Com firmeza e sem perder a ternura, Aleida Guevara, médica, filha do revolucionário argentino/cubano, Ernesto Che Guevara, veio ao Brasil, convidada para a inauguração de um hospital em Sergipe que leva o nome de seu pai. Aleida discursou para uma platéia atenta e receptiva que lotou o auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA em Salvador, BA. Telões tiveram que ser adicionados em dois andares.
A presença de estudantes universitários e de Ensino Médio, militantes, jornalistas, professores, advogados, educadores e cineastas marcou o encontro onde a Drª Aleida, cujo tema inicial da palestra, foi a integração latino-americana, transitou por variados pontos referentes à Cuba. Acostumados a informações peneiradas pela grande mídia, o público sorvia as palavras da filha do revolucionário e por vezes, se emocionava, e ora gargalhava diante daquela que, carinhosa e francamente, desenvolvia cada uma das questões colocadas por gente ávida de informações.
Uma Cuba, diferente, foi surgindo daquela que estamos acostumados a ver na grande imprensa e aspectos da Revolução Cubana foram esclarecidos, tal como as eleições em Cuba, por muitos, ignoradas. Atentou Aleida para a importância da integração e autonomia latino-americanas e para as nada inocentes bases militares implantadas pelos EUA na Colômbia. Chamou a atenção para a importância do principal recurso natural para a humanidade e sem o qual, o Homem não sobrevive, a água, objeto farejado, além do petróleo, pelos EUA na Venezuela.
Ressaltou a importância da juventude em qualquer processo de transformação, pois livres de condicionamentos, os jovens são portadores de um honesto espírito crítico. Esclareceu sobre o embargo econômico sistemático que os EUA fazem há cinqüenta e um anos à Ilha, trazendo sérios danos que atentam aos direitos humanos da população cubana.
Respondeu com tranqüilidade a respeito das greves de fome e alertou os presentes para uma leitura apurada sobre tudo o que se diz e se escreve a respeito de Cuba .
Relatando a presença de médicos cubanos em vários países do mundo, permitiu aos presentes terem uma dimensão da cultura de solidariedade, fruto da Revolução.
Enfim, Salvador teve a oportunidade de, com o exemplo vivo da filha do Che, a Drª Aleida, resgatar valores humanos que apontam ser possível um mundo melhor.
Publicado originalmente no jornal A Tarde, de Salvador
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