quinta-feira, 1 de abril de 2010

Golpe do 1º de abril

SOUCUBA

Há 46 anos o Brasil acordava com um Golpe de Estado. Era um golpe militar, mas não apenas militar. Setores importantes da sociedade civil se uniram aos militares e à embaixada americana para preparar e organizar o golpe contra o governo civil e democrático do Presidente João Goulart.

Os golpistas tiveram o apoio explícito de importantes setores da política nacional (sobretudo da conservadora UDN), de setores da Igreja Católica, dos grandes jornais brasileiros e de uma importante parcela da classe média que dias antes do golpe reuniu alguns milhares de pessoas nas ruas do Rio de Janeiro a clamar pela derrubada da democracia.

Veio a ditadura com seu séquito de mazelas: as cassações, a extinção dos partidos políticos, a censura, as prisões arbitrárias, as intervenções nos sindicatos, os assassinatos e as torturas contra todos aqueles que ousavam desafiar a ilegal ordem estabelecida.

Graças à luta do povo a ditadura foi progressivamente vencida e em 1979 o país dava seus primeiros sinais de reconquista da democracia com a Lei da Anistia. Em 1984 com o grande movimento das Diretas Já (que a Rede Globo escondia) e a eleição de Tancredo Neves o regime militar foi derrotado e em 1988 foi definitivamente sepultado quando, através de uma Constituinte, foi escrita uma Constituição democrática para o país.

Muitos dos que foram perseguidos pela ditadura em nosso país encontraram em Cuba e no seu povo um porto seguro para continuar suas vidas e para retomar a luta pela democracia no Brasil.

Hoje, contudo, muitos dos que estiveram ao lado da ditadura que matava e torturava pessoas indefesas - até mesmo crianças – exigem telefone, televisão e fogão nas celas dos presos comuns de Cuba, país que jamais aceitou a tortura como método de interrogatório ou meio de punição.

Com que moral os deputados do DEM e o jornal da “ditabranda” podem exigir direitos humanos de quem quer seja se ajudaram a pisoteá-los em seu próprio país?

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