Ganhadores de 12 prêmios Grammy, a dupla de músicos porto-riquenha Calle 13, que chegou nesta segunda-feira (22) em Havana, criticou o embargo norte-americano a Cuba e pediu a libertação dos cinco cubanos, presos nos Estados Unidos desde 2001. René Pérez, “Residente”, e Eduardo Cabra,“Visitante”, como se autodenominam os artistas, farão um show gratuito nesta terça (23), após várias tentativas frustradas.
“Qualquer tipo de embargo é ruim. Os que existem em Porto Rico não nos afetam, somente quando decidimos vir para cá”, disse Pérez. Porto Rico, oficialmente chamado Estado Livre Associado de Porto Rico, é um território autonômo dos EUA e, dessa forma, as medidas econômicas, financeiras e comerciais adotadas por Washington contra Cuba também são vigentes na ilha caribenha.
O grupo precisou cancelar em dezembro de 2009 uma visita à capital cubana após ter o visto de viagem negado pelas autoridades norte-americanas.
Calle 13 traz em suas letras fortes críticas ao governo de Porto Rico e aos EUA. Na canção “Querido FBI”, Residente e Visitante cantam os versos “Lute, como em uma luta livre. Pela liberdade, por Porto Rico livre”. Cedido pela Espanha aos EUA em 1898, Porto Rico decidiu em um referendo em 1998 manter o status de Estado Livre Associado, recusando entre as propostas de se tornar o 51º estado norte-americano ou a de se tornar independente.
"Estamos muito felizes com a visita, trouxemos conosco muita energia para nos divertirmos com o povo cubano, para aprendermos com as pessoas daqui. Quero conhecer as pessoas e o país", disse Pérez, segundo o portal Cubadebate.cu.
Cinco cubanos
O músico igualmente pediu a libertação dos cinco cubanos, Gerardo Hernández, René González, Ramón Labañino, Fernando González e Antonio Guerrero, condenados em 2001 a penas que variam entre 15 a 30 anos, e alguns com prisão perpétua, por suposta espionagem e conspiração nos EUA e por serem agentes não registrados de um governo estrangeiro, entre outras acusações.
O governo cubano considera os cubanos como heróis nacionais e garante que estavam nos EUA para vigiar atividades violentas dos anticastristas."Sei do que acontece pelo meu pai, do que ele sabe. É algo forte, há cinco pessoas lá, é preciso um acordo para que regressem a Cuba”, disse Pérez.
O músico disse que visitará a escola primária “Carlos Muñiz Varela”, de San Antonio de los Baños, “porque Carlitos Muñiz era amigo da minha família”, disse a jornalistas. O cubano Carlos Muñiz Varela vivia em Porto Rico quando foi assassinado em 28 de abril de 1979 pelo grupo terrorista Omega 7, contrário à relação dos imigrantes cubanos com porto-riquenhos. “Me chamo René, mas seria Carlos por causa de Carlos Muñiz, porque era um dos melhores amigos do meu pai”, afirmou.
Fonte:Vermelho
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