O líder anti-imperialista Hugo Chávez, presidente da República Bolivariana da Venezuela, recebeu nesta quinta-feira (1º) a presidente brasileira Dilma Rousseff.
Dilma desembarcou no fim da tarde em Caracas, onde participará da reunião de cúpula de criação da Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe), que reunirá os países das Américas, com exceção dos Estados Unidos, país imperialista cujas políticas de dominação causaram tantos danos à América Latina, e do Canadá.
A presidente brasileira terá reuniões bilaterais com Chávez e Evo Morales, presidente da Bolívia. Numa demonstração do elevado nível de hospitalidade dos revolucionários bolivarianos, a guarda de honra da Presidência venezuelana entoou o hino nacional em português em homenagem à presidente Dilma, que se reuniu com o presidente Chávez e ministros dos dois países.
A agenda dos dois chefes de Estado prevê que eles revisarão acordos na área de habitação e energia. Questionado sobre a difícil negociação entre a estatal petroleira venezuelana PDVSA e a Petrobras para a construção de uma refinaria conjunta em Pernambuco, o mandatário venezuelano disse que o projeto "vai adiante".
Nesta sexta (2) os presidentes Chávez e Dilma e outros 29 mandatários se reunirão para fundar a Celac. A reunião de cúpula se encerra no sábado. Entusiasta da Celac, Chávez disse ontem que o organismo representa o fim da Doutrina Monroe, "a América para os americanos". É um ponto de chegada depois de 200 anos de batalha. "Não estou exagerando", disse o líder anti-imperialista.
Efetivamente, a criação da Celac é um duro golpe nas pretensões neocolonialistas de Washington. Quando soarem os acordes dos hinos dos bravos povos latino-americanos, se ouvirá o dobre de finados do panamericanismo estadunidense. A Celac tem objetivamente sentido anti-imperialista
Encontro com Lula
O presidente Chávez confirmou que pretende viajar ao Brasil para fazer uma visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que combate um câncer de laringe.
Convalescente também de um câncer, Chávez informou que falou com Lula em três ocasiões desde que o brasileiro iniciou o tratamento e que ambos acordaram realizar uma cúpula "dos que venceram o câncer".
Chávez não mencionou datas para o encontro no Brasil, mas na semana passada a assessoria de Lula informou que a visita poderia ocorrer antes de 10 de dezembro, posse da presidente reeleita da argentina, Cristina Kirchner.
"Como Lula vinha me visitar e não pode, agora eu tenho que ir vê-lo. Você sabe que eu e Lula somos irmãos, somos mais que irmãos", disse Chávez a jornalistas, nos jardins do palácio presidencial de Miraflores, momentos antes de receber Dilma.
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