sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Bloqueio é maior entrave à economia cubana, diz embaixador no Brasil

Lula recebe as credenciais de Zamora


O embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora, apresentou em Brasília um relatório sobre a necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto contra Cuba há quase meio século. No auditório do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM), o diplomata cubano disse que o cerco de Washington é o principal obstáculo ao desenvolvimento econômico da ilha.

O embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora, apresentou em Brasília um relatório sobre a necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto contra Cuba há quase meio século. No auditório do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM), da Universidade Nacional de Brasília, o diplomata cubano disse que o cerco de Washington é o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico da ilha.



Ele observou que, de 1961 a 2009, os prejuízos causados pelo bloqueio ascenderam a 751 bilhões de dólares, ao que se somam uma série de medidas que impedem a ilha de adquirir remédios, alimentos, equipamentos ou utilizar o dólar nas transações comerciais internacionais.



Zamora disse que, ao invés de reduzir ou atenuar as medidas restritivas contra Cuba, o governo do presidente dos EUA, Barack Obama, não só mantém as leis Toricelli e Helms Burton em seu alcance extraterritorial, mas também sob a sua administração têm aumentado as sanções contrasubsidiárias ou empresas que negociam com Cuba



Ou seja, segundo ele, não houve nenhuma mudança com Obama, e, pelo contrário, aumentou a perseguição por parte do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, por sua sigla em Inglês) das atividades de empresariais e as transações financeiras com a ilha caribenha.



Por isso, disse o embaixador, no próximo dia 26, será apresentado pelo 19º ano consecutivo (desde 1992), na Assembléia Geral das Nações Unidas a resolução "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba.



Nos últimos 18 anos a ilha tem recebido cada vez mais apoio da comunidade internacional contra o bloqueio, o que, disse Zamora, mostra o isolamento desta política genocida e violatória do direito internacional que os EUA aplicam contra Cuba, há quase meio século.



Na terça-feira, ele disse, uma vez mais, Washington receberá a mensagem contundente do concerto das nações do mundo que desejam e lhe pedem que ponha fim a este criminoso bloqueio econômico contra o povo cubano.



O embaixador disse que, com essa política, os EUA tratam de destruir a Revolução Cubana, erro que já dura mais de 50 anos e permanecerá até que eles estejam convencidos de que a única saída é encerrá-lo, pois só tem exposto a firmeza e decisão do povo de Cuba de enfrentá-lo durante o tempo que for necessário.



Da apresentação participaram cerca de 50 pessoas brasileiros e cubanos residentes e em missão oficial, incluindo membros de organizações e movimentos de solidariedade com Cuba, assim como jovens brasileiros graduados em medicina na Escola Latino-Americana de Medicina, em Havana.



Prejuízo ao setor bancário



Cuba também denuncia que o setor bancário e financeiro de Cuba continua submetido a uma política de hostilidade e isolamento por parte do governo dos EUA. De abril de 2009 a março de 2010, isso se manifestou no impedimento à obtenção de financiamento externo, na introdução de barreiras à realização de qualquer operação financeira e na paralisação e cancelamento de negociações.



A cada ano, o bloqueio contra a ilha reduz a possibilidade de utilizar bancos correspondentes, tornando mais complexas, além das limitações no uso do dólar como meio de pagamento.



Esta situação obrigou o sistema bancário e financeiro a explorar novas vias para continuar realizando as operações com bancos estrangeiros, assinala recente relatório de Cuba à Assembléia Geral da ONU sobre a necessidade de acabar com essa política.



Entre os impactos de caráter geral para os bancos e instituições financeiras cubanas, estiveram os gastos adicionais por ter que fazer pagamentos em outras moedas que não as contratadas (dólares norte-americanos).



Além disso, há a impossibilidade de abrir contas em francos suíços em alguns bancos de primeira classe na Suíça e a necessidade de manutenção de saldos mínimos nas contas cubanas no exterior, ante o risco de um embargo.



Outro dos prejuízos reside na impossibilidade de fazer os pagamentos aos beneficiários de cartas de crédito em seus locais de residência, sendo necessário efetuá-los através de bancos de outra região, o que aumenta os custos.



Os bancos cubanos não têm acesso a sites de informação financeira especializada, como a Reuters, considerada uma das mais abrangentes fontes, indica o texto.



Embora outras alternativas sejam usadas, isso tem um impacto negativo sobre os serviços de informação e análise de mercado que oferece um dos bancos do sistema da ilha e que é empregado haboitualmente por numerosos clientes.



Fonte: Prensa Latina

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