Nações Unidas, com exceção dos Estados Unidos e Israel, exigem o cesse e o levantamento do bloqueio a Cuba.

Do mesmo modo, o mandatário guatemalteco, Álvaro Colom, reafirmou sua rejeição à prática de aplicar sanções e medidas coercitivas adotadas unilateralmente e exortou "o Governo dos Estados Unidos que deponha o embargo econômico à República de Cuba".

Na terceira jornada de discursos, o presidente de El Salvador, Mauricio Funes, vinculou sua crítica ao bloqueio com a importância de uma América Latina forte e unida.

Considerou que o assédio estadounidense contra a ilha antilhana "não é só um anacronismo e um episódio passado de história que queremos superar definitivamente", senão também "um passo para a desunião, um estorvo no curso da história".

Em tanto, o premiê de Granada, Tillman Thomas, sublinhou que o bloqueio a Cuba constitui uma inquietude caribenha e que "todos menos uns quantos membros da ONU" têm votado sistematicamente por sua eliminação.

No mesmo sentido e também do Caribe falaram os premiês de San Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, Antiga e Barbuda, Winston Baldwin Spencer, e Barbados, Freundel Stuart, bem como o chanceler de Saint Kitts e Nevis, Sam T. Condor.

Em termos similares, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, reiterou seu apelo pelo cesse do cerco econômico, comercial e financeiro contra o povo de Cuba, enquanto seu colega tanzano, Jakaya Mrsiho Kikwete, denunciou que se trata do bloqueio mais longo da história.

Também o fizeram os premiês do Timor Leste, Kay Rala Xanana Gusmão, Lesotho, Pakalitha Betuel Mosisili, e Guiné Bissau, Carlos Gomes, e o chefe de Estado namíbio, Hifikepunye Pohamba.

A denúncia contra o bloqueio também se escutou desde o Pacífico longínquo por intermédio dos chefes de governo de Vanuatu, Meltek Sato Livtunvanu, e de Ilhas Salomão, Danyy Philip.

Este será o vigésimo ano consecutivo em que a Assembléia trata essa questão e se espera que assim como nas 19 ocasiões anteriores, o plenário aprove uma resolução de condenação ao assédio de Washington contra a ilha caribenha.

No ano passado, o repudio a esse bloqueio foi respaldado por 187 países em frente aos únicos votos dos Estados Unidos e Israel e as abstenções das Ilhas Marshall, Micronesia e Palau.

Fonte: Prensa Latina

domingo, 18 de setembro de 2011

ACJM-BAHIA PARTICIPA DE CAMPANHA MUNDIAL PELOS CINCO

Pessoas de várias cidades do mundo (Salvador está na 5ª foto da fileira de baixo) pedem a libertação dos Cinco


Uma idéia que ganhou força através do blog do cantor cubnao Silvio Rodriguez tornou-se realidade com centenas de pessoas que, em diversas partes do mundo, manifestaram sua solidariedade com os cinco cubanos injustmaente presos nos Estados Unidos.

Cida Meira, participante da ACJM-Bahia e ativa parceira do blog de Silvio Rodriguez, foi uma das organizadoras da bela manifestação solidariedade.

É preciso tornar o caso dos Cinco conhecido em todo mundo pois somente assim os EUA revisarão a terrível injustiça cometida contra esses homens cujo "crime" foi lutar contra o terrorismo praticado contra Cuba a partir de grupos criminosos sedidos na cidade de Miami. Iniciativas como esta cumprem importante função de divulgação acerca do injusto encarceramento dos Cinco.

Parabéns a todos que participaram! 




sábado, 3 de setembro de 2011

40 mil médicos cubanos prestam serviços pelo mundo



Médico cubano consulta criança africana


O trabalho dos médicos cubanos no mundo pode ser qualificado de grandioso. Hoje, mais de 40 mil especialistas do setor prestam serviço gratuito em 68 países, principalmente em localidades afastadas ou comunidades carentes.

Um exemplo disso é a brigada médica cubana “Ernesto Che Guevara”, que chegou à Nicarágua em 2007. Lá, atende a população em zonas pobres, entre elas Puerto Cabeza, Bluefields e Siuna.

O grupo já deu mais de quatro milhões de consultas. Também colabora nas campanhas de prevenção, indicando às famílias como melhorar a higiene doméstica e evitar a propagação de doenças como a dengue, frequente nessa área geográfica.

Dos 172 colaboradores presentes na Nicarágua, 43 estão engajados na chamada Missão Milagre. Seu propósito é facilitar atendimento oftalmológico gratuito a pessoas de baixa renda. O programa, instaurado em várias nações do hemisfério, permitiu recuperar a visão de milhares de nicaraguenses.

Os indicadores de saúde no país centro-americano melhoraram notavelmente após Daniel Ortega ter assumido a presidência. A partir daí, o governo nicaraguense deu prioridade ao setor da saúde pública. No ano passado, quase 9% do Produto Interno Bruto foi investido nessa área.

Centenas de jovens nicaraguenses estudam na Escola Latino-Americana de Medicina de Havana. Muitos deles estão completando seus estudos na Nicarágua sob a direção de especialistas e professores cubanos.



Fonte: Rádio Havana


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Max Altman: Reformas reforçam socialismo de Cuba




 

A análise da realidade econômica impôs a Cuba mudanças na condução da economia nos próximos anos. O preço elevado das commodities no mercado internacional e a precariedade da produção agrícola interna fizeram o governo repensar medidas adotadas há mais de 50 anos. Entre os meses de dezembro de 2010 e fevereiro de 2011, mais de oito milhões de cidadãos cubanos debateram as reformas econômicas e discutiram sobre o futuro da ilha.

 “Foi um verdadeiro e amplo exercício democrático. O povo manifestou livremente suas opiniões, esclareceu dúvidas, propôs modificações, expressou suas insatisfações e discrepâncias e também sugeriu abordar a solução de outros problemas”, comenta o jornalista Max Altman em entrevista concedida à IHU On-Line por e-mail.

Na opinião de Altman, “as reformas aprovadas no 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba e aprovadas pela Assembleia do Poder Popular visam reforçar o socialismo em Cuba” e, se forem “implementadas firmemente” terão impacto social positivo. “Com a autonomia das empresas, com a melhoria da gestão, com o crescimento da produtividade, com a colocação de mais e mais diversificados produtos no mercado, certamente haverá aumento salarial e do poder aquisitivo das famílias”, avalia.

Max Altman é jornalista, estudioso das questões internacionais, membro do Coletivo da Secretaria Nacional de Relações Internacionais do Partiudo dos Trabalhadores, coordenador geral do Comitê Brasileiro pela Libertação dos 5 Patriotas Cubanos. Confira a entrevista.

IHU: Cuba rendeu-se à economia de mercado, ao capitalismo?
Max Altman: Longe disso. As reformas aprovadas no 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba e aprovadas pela Assembleia do Poder Popular visam reforçar o socialismo no país. Lembro que no encerramento do citado congresso, o presidente Raúl Castro reafirmou a determinação do governo de Cuba e dele próprio, como sua última tarefa, compromisso de honra e sentido de vida, de defender, preservar e prosseguir aperfeiçoando o socialismo e não permitir jamais o regresso do regime capitalista.

IHU: Como as ideias de elaborar reformas econômicas foram amadurecendo ao longo dos anos? Elas já eram esperadas?

Max Altman: A realidade impôs que se aprofundasse a discussão sobre os problemas da economia. Cuba vivia nos últimos anos graves problemas econômicos. Por exemplo, a alta dos preços das commodities de alimentos no mercado internacional obrigou Cuba a despender, com a importação de alimentos, recursos que não gerava com a sua exportação. Paralelamente, a produção e a produtividade agrícola interna eram precárias por distintas razões. Havia outros temas de crucial importância que deveriam ser enfrentados e foram. Resta saber como e em que ritmo as linhas gerais sobre a economia aprovadas serão levadas a cabo.

IHU: As mudanças que se verificam na economia também são vistas na política?
Max Altman: A influência já está ocorrendo. Quando se libera a venda de imóveis e automóveis e se autoriza a criação de negócios por conta própria em dezenas de ramos, isto significa uma abertura. Se o padrão de vida em geral crescer, haverá consequentemente um crescimento da qualidade de vida em todos os sentidos. Já se fala em aliviar a política migratória, ou seja, permitir mais amplamente viagens para e de Cuba de cidadãos cubanos.

IHU: Quem é o núcleo duro do poder em Cuba hoje?
Max Altman: Pode-se dizer que o núcleo duro corresponde ao Birô Político do Partido Comunista do país, visto que todos os seus membros ocupam também relevantes cargos no Conselho de Ministros. Esse birô é composto de 15 membros. Além de Raúl Castro, há uma adequada proporção de chefes principais das Forças Armadas Revolucionárias. É natural que assim seja, pois o Exército Rebelde foi a alma da Revolução, transferindo posteriormente ao partido e ao Exército a defesa das conquistas da revolução.

Hoje, uma das preocupações centrais ainda é a defesa da soberania, da independência de Cuba, e fazer ver a setores externos que Cuba está disposta a tudo para defender seus ideais. Nele ingressaram três novos membros: Mercedes López Acea, 46, Primeira Secretária do Comitê Provincial do partido em Havana; Marino Murillo Jorge, 51, vice-presidente do Conselho de Ministros e Chefe da Comissão Permanente do Governo para a Implementação e Desenvolvimento, e Adel Yzquierdo Rodríguez, 63, quem recentemente foi nomeado Ministro de Economia e Planificação.

IHU: Quais serão os ganhos e perdas sociais dessas reformas?
Max Altman: Se as medidas aprovadas forem implementadas firmemente e num ritmo adequado, não haverá perdas; só haverá ganhos sociais. Com a autonomia das empresas, com a melhoria da gestão, com o crescimento da produtividade, com a colocação de mais e mais diversificados produtos no mercado, certamente haverá aumento salarial e o poder aquisitivo das famílias.

Some-se a isto a disposição do governo de fazer valer o princípio marxista de socialismo: "de cada um conforme seu trabalho a cada um conforme sua capacidade", seguramente haverá mais justiça salarial.

IHU:
O que se pode esperar da reativação da economia cubana? Cuba deve se inserir intensamente na economia internacional?
Max Altman: Cuba já está inserida, mas deve ampliar bastante esta inserção. Garantir a normal liquidação de compromissos internacionais, visando assegurar um maior fluxo de investimentos externos no país para acelerar o progresso econômico, é fundamental. Se o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos há mais de meio século for levantado, a reativação da economia será acelerada. Pouca gente sabe que, devido ao bloqueio, um navio que toque porto cubano trazendo carregamento de arroz coreano não está autorizado a tocar porto norte-americano em seis meses. Com isto, o navio retorna vazio. Imagine-se quanto sobe o custo do frete nesses casos.

IHU: Analisando a situação econômica, social e política da ilha, o que o senhor diria sobre o socialismo?
Max Altman: Simplesmente que o povo cubano está disposto a manter as conquistas do socialismo em Cuba, apesar de todas as dificuldades.

IHU: O que as reformas políticas cubanas demonstram sobre o futuro do país?Max Altman: É preciso esperar cinco anos mais – é o tempo previsto pelos governantes cubanos – para ver concretizadas as reformas. Aí então se poderá avaliar o estado do país.

IHU: Qual deverá ser o papel do Estado nos próximos anos?Max Altman: O Estado terá um papel preponderante e continuará detendo os grandes meios de produção dentro de uma economia planificada. Porém, o Estado terá um papel menor do que tem hoje. Estará abrindo mão de controlar em grande medida a produção e comercialização agrícola e em amplos setores de serviços.

IHU: A proposta também prevê a eliminação de um milhão de empregos públicos nos próximos cinco anos. O que vislumbra para Cuba a partir da queda da intervenção do Estado?Max Altman: Este milhão de empregos públicos era de mão de obra ociosa sustentada pelos cofres públicos. Com um milhão a menos de funcionários a máquina pública produtiva poderá manter e, em seguida, melhorar significativamente a produção e a produtividade.

IHU: Como a sociedade cubana reagiu ao anúncio das reformas?
Max Altman: Com grande esperança. Durante três meses, de primeiro de dezembro de 2010 a 28 de fevereiro, decidiu discutir os “dogmas”, desencadeando um debate, no qual participaram 8 milhões 913 mil 838 pessoas, parte delas repetida – em mais de 163 mil reuniões efetuadas no seio de diferentes organizações, registrando-se uma cifra superior a três milhões de intervenções.

Foi um verdadeiro e amplo exercício democrático. O povo manifestou livremente suas opiniões, esclareceu dúvidas, propôs modificações, expressou suas insatisfações e discrepâncias e também sugeriu abordar a solução de outros problemas não contemplados no documento. Com isso mais de 2/3 dos parágrafos foram emendados com contribuições partidas da base. Significativo contraste com o que se pratica nas democracias de livre mercado em que despoticamente, sem consulta alguma aos afetados, se hipoteca o futuro de gerações com os planos de ajuste e “reformas” de modo a continuar enriquecendo uma elite insensível e ambiciosa.

IHU: O que as reformas políticas significam para Cuba e para o projeto do socialismo?
Max Altman: Digo mais, o projeto de socialismo cubano é sui generis. Não segue modelo chinês ou qualquer outro. Reafirmando as palavras de Raúl Castro: significam a defesa, a preservação e o contínuo aperfeiçoamento do socialismo e não permitir jamais o regresso do regime capitalista.

domingo, 14 de agosto de 2011

Fernando Morais lança livro sobre os cinco patriotas de Cuba

Dedicado aos cinco cubanos presos nos Estados Unidos, o livro Os últimos soldados da Guerra Fria, do escritor brasileiro Fernando Morais, será lançado no dia 23 de agosto em São Paulo, pela Editora Companhia das Letras.
 



Fernando Morais publica livro sobre os 5 patriotas cubanos


“Organizações criminosas internacionais, aventuras de capa e espada, disfarces perfeitos, emissários secretos, conquistas: o novo livro de Fernando Morais traz todos os elementos de suspense de uma novela de espionagem”, diz a nota de lançamento da editora.

Contudo, a nova obra de Morais, autor também do célebre romance Olga, não contém uma só gota de ficção. “A partir da saga da Rede Avispa, um seleto grupo de agentes secretos cubanos que se infiltraram em organizações anticastristas em Miami, o autor nos leva a um incrível mundo de James Bond tropicais, em que a diferença para o agente secreto inglês é a profunda escassez de recursos – técnicos e financeiros – para a realização de um trabalho perigoso e solitário.”

A orelha do livro acrescenta que “a razão desta operação era coletar informação com o fim de prevenir ataques terroristas em território cubano. De fato, algumas destas organizações apresentadas como ‘humanitárias’ participam de ações como enviar pragas contra cultivos na ilha, interferir nas transmissões da torre de controle do aeroporto de Havana, realizar atentados com bombas nos melhores hotéis do país e inclusive disparar tiros de metralhadoras contra navios de passageiros cubanos e turistas estrangeiros”.

Os últimos soldados da Guerra Fria, diz a editora, conta a incrível aventura desses agentes cubanos em território estadunidense e revela os tentáculos de uma rede terrorista com base na Flórida e células na América Central, que recebe apoio tácito de congressistas norte-americanos e a omissão de membros dos poderes Executivo e Judiciário dos Estados Unidos.

“Ao escrever uma história cheia de aventuras dignas dos melhores romances de espionagem, Fernando Morais mostra mais uma vez sua forma de fazer jornalismo de qualidade, com rigor investigativo, imparcialidade e uma narrativa literária sofisticada”, diz a Companhia das Letras.

Fernando Morais (Mariana, Minas Gerais, 1946) é jornalista e trabalhou no Jornal da Tarde, na revista Veja e em várias outras publicações da imprensa brasileira. Recebeu três vezes o Prêmio Esso e quatro vezes o Prêmio Abril de Jornalismo. Publicou, com a Companhia das Letras: Olga; Chatô: Rei do Brasil; Corações Sujos, A Ilha e Cem quilos de Ouro, e, com a editora Planeta, O Mago, Montenegro, e Na Toca dos Leões.
Fonte: Cubadebate
Tradução: Luana Bonone


O autor Fernando Morais fala sobre a história contada pelo livro:

O autor Fernando Morais fala sobre a história contada pelo livro:



 

domingo, 7 de agosto de 2011

ACJM presente à apresentação do Ballet Nacional de Cuba

Membros da ACJM na porta do TCA (Teatro Castro Alves)


A Associação Cultural José Martí da Bahia aproveitou a presença do Ballet Nacional de Cuba em Salvador para expressar sua solidariedade ao povo cubano, exigir o fim do bloqueio econômico e exigir do Presidente Obama a libertação dos cinco patriotas cubanos presos injustamente nos Estados Unidos.

Muitas das apresentações no Teatro Castro Alves, ocorridas nos dias 23 e 24 de julho, foram precedidas de manifestações realizadas pela ACJM na porta de entrada do mais importante teatro da Bahia.

Muitos espectadores e apreciadores do ballet se congratularam com os membros da Associação e manifestaram sua solidariedade a Cuba e a sua Revolução.

Ballet Nacional de Cuba em Salvador


ACJM-Bahia dá boas-vindas ao Ballet de Cuba


                         
     A Escola Nacional de Ballet iniciado em 1938, como Companhia,  por  Alicia Alonso e reorganizado  em 1959  quando da Revolução Cubana como Ballet Nacional de Cuba  foi apresentado no Teatro castro Alves em 23 2 24 deste , com a Lenda  da Água Grande , gratuitamente. Distantes daquele momento de magia  permanecem lembranças dos momentos que passeamos na rapidez  e leveza dos passos , da melodia e da lenda que nos remete  à Tupã, Yaci (lua) e Cuarajhi (sol) na cena e aventura de reuniões, combates, sacrifício, rapto e metamorfoses , num figurino de nudez insinuada e  com cenário que , apesar da simplicidade, brilha, intensifica e esconde sob fumaça o mistério entre deuses e humanos . E nós, que conhecemos Cuba, vislumbramos um poema que vai ganhando vida nos espontâneos passos dos/as jovens bailarinos/as que ,  como trabalhadores/as  e estrelas , trazem a suavidade dos movimentos para iluminarem o futuro da humanidade num balé imbricado de saúde e educação que desafia  aqueles que não conseguem perceber os caminhos para a justiça , a paz e a felicidade.
                  Ametista Nunes – poeta e Vice-Presidente da ACJM/Ba

sexta-feira, 8 de julho de 2011

ACJM-BAHIA NA MAIOR FESTA CÍVICA DA BAHIA

ACJM-Ba no Pelorinho, sítio histórico de Salvador, em 02/07/2011


A Associação Cultural José Martí - Bahia esteve presente nas comemorações do Dia da Independência da Bahia e mais uma vez defendeu junto população baiana o fim do bloqueio a Cuba e a libertação dos Cinco Patriotas Cubanos presos injustamente nos EUA.

O Dois de Julho é a principal festa cívica da Bahia. Nessa data o povo baiano comemora a independência conquistada a duras penas em 1823, luta em que pessoas do povo, mulheres, índios e vaqueiros tiveram um papel importantíssimo.

Os membros da Associação foram muito saudados pela população, tendo sido muito fotografada pelo turistas presentes a faixa em que se exige do Presidente Obama a libertação dos Cinco Patriotas.
Mais uma vez Salvador, cidade-irmã de Havana, manifesta sua irrestrita solidariedade ao povo de Cuba que busca construir de forma autônoma uma sociedade livre e socialista.

domingo, 3 de julho de 2011

GRANDE ÊXITO DA XIX CONVENÇÃO DE SOLIDARIEDADE A CUBA





A XIX Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, realizada em São Paulo nos dias 23 a 26 de junho de 2011, reuniu centenas de pessoas de 16 estados da federação representandos dezenas de entidades de solidariedade ao povo cubano.

O evento que teve lugar no Memorial da América Latina foi marcado pela heterogeneidade dos participantes, membros dos mais diversos setores da sociedade civil e do movimento social, e pela unidade na defesa do povo cubano e de seu processo revolucionário.

Foi uma Convenção muito bem organizada, com debates interessantes, viva participação dos delegados e muitas manifestações culturais e festivas. Estão de parabéns o Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba e todas as organizações e pessoas que contribuiram para o pleno êxito da Convenção onde mais uma vez o Brasil, por meio dos delegados presentes, disse não ao bloqueio, não à injusta prisão dos cinco patriotas encarcerados nos EUA e sim à amizade e solidariedade entre o Brasil e Cuba.

Abaixo a Declaração final da XIX Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba:


Os amigos e amigas de Cuba se encontram na ocasião da 19ª Convenção de Solidariedade a Cuba, no Memorial da América Latina, em São Paulo ao redor do busto de Simón Bolivar, símbolo da unidade latino-americana. Memorial de nossos povos ancestrais, de nossa cultura, de nossas lutas e por isso, nossa Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba toma outros significados. Nesses dias, estivemos reunidos, discutindo, organizando, aprendendo e ensinando, relembrando não só a história do povo de Cuba, mas de todo um continente, que desde a colonização européia resiste contra a dominação e luta por sua soberania e liberdade.

Nossa Convenção reuniu centenas de pessoas, representando 16 estados de nossa federação para discutir e organizar a defesa de um dos processos mais belos e mais avançados da história da humanidade. A revolução cubana, vitoriosa em 1959, nos mostra que é necessário vencer todos os dias, nos mostra que todas as formas de luta são importantes e necessárias para a vitória de um povo, e que o Socialismo é o caminho que tem produzido o exemplo mais firme e vivo de uma nação que encara a difícil tarefa de ser livre, digna, culta, organizada, solidária, internacionalista e corajosa.

Cuba não apenas não se alinhou às forças imperialistas como se tornou uma trincheira na batalha ideológica. Evidencia-se a importância do internacionalismo e a palavra solidariedade toma uma dimensão para além da semântica: é concreta. Destaca-se o trabalho dos médicos e professores cubanos principalmente na América Latina e África, que não repartem migalhas, mas pelo contrário, compartilham todo seu conhecimento e acúmulo, fruto de 50 anos de Revolução Socialista.

Defender o exemplo de Cuba e o Socialismo é defender a necessidade de se fazer a Revolução Socialista no Brasil. Este é o motivo pelo qual Cuba consegue unificar tantas forças políticas no país. E essa unidade deve significar ação organizada por nós brasileiros. Os ataques que Cuba sofre por parte dos EUA não devem passar impunes. Reconhecendo o significado geoestratégico e histórico que o Brasil tem no mundo, nossa ação política deve estar à altura do nosso discurso.

Encerramos essa convenção com a certeza de que avançamos nacionalmente nos últimos anos com relação à solidariedade a Cuba, porém, diante das ameaças do império, os que apoiam a Revolução devem estar cada vez mais organizados para sua defesa e para isso nossas campanhas de informação, ações de rua e parlamentares precisam avançar. Assim como o trabalho nacional de solidariedade, aperfeiçoando os trabalhos locais para incluir e organizar aqueles que desejam ampliar as ações neste campo.


A mídia burguesa mente e frauda informações sobre Cuba. Vemos uma campanha de desinformação sobre a realidade desse país. Por isso, vemos a necessidade de ações que rompam com o bloqueio midiático, para rompermos também com o bloqueio econômico e exigirmos já a Libertação dos Cinco Heróis presos pelo Império há 12 anos.

Os inimigos de Cuba diziam que com o fim da União Soviética, Cuba tinha seus dias contados. Hoje, mais de dez anos depois, Cuba demonstra sua capacidade de organizar e planejar sua revolução, sem se ajoelhar diante do Imperialismo e sem trair nenhum princípio revolucionário.

Ano após ano, vemos a derrota dos EUA nas votações da ONU pelo fim do bloqueio a Cuba. O mundo é unânime ao denunciar a crueldade que o capitalismo é capaz para derrubar uma revolução. O bloqueio a Cuba não é uma abstração, ele se traduz no dia-a-dia da sobrevivência de seu povo. Através dele, tentam aniquilar e isolar o povo cubano, que resiste e mesmo com muitas dificuldades, mantém vivo o internacionalismo e a solidariedade.

A luta contra o bloqueio não pode cessar nenhum minuto.

O campo de ação da solidariedade e defesa de Cuba é amplo. Durante nossas discussões, identificamos a centralidade da luta pela libertação dos Cinco Heróis, que nunca cometeram nenhum crime, mas que estão injustamente presos por tentarem impedir ações terroristas contra seu povo.

Para Cuba, é urgente fortalecer a luta pela libertação de Antonio Guerrero, Fernando González, Gerardo Hernández, Ramon Labañino e René González. Não podemos fechar os olhos diante dessa grande injustiça que se repete com vários lutadores do mundo, por isso, a coordenação de uma campanha nacional pela libertação dos Cinco Heróis é urgente.

Outro aspecto central para os movimentos de solidariedade no Brasil é seguir e ampliar a luta pela revalidação dos diplomas dos médicos formados na ELAM, bem como envolve-los na nossa luta, reforçando o caráter humano e socialista que adquiriram da formação cubana.

Por conta da coerência da Revolução Cubana, as ações em sua defesa ocorrem no mundo todo e, nos últimos anos, temos dado pouca atenção aos encontros e reuniões de articulação Continental da Solidariedade a Cuba. Por isso, a participação no VI Encontro Continental de Solidariedade com Cuba, que ocorrerá de 6 a 9 de outubro no México, está na pauta das organizações solidárias. É também nossa tarefa acompanhar e cobrar o posicionamento do Brasil na Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos, que será fundada em 5 de julho deste ano, em Caracas, quando se comemora o bicentenário da Independência de muitos países latino-americanos.

Temos a tarefa de fortalecer nosso trabalho, principalmente neste cenário em que a mídia burguesa deturpa os realinhamentos na política econômica, discutidos amplamente com o povo cubano e referendados no VI Congresso do Partido Comunista Cubano.

Para defender uma revolução, é necessário conhecê-la. As atividades de formação sobre a realidade Cubana, seminários, cursos e difusão em meios de comunicação devem avançar.

As mais de quinhentas pessoas, dos estados Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo reunidas durante esses três dias consecutivos de debate e reflexão reafirmam: Cuba não está só!!!

São Paulo, 25 de junho de 2011.

sábado, 18 de junho de 2011

XIX CONVENÇÃO NACIONAL DE SOLIDARIEDADE A CUBA - 2011


Folder da XIX Convenção de Solidariedade a Cuba


Documentário sobre Calica Ferrer terá estréia na XIX Convenção de Solidariedade a Cuba

Capa do DVD


O documentário "Carlos 'Calica' Ferrer,  A última viagem de Che Guevara pela América Latina" será exibido no dia 23/06/2011, às 19h , na Biblioteca Latino-Americana Victor Civita do Memorial da América Latina, durante a XIX Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba.

Trata-se do mais novo filme do cineasta portenho-soteropolitano Carlos Pronzato, cronista dos movimentos sociais e das lutas populares latino-americanas. O documentário conta episódicos vividos antes e durante uma segunda viagem que Che Guevara realizou pela América  Latina, desta vez com seu amigo de adolescência Carlos Ferrer, e que muda definitivamente o destino do jovem médico argentino.

À exibição estarão presentes o diretor, também membro da Associação Cultural José Martí - Bahia, e o protagonista Carlos 'Calica' Ferrer.

sábado, 11 de junho de 2011

"Tribunal da Consciência” absolve os Cinco cubanos presos nos EUA

“Após a abertura oficial da 6ª Convenção por autoridades das esferas estadual e municipal do Rio Grande do Sul, uma juíza, três advogados de defesa, dois promotores, um relator e 12 jurados, além de estudantes de quatro universidades gaúchas e um dirigente da Associação Cultural José Marti participaram, na noite de sexta-feira (3), da simulação do julgamento dos cinco cubanos aprisionados há 13 anos nos Estados Unidos, sob a acusação de prática de espionagem e conspiração para assassinato.

Michael Susin
Juíza Mara Loguércio apresenta a sentença Juíza Mara Loguércio apresenta a sentença

A experiência, primeira das atividades da 6ª Convenção Estadual de Solidariedade a Cuba, realizada no plenarinho da Assembleia Legislativa, propôs uma oportunidade hipotética de revisão de uma das mais duras e condenadas decisões do Judiciário norte-americano. A atividade foi criada em parceria com a Frente Parlamentar de Solidariedade ao Povo Cubano da Assembleia gaúcha e a Associação Cultural José Marti do RS.

Após quatro horas de debates, o júri decidiu anular o julgamento a que foram submetidos Gerardo Hernández, René González, Antonio Guerrero, Ramón Labañino e Fernando González, que também foram absolvidos de todas as acusações. Ainda foi sugerido o pedido de desculpas e indenização por parte do governo norte-americano. O Poder Judiciário daquele país foi condenado pela excessiva interferência política permitida no caso dos “Cinco” antiterroristas cubanos.

Por decisão unânime dos jurados, ficou estabelecido que a sentença do “Tribunal da Consciência” será encaminhada à Secretaria Nacional de Direitos Humanos e ao Ministério das Relações Exteriores, com o pedido de uma manifestação oficial do governo brasileiro com relação às flagrantes violações dos direitos políticos e individuais verificadas no julgamento. A denúncia também será encaminhada à ONU, acompanhada da solicitação para que, a exemplo do que ocorreu com o Irã, envie observadores internacionais aos Estados Unidos para constatar as violações cometidas contra os Cinco e que também atingem seus familiares.

A juíza Antônia Mara Loguércio – ex-presa política no período da ditadura no Brasil – enumerou ainda, em sua sentença, a condenação da justiça norte-americana, por ignorar artigos da Constituição que dispõem sobre a garantia de um julgamento imparcial, rápido, público e no distrito garantido em lei.

Jeferson Braga, o advogado e organizador do livro “Cinco Herois Prisioneiros do Império”, veio especialmente da Bahia para participar do Tribunal da Consciência.

O embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora Rodriguez, acompanhou o julgamento e sugeriu que o “Tribunal de Consciência” seja reproduzido em outros estados brasileiros como forma de ampliar e reforçar o clamor internacional pela libertação dos antiterroristas cubanos.

O Coordenador da Frente Parlamentar de Solidariedade ao Povo Cubano da Assembleia gaúcha, deputado Raul Carrion (PC do B), reforçou a ideia de que a gravação do Júri seja sistematizada e apresentada durante a 19ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, e encaminhada como apoio para as entidades de solidariedade.

Ricardo Haesbaert, presidente da Associação Cultural José Marti/RS, destacou a importância do envio da gravação às instituições jurídicas e educacionais, para que sejam reproduzidas em novos eventos. Segundo Haesbaert “para denunciar e esclarecer as arbitrariedades cometidas contra Cuba e os seis Cinco herois, foi extremamente importante reunir no Júri autoridades e representantes jurídicos, políticos e educacionais do Estado do Rio Grande do Sul”.

O caso dos "Cinco"

Em setembro de 1998 – após a entrega de um relatório elaborado pelo governo cubano endereçado ao FBI e ao governo Bill Clinton, denunciando ações terroristas contra a Ilha – agentes do FBI prenderam os cinco cubanos radicados em território norte-americano, sob a acusação de serem espiões do governo de Cuba. Durante 17 meses, sem que fossem levados a julgamento e sem condenação, foram mantidos em celas solitárias e isolados entre si e dos demais presos.

No mês de dezembro de 2001, um Tribunal de Miami condenou Gerardo Hernández a duas penas de prisão perpétua e mais 15 anos de prisão, Ramón Labañino uma prisão perpétua e mais 18 anos de prisão, Fernando Gonzáles a 19 anos de prisão, René González a 15 anos de prisão e Antonio Guerrero à prisão perpétua e mais 10 anos de prisão.

Os advogados de defesa apresentaram, no prazo, as apelações pertinentes. Seis meses depois, o processo ainda estava em Miami, não tendo sido enviado ao tribunal do Circuito de Atlanta, que deveria revisá-lo. Desde então, os cubanos se encontram separados e isolados em cinco pontos bem distantes uns dos outros. A dois dos três condenados à prisão perpétua estão proibidas as visitas de suas famílias - uma brutal violação de seus direitos humanos. Em abril deste ano, o governo dos Estados Unidos solicitou a rejeição do pedido de Habeas Corpus e de uma nova audiência para a exposição de argumentos e provas a favor de Gerardo Hernández e Antonio Guerrero.

Governantes estadunidenses já receberam pedidos de reconsideração do caso e alertas da Anistia Internacional, parlamentos africanos, latino-americanos, catalão, ucraniano, europeu e russo, entre outros. Dez prêmios Nobel também já denunciaram o caso e manifestaram solidariedade aos cubanos. Atualmente o movimento europeu de solidariedade a Cuba faz circular uma petição que prevê um milhão de assinaturas para que o presidente Barack Obama conceda indulto e liberte os Cinco.

Integrantes do Tribunal da Consciência:

O Tribunal da Consciência reuniu expoentes do Judiciário gaúcho, de universidades e partidos políticos. Confira:

Carlos Henrique Kaipper – Procurador -geral do Estado.
Antônia Mara Vieira Loguércio - Juíza aposentada e presidenta nacional do Opinio Iuris
Carlos Frederico Guazzelli - Defensor–geral
João Ricardo dos Santos Costa - Presidente da Associação dos Juízes do RS - Ajuris
Desembargador Rui Portanova
Edson Mello da Rosa - Advogado e coordenador da Assessoria Jurídica da Secretaria da Educação do Governo do RS
Romer Guex- Advogado e vereador do PSOL de Viamão
Marilinda Marques – Advogada sindicalista
Miriam Balestro - Promotora do Ministério Público Estadual
José Feltrin - Engenheiro e dirigente da ACJM
Jair Krischke - Presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do RS
Jeferson Braga - Advogado e organizador do livro “Os cinco herois prisioneiros do Império”
Silvio Jardim- Advogado e dirigente da ACJM
Ronald Dutra – Advogado, assessor parlamentar e dirigente da ACJM
Jorge Quillfeldt - Professor do Programa de Pós-Graduação em Neurociências da UFRGS
Ruth Ignácio - Socióloga e professora da PUCRS
Mari Perusso – Sub -secretária da Casa Civil do Governo do Estado
Bruno Rockembacher – Advogado e assessor parlamentar
João Augusto Moogen – Advogado e assessor parlamentar
Representaram os “Cinco” os dirigentes da ACJM Guilherme Oliveira e Gilberto Godinho e os estudantes de Direito de universidades do Estado, Gabriel Pontes Fonseca Pinto, Pedro Prazeres Fraga Pereira e Jader Paz.

Por Denise Ritter