segunda-feira, 31 de maio de 2010

Yoani Sánchez (ou como promover uma dissidente cubana)


Por Hideyo Saito*, em Carta Maior

A blogueira Yoani Sánchez é hoje a figura mais cortejada pela coalizão de forças que combate a revolução cubana, liderada por Washington e composta por outros governos, por partidos políticos, por órgãos da mídia e por ONGs do mundo inteiro. Trata-se de uma poderosa tropa de choque que exige ampla liberdade política, respeito aos direitos humanos e democracia, mas apenas em Cuba.

Aparentemente nenhuma outra nação no mundo inspira seus cuidados em relação a esses direitos políticos e humanos. Da mesma forma, denuncia também a escassez de bens de consumo em Cuba, mas jamais menciona o estrangulamento econômico praticado por Washington (que, aliás, é condenado por todos os países-membros da ONU, com as únicas exceções dos próprios Estados Unidos e de Israel).

O objetivo central dessa coalizão passou a ser, desde os anos 90, organizar e financiar uma oposição interna em Cuba. O congresso dos Estados Unidos aprovou leis especiais para respaldar essa política: a Torricelli, de 1992, e a Helms-Burton, de 1996. O intervencionismo teve seu auge no período de George W. Bush, que criou a Comissão de Apoio a uma Cuba Livre, presidida pela secretária de Estado, Condoleezza Rice, e indicou Caleb McCarry (um dos artífices do golpe contra o presidente Jean-Bertrand Aristide no Haiti), como responsável pela transição à democracia naquele país.

Os recursos oficiais estadunidenses destinados a essa finalidade foram, em 2009, de US$ 45 milhões, sem considerar o orçamento da Rádio e TV Martí e verbas paralelas não declaradas (1). No atual exercício, haviam sido liberados US$ 20 milhões, com a orientação de que fossem distribuídos diretamente aos destinatários em Cuba. O programa, entretanto, foi provisoriamente suspenso em abril último pelo presidente do Comitê Exterior do Senado, John Kerry (ex-candidato presidencial), provavelmente por causa da prisão em flagrante, em Cuba, de Alan P. Gross, quando fazia a distribuição de dinheiro e de equipamentos de comunicação (2).

O advogado José Pertierra, que atua em Washington, relacionou de forma exaustiva os diversos itens da ajuda provisoriamente suspensa, com base em informe oficial do Senado dos EUA. Destacamos apenas alguns, a título de exemplo: US$ 750 mil para os defensores de direitos humanos e da democracia; US$ 750 mil para parentes de presos políticos, como as “Damas de Branco”, e para ativistas que lutam para libertar aqueles presos; US$ 3,8 milhões para promover a liberdade de expressão, especialmente entre artistas, músicos, escritores, jornalistas e blogueiros (com ênfase nos afrocubanos); US$ 1,15 milhão para capacitar os ativistas mencionados no uso das novas tecnologias de comunicação.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Os desafios econômicos e sociais de Cuba em 2010

Cuba tem 100% das crianças nas escolas

Por Marc Vandepitte, em Rebelión


"A tarefa que temos pela frente, nós comunistas cubanos e todo o povo, é grande, trata-se de definir com a mais ampla participação popular a sociedade socialista a que aspiramos e podemos construir nas condições atuais e futuras de Cuba, o modelo econômico que irá reger a vida da nação, em benefício de nossos compatriotas, e assegurar a irreversibilidade do sistema sócio-político do país, única garantia de sua verdadeira independência"(1)

Assim soa um fragmento chamativo do discurso de Raúl Castro ante o parlamento de Cuba, em 01 de agosto de 2009. Parece que a revolução cubana está se preparando para reformas importantes. Isso não deve surpreender tanto, porque uma revolução que não é renovada periodicamente, que não corrige seus erros em tempo ou que não se adapta às novas circunstâncias não pode sobreviver. Especialmente em Cuba é assim, porque as condições externas mudaram várias vezes de uma forma muito extrema.

Na verdade, o último meio século foi marcado por várias ondas de mudança substancial. Na década de sessenta, a economia cubana foi obrigada a adaptar-se após a ruptura súbita e completa com os EUA, até então dominantes na ilha. Os dez anos seguintes foram uma grande busca de um caminho até o melhor modelo de desenvolvimento, uma estrada muito sinuosa, por vezes.

Nos anos setenta, este modelo foi consolidado e a economia cubana se integrou à dos países do Came (ou Comecon). Esta integração ofereceu muitos benefícios, mas também vários inconvenientes. Em meados dos anos oitenta, foi declarada uma campanha de retificação para corrigir os erros daquele período. Não foi dado muito tempo aos cubanos para fazerem isso, porque poucos anos depois o Muro de Berlim caiu e cortou a aorta econômica da ilha pela segunda vez em trinta anos. Além disso, o bloqueio se intensificou.

sábado, 22 de maio de 2010

Direita brasileira é enxotada da manifestação pró-Cuba


A direita brasileira escolheu o dia 20 de Maio, esta quinta-feira, para fazer uma manifestação contrária ao regime de Cuba, mas foram surpreendidos com uma manifestação favorável a ilha. Os cinco manifestantes de direita, liderados pelo deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), foram enxotados pela dezenas de manifestadores que foram prestar solidariedade à Cuba.

Para isso contaram com a ajuda de policiais militares que impediram os atos de agressão ensaiados pelos “ianques”, como foram chamados pelos manifestantes: “Fora ianques”. Eles ainda insistiram nas provocações, passando de carro em frente à Embaixada de Cuba em Brasília, onde se realizava o ato.

Após o encerramento do evento, que durou duas horas de discursos, gritos de palavras de ordem e agitação de bandeiras e exibição de faixas, os manifestantes foram recebidos pelo embaixador cubano, Carlos Zamora, nos jardins da embaixada. Ele quis agradecer pessoalmente ao que considerou “ demonstração de carinho e solidariedade para com a revolução cubana e o que ela significa para todo o mundo.”

A exemplo dos manifestantes, Zamora encerrou sua fala com as palavras de ordem: “A luta de Cuba é a luta do povo”; “Liberdade para os cinco”, “Abaixo o imperialismo”; “Viva José Martí”, “Viva Fidel Castro”. E foi acompanhado ainda nas palavras de “vivas” à “Eterna amizade do povo de Cuba e do povo do Brasil”, encerrando com “Patria ou Muerte”.

Vaias e vivas

Na chegada do grupo de Aleluia, que carregava fotos de presos em Cuba, o vice-presidente do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz), Paulo Guimarães, que estava discursando no carro de som, calou-se para acompanhar a movimentação de chegada e retirada deles, que durou poucos minutos. E depois comemorou: “Foram embora com o rabo entre as pernas, porque não tem inserção social, não tem apoio popular.”

Após a saída do grupo, os manifestantes se revezaram ao microfone para apresentarem palavras de apoio e solidariedade. Guimarães voltou a falar “para prestar solidariedade e apoio a esse povo que tem uma história que honra a humanidade. Esse ato demonstra a representatividade da luta do povo cubano que está centrada no entendimento e solidariedade”, disse.

Campanha midiática

Os manifestantes, a exemplo da coordenadora do Núcleo de Estudos de Cuba (NesCuba) da Universidade de Brasília (UnB), María Auxiliadora César, também se posicionaram contra a campanha midiática das grandes potências que tentam desacreditar a revolução cubana diante do mundo. “Cuba soube resistir porque tem um povo bravo e existem grupos no mundo inteiro que a apoiam, como esse que está aqui agora em Brasília.”

“Na base de mentiras e calúnias, transformam delinqüentes comuns em “presos políticos”, transformam mercenários pagos pelos cofres do Pentágono em “dissidentes”, premiam blogueiros vulgares como se fossem jornalistas e escritores. O centro desta campanha esta na Casa Branca, com o apoio de governos e parlamentares reacionários da União Européia. No Brasil, a campanha é protagonizada pela mídia conservadora e uma minoria de direitistas no Congresso Nacional”, diz o texto distribuído entre os manifestantes.

Graça Sousa, secretária de mulheres da CUT, disse que os movimentos sociais estão alertas para a ofensiva do capitalismo contra a revolução cubana que, a despeito do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, comemora 50 anos. E destacou as principais bandeiras de luta do regime cubano que conta com o apoio e solidariedade dos povos da América Latina: o fim do bloqueio, a devolução do território de Guatanamo e a libertação dos cinco cubanos presos nos Estados Unidos.

Tilden Santiago, que foi embaixador de Cuba no primeiro Governo Lula, falou sobre a alegria de participar do ato, destacando que a mesma alegria devem sentir Fidel e Raul Castro ao tomar conhecimento de que o povo trabalhador brasileiro defende a revolução.

“A democracia avança na América Latina e avança a resistência dos cubanos que deram suor e sangue contra o imperialismo”, discursou, acrescentando que “se hoje nós temos governos à esquerda em toda a América Latina – Bolívia, Venezuela, Equador e no Brasil -, nós devemos a resistência permanente da revolução cubana, que é a vanguarda do sistema socialista na América Latina.”

segunda-feira, 17 de maio de 2010

BAHIA SE SOLIDARIZA COM CUBA


Realizou-se no último sábado (15 de maio) na cidade de Salvador, Bahia, a primeira Convenção Baiana de Solidariedade a Cuba. Iniciativa da Associação Cultural José Martí e do CEBRAPAZ – Centro Brasileiro de Defesa da Paz, a Convenção foi convocada por 20 entidades do movimento social baiano.

Mais de uma centena de delegados representando sindicatos, partidos políticos, entidades culturais, associativas e os mais diversos setores da sociedade baiana fizeram-se presentes ao evento onde foram discutidos inúmeros temas relativos às relações entre os povos brasileiro e cubano assim como a recente ofensiva midiática contra Cuba.

O primeiro pronunciamento da Convenção coube a Antônio Barreto, Presidente da Associação Cultural José Martí – Bahia que discorreu sobre o bloqueio e a realidade cubana atual. Em seguida falou Socorro Gomes, Presidente do Conselho Mundial da Paz e ex deputada federal, que tratou do atual momento político internacional e fez o lançamento da Campanha Internacional pela desativação das bases militares americanas na América Latina.

Max Altman, jornalista, Presidente do Comitê Paulista em Defesa dos 5 Patriotas e membro da Secretaria de Relações Exteriores do Partido dos Trabalhadores pronunciou-se sobre a questão dos cinco patriotas cubanos presos injustamente nos EUA e discorreu sobre a guerra midiática contra Cuba. Deoclides Cardoso, diretor do Sindicato dos Médicos e membro da Associação José Martí – Bahia falou sobre a ELAM e a solidariedade de Cuba a todos os povos do mundo sobretudo da América Latina e África. Finalizando, o professor Muniz Ferreira, Professor da Universidade Federal da Bahia e membro do PCB, fez uma percuciente análise da conjuntura política internacional e destacou o papel de Cuba como contendor do imperialismo americano.

A Convenção encerrou-se com um ato de solidariedade a Cuba em que fizeram uso da palavra o Deputado Álvaro Gomes; o ex vereador Everaldo Augusto, representando o PcdoB, a vereadora Marta Rodrigues, Presidente do PT em Salvador e Alexis Vega, conselheiro da embaixada de Cuba no Brasil que agradeceu, comovido, a solidariedade dos baianos ao seu povo.





A Convenção foi uma festa cultural e colorida

O encontro contou com as belíssimas apresentações dos Grupos de Dança Artererê e Bcoa, formado por crianças e jovens da Escola Pública Navarro de Brito, localizada no bairro da Liberdade, famoso pela defesa e preservação da cultura negra na Bahia. Uma das coreografias foi criada pelos próprios meninos para homenagear Cuba.

Também a poesia esteve presente na Convenção com a envolvente performance dos poetas Ametista Nunes, Leni Queirós e Sérgio Bezerra que declamaram diversos poemas do poeta cubano José Martí.



Carta da Bahia

Ao final da Convenção os delegados aprovaram por aclamação um programa de lutas e a “Carta da Bahia em Solidariedade a Cuba”. O documento, firmado pelos representantes de mais de 25 entidades do movimento social e partidos políticos, será disponibilizado no blog soucuba.blogspot.com e enviado a todos os deputados baianos bem como a jornalistas e formadores de opinião do Estado da Bahia.



ENTIDADES E PERSONALIDADES DO MEIO POLÍTICO E CULTURAL PRESENTES NA CONVENÇÃO


Associação José Martí Bahia – ACJM-Ba
Centro Brasileiro de Apoio aos Povos e Luta pela Paz - Cebrapaz
Conselho Mundial da Paz - CMP
Partido do Trabalhadores - PT
Partido Comunista do Brasil - PCdoB
Partido Comunista Brasileiro - PCB
Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Grupo Tortura Nunca Mais
Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe
Federação Trabalhadores Metalúrgicos da Bahia
Conam - Coselho Nacional de Moradia
Confederação Nacional das Associações de Bairros
Federação Baiana de Associações de Bairros
Sindicato dos Bancários da Bahia
Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia - Ba
Sindicato dos Médicos da Bahia - Sindimed - Bahia
Sindicato dos Rodoviários da Bahia
Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia - Sinposba
S indicato dos Portuários de Salvador
Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Salvador - Sintracon
União de Negros pela Igualdade - UNEGRO
União Brasileira de Mulheres
União da Juventude Socialista
Deputado Alvaro Gomes -PcdoB
Vereadora Marta Rodrigues - PT
Representação da Deputada Federal Alice Portugal - PCdoB
Representação do deputado estadual Javier Alfaia - PCdoB
Grupo Cultural BCOA da Escola Técnica Estadual Luis Navarro de Brito
Grupo Cultural Artererê da Escola Técnica Estadual Luis Navarro de Brito
Poetisas Ametista Nunes e Leni Queirós e o poeta Sérgio Bezerra

sábado, 8 de maio de 2010

Movimento social brasileiro repudia campanha anticubana


Duas centenas de lideranças e ativistas de movimentos políticos e sociais brasileiros reuniram-se, na Câmara Municipal de São Paulo, na última quinta-feira (06), para condenar a campanha de difamação contra Cuba e expressar solidariedade ao povo cubano e à sua liderança. O ato foi promovido pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz – Cebrapaz – e pelos vereadores Jamil Murad e Netinho de Paula, do PCdoB.

O diplomata cubano Lázaro Mendez, que assume na próxima semana o cargo de cônsul geral de Cuba em São Paulo, ficou surpreso com a presença maciça de movimentos de trabalhadores e entidades organizadas durante o ato.

“Eu me sinto bem e sei que posso trabalhar porque terei a quem chamar e em quem me apoiar”, afirmou Mendez, referindo-se aos representantes de entidades estudantis, sindicatos, movimentos de mulheres e trabalhadores do campo e da cidade presentes no evento. Mendez substitui Carlos Trejo que comandou o consulado da capital paulista por seis anos.

Carlos Trejo, por sua vez, agradeceu a iniciativa dos vereadores do PCdoB, Jamil Murad e Netinho de Paula, e do Cebrapaz, enfatizando a importância do apoio brasileiro não apenas para a causa cubana, mas para toda a América Latina.

“Para nós, cubanos, a luta pela vida tem valor incalculável”, declarou Trejo. Ele disse que “em Cuba um operário não morre de fome porque os operários estão no governo como estão os estudantes, os intelectuais e as mulheres”. Ele lembrou ainda que existe um debate em curso naquele país para se caminhar para um socialismo eficiente.

Solidariedade

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cônsul cubano visita Jamil e confirma presença em ato amanhã

O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) irá promover no próximo dia 6 de maio (quinta-feira), na cidade de São Paulo, um ato em apoio a Cuba. O ato é organizado em conjunto com os vereadores do PCdoB, Jamil Murad e Netinho de Paula. Nesta semana o cônsul de Cuba em São Paulo, Carlos Trejo, visitou o vereador Jamil Murad e confirmou presença no ato desta quinta-feira (6/5)

Na semana em que a Câmara Municipal de São Paulo recebe um evento em solidariedade à Cuba, o atual cônsul daquele país em São Paulo, Carlos Trejo, acompanhado de Lázaro Mendez, que assumirá o consulado na próxima semana, realizou uma visita de cortesia aos vereadores Jamil Murad e Netinho de Paula, ambos do PCdoB, e realizadores da manifestação na casa.

Os dois representantes cubanos confirmaram presença no ato que acontece no dia 6 de maio, na Câmara, em desagravo aos ataques que Cuba vem recebendo da Casa Branca, do parlamento europeu, do Senado brasileiro e de conglomerados de mídia. Aberta ao público, a atividade é realizada em parceria com o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz).

Solidariedade

No mês de abril o vereador Jamil Murad (PCdoB) participou de um ato em frente ao consulado cubano contendo militantes da União Geral de Trabalhadores (UGT) que ameaçavam invadir o consulado. Na ocasião, Jamil afirmou que resistir e defender o consulado de Cuba é reafirmar a soberania dos países. “Estamos cumprimos nosso papel. Defender o consulado e também defender o povo brasileiro”, comentou Jamil.


Na ordem, Lázaro Mendez (esq), Jamil Murad, Netinho de Paula e Carlos Trejo
O ato de quinta-feira integra uma série de atividades que estão sendo realizadas pelo Brasil pró-Cuba. O Cebrapaz divulgou nota em que repudia as agressões conservadoras contra Cuba e denuncia “o caráter imperialista, a ingerência e a hipocrisia que cercam os discursos exaltados”, diz o texto.

Para o secretário de comunicação do Cebrapaz, José Reinaldo de Carvalho, o evento na Câmara demonstra o caráter democrático do legislativo paulista e da bancada que apoiou a iniciativa. “Cuba é símbolo da revolução na América Latina é dever de todo militante social demonstrar solidariedade com esse e outros povos agredidos pelo socialismo”, declarou José Reinaldo.

sábado, 1 de maio de 2010

Um vigoroso não à campanha reacionária contra Cuba


Cubanos de diferentes gerações deixaram hoje suas casas mais cedo que o habitual, com o objetivo de celebrar o Dia Internacional dos Trabalhadores na praça da Revolução desta capital.

No contexto de uma campanha midiática internacional impulsionada pelos centros de poder dos Estados Unidos e da Europa para desacreditar ao país, os havanenses reafirmam uma vez mais o apoio à Revolução.


Cuba está unida

Vermelho, azul e branco, as cores da bandeira da maior das Antilhas, distinguem a vestimenta dos participantes no local emblemático, palco de enormes demonstrações de apoio ao processo iniciado no dia 1o de janeiro de 1959.

Vários dos agitados transeuntes levam cartazes com frases alegóricas à comemoração, gritam palavras de ordem patrióticas e mostram imagens de destacados lutadores nacionais e estrangeiros.

"Voltaremos a dizer a nossos inimigos que Cuba está unida junto a seus dirigentes, decide sobre sua vida própria, não aceita chantagens e quer a paz para todos a nível mundial", comentaram à Prensa Latina dois jovens da Universidade de Havana.

Solidariedade internacional

O Dia Internacional dos Trabalhadores representa também outro motivo para que os amigos de Cuba demostrem seu apoio a esta nação e compartilhem a alegria com seus habitantes. Segundo cifras oficiais, mais de 1.300 dirigentes e membros de grupos e movimentos de solidariedade à Ilha estão junto aos trabalhadores e povo cubanos.

Esses convidados, indicam os dados, provém de 56 países e 159 organizações sindicais, brigadas e forças de amizade com destaque ao número de representantes das delegações do Uruguai, França, Espanha e Estados Unidos.

A manifestação reuniu centenas de milhares de pessoas num pronunciamento vigoroso contra a campanha insidiosa, liderada pelos EUA, que vem sendo movida contra a revolução cubana, que completou 51 anos em janeiro deste ano.

Extraído do Vermelho.

São Paulo promove ato de solidariedade a Cuba



O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) irá promover no próximo dia 6 de maio (quinta-feira), na cidade de São Paulo, um ato em apoio a Cuba. No panfleto que convoca a atividade, mensagem assinada pela presidente do Cebrapaz, Socorro Gomes, denuncia a campanha deflagrada "pelos setores mais conservadores da comunidade internacional" contra Cuba.

A atividade de solidariedade ao povo cubano será realizada na Câmara Municipal de São Paulo, convocada pelos vereadores Jamil Murad e Netinho de Paula, ambos do PCdoB.

A manifestação, aberta ao público em geral, defenderá a autodeterminação e a soberania dos povos, além de reafirmar a luta histórica do povo cubano por justiça social e contra as desigualdades.

O texto do material foi extraído de nota do Cebrapaz, publicada em 18 de março deste ano, em repúdio "à escalada conservadora contra Cuba". Confira a íntegra da nota assinada por Socorro Gomes, que é também presidente do Consleho Mundial da Paz (CMP):

"CEBRAPAZ REPUDIA A ESCALADA CONSERVADORA CONTRA CUBA

No ano do 51º aniversário da Revolução Cubana — marco da luta latino-americana pela autodeterminação dos povos —, os setores mais conservadores da comunidade internacional deflagraram nova campanha contra Cuba. A escalada teve como estopim a morte, em 23 de fevereiro, de Orlando Zapata Tamayo — um cubano de 42 anos, detido nos marcos da legalidade por “delinquência comum” (e não um “preso político” nem “dissidente”), que estava em greve de fome havia 85 dias.

As agressões partem desde a Casa Branca, o Parlamento Europeu e da base conservadora do Senado brasileiro até os conglomerados midiáticos, passando pelas famigeradas ONGs tão subservientes aos interesses imperialistas. Com muitas insinuações — mas sem apresentarem um único indício de tortura, sequestro e desaparecimento em Cuba —, levantam a grita para clamar por sanções econômicas e, no limite, intervenções no regime cubano. A Guillermo Fariñas Hernández, outro cidadão cubano em greve de fome — mas já solto, livre! —, o governo propôs até uma licença de emigração para a Espanha, recusada por ele e, claro, pelas forças subversivas que lhe dão apoio.

O excesso de cinismo desses grupos não mereceu respaldo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que com razão comparou o status jurídico desses supostos “dissidentes” ao de rebelados em unidades prisionais de São Paulo. Declarou ainda que o governo brasileiro se relaciona diretamente com outros governos, e não com seus presos.

Da mesma forma, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) repudia a ofensiva anticubana. Denuncia o caráter imperialista, a ingerência e a hipocrisia que cercam os discursos exaltados. Tudo se dá sob uma denúncia de pretensa violação dos direitos humanos, da qual até o Itamaraty e o governo brasileiro seriam cúmplices — apenas por respeitarem o princípio de soberania nacional.

A quem interessa a manobra para pressionar Lula e o Brasil a rasgarem suas biografias e, de uma hora para outra, se posicionarem como sabujos dos interesses do imperialismo estadunidense, da intromissão, da política de terrorismo de Estado? Por que a grande mídia brasileira e a oposição a Lula, liderada pelo PSDB, esbravejam com ardor para desestabilizar uma pequena e pobre nação caribenha, mas ignoram a prolongada e repugnante ocupação do Iraque e do Afeganistão? Sem contar a complacência com Israel e sua criminosa política de Estado contra os palestinos.

As mesmas forças contrárias a Cuba apoiam, em contrapartida, a instalação de bases navais americanas e a retomada da 4ª Frota no continente, fazem vista grossa à manutenção da prisão de Guantánamo, afrouxam o tom contra as guerras no Iraque e no Afeganistão, continuam a chancelar o golpe de Estado em Honduras, entre outros descalabros. Sequer mencionam os cinco cubanos patriotas e contraterroristas que estão ilegalmente presos nos Estados Unidos, sem direito à defesa, sob critérios abusivos.

É preciso apoiar a luta histórica do povo cubano pelo novo mundo e pela justiça social, contra as desigualdades, a fome e a opressão. Há cinco décadas, Cuba convive com um criminoso bloqueio econômico, que exaure — este, sim — a dignidade humana e põe 11 milhões de pessoas sob ameaça de asfixia.

Abaixo a escalada de agressões a Cuba, a intromissão e o bloqueio econômico!
Viva a heroica resistência do povo cubano em luta por autodeterminação e soberania.

Socorro Gomes,
Presidente do Conselho Mundial da Paz e do Cebrapaz"

Serviço:
Ato em Solidariedade ao Povo Cubano
Data: 6 de maio
Horário: 19h
Local: Câmara Municipal de São Paulo – Auditório Prestes Maia
(Viaduto Jacareí, nº 100 – Centro – São Paulo – SP)

De São Paulo, Luana Bonone