quarta-feira, 23 de junho de 2010

Presidenta do PT de Salvador elogia Convenção e manifesta solidariedade a Cuba



REGISTRO Nº.

Manifestamos nossa solidariedade e admiração à Associação Cultural José Martí e o Centro Brasileiro de Defesa da Paz (CEBRAPAZ) pela luta em defesa dos ideais da Revolução Cubana ainda vivos na pequena ilha caribenha, sob constante ataque da mídia neoliberal, da fome voraz do capital internacional e das perseguições políticas, econômicas e ideológicas dos Estados Unidos. No dia 15 de maio de 2010, aliadas a diversas organizações e militantes independentes de movimentos sociais e partidos de esquerda, essas referências de luta participaram da primeira Convenção Baiana de Solidariedade a Cuba, em Salvador, organizado pela Associação Cultural José Martí e o Centro Brasileiro de Defesa da Paz (CEBRAPAZ).

Foi um espaço importante de congregação e articulação da defesa de Cuba e da revolução viva. A programação da atividade foi intensa, agregando diversos segmentos que têm horizonte na revolução socialista. Ao final do evento, os presentes fizeram um ato em solidariedade a Cuba que denunciou a campanha promovida pela mídia internacional contra a nação soberana e aprovaram a “Carta da Bahia em Solidariedade a Cuba”, assinado por representantes de mais de 25 entidades do movimento social e partidos políticos.

O texto do documento defende a revolução e suas conquistas, como a qualidade de vida em Cuba beneficiada pelos avanços democratizados na saúde, educação, segurança social e expectativa de vida, que o país sempre está disposto a oferecer à comunidade internacional em constante crise. O documento também reafirma a luta de Cuba contra o racismo e na defesa da independência dos países africanos, o asilo oferecido a perseguidos políticos de diversas nações, o respeito aos direitos humanos de fato praticado na ilha, e o apoio de centenas de países contra o bloqueio ilegal dos EUA em recente Assembléia da ONU, além de apresentar uma pauta política que inclui o fim do bloqueio econômico, o respeito à autodeterminação do povo cubano, a desativação da base militar de Guantânamo e a devolução da área a Cuba, e a libertação dos cinco cidadãos cubanos presos injustamente nos Estados Unidos.


Após a tramitação, dê-se ciência a Associação Cultural José Martí, ao Centro Brasileiro de Defesa da Paz (CEBRAPAZ), a Embaixada e Consulado Cubano, ao Conselho Mundial da Paz, ao Partido Comunista do Brasil - PCdoB, ao Partido Comunista Brasileiro - PCB, ao Partido dos Trabalhadores - PT, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB, a CUT, ao grupo Tortura Nunca Mais, a Federação dos Bancários do Estado da Bahia e do Estado de Sergipe, a Federação de Trabalhadores Metalúrgicos da Bahia, ao Conselho Nacional de Moradia – CONAM, a Confederação Nacional das Associações de Bairros, a Federação Baiana de Associação de Bairros – FABS e ao Deputado Estadual Álvaro Gomes.

Sala das Sessões, 18 de maio de 2010.

Marta Rodrigues - Vereadora PT



Câmara Municipal de Salvador
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Comissão Tripartite Cuba-Brasil-Haiti, em sessão

Alguns meses depois do terremoto, quando muitos já voltaram, os médicos cubanos seguem em no Haiti


HAVANA, Cuba, 10 jun (ACN) A significativa contribuição de Cuba para a formação de mais de 600 médicos haitianos foi elogiada durante o primeiro dia de uma reunião de uma semana em Porto-Príncipe da Comissão Tripartite Cuba-Brasil-Haiti.

Os membros da Comissão reconheceram o trabalho que Cuba vem fazendo no Haiti por mais de dez anos. Lorenzo Somarriba vice-ministro cubano da Saúde Pública ratificou a disposição de seu país “para continuar trabalhando incansavelmente para que o Haiti possa reforçar seu Sistema Único de Saúde”.
 
Na segunda-feira, os participantes discutiram a questão da formação de recursos humanos, que é um dos maiores problemas que o sistema de saúde haitiano está enfrentando, como admitiu Jean Hughes, presidente do Haiti, durante Comissão.
 
Ele acrescentou que, segundo a Organização Mundial da Saúde, são necessários uns 25 especialistas para atender uma população de dez mil pessoas. “No Haiti, temos apenas 2,7 profissionais por cada dez mil habitantes”, observou.
 
Hughes explicou que a maioria dos médicos haitianos está na capital e que mais de 50% são médicos generalistas. Ele também apontou que os graduados de especialidades como ortopedia, anestesiologia e otorrinolaringologia são quase inexistentes.
 
No que diz respeito à formação dos profissionais, a Dra. Clarisse Ferraz, explicou a posição da delegação brasileira e disse que o Haiti tem médicos treinados “para um sistema de saúde curativa, não houve tempo para treinar equipes qualificadas na promoção da saúde, para a saúde pública e comunitária. E nós temos que mudar essa situação, a fim de reduzir doenças como a tuberculose, a malária ou os altos índices de mortalidade infantil. Agora, o Haiti também terá profissionais brasileiros em suas universidades”.

De ACN

Cuba é eleita vice-presidente do Conselho dos Direitos Humanos da ONU

Sede da ONU em Nova Iorque

Cuba foi eleita, em 21 de junho, vice-presidente do Conselho dos Direitos Humanos (CDH), o órgão principal das Nações Unidas especializado na promoção e na proteção deste tema.

Durante uma sessão organizativa anual desta instância, seus membros decidiram por aclamação a eleição do embaixador cubano em Genebra, Rodolfo Reyes Rodríguez, para o cargo, o que foi considerado um reconhecimento ao trabalho da Ilha no setor.

“A eleição de Cuba para este importante cargo é um reconhecimento à exemplar execução e à obra da Revolução cubana a favor dos direitos humanos de seu povo e de todo o mundo”, precisa uma declaração da Embaixada cubana em Genebra.

“É, também, uma clara confirmação do respeito ao desempenho comprometido e ativo de nosso país — membro fundador do CDH — em defesa da verdade e da justiça e a sua liderança na reivindicação das causas mais nobres”, acrescenta.

Precisa a nota que “esta eleição constitui uma rotunda resposta da comunidade internacional à brutal campanha política anticubana na mídia, reforçada nos últimos meses pela reação internacional”.

Reyes, que ocupará a vice-presidência correspondente ao Grupo da América Latina e o Caribe (Grulac), cumprirá seu mandato como membro da Mesa Diretiva do Conselho, até junho de 2011.

O embaixador da Tailândia, Sihasak Phuangketkeow, foi eleito para presidir o órgão no mesmo período. Segundo a prática, cabe aos membros da Mesa conduzir o processo de revisão do CDH, que terá lugar nos próximos 12 meses de trabalho.

“Cuba contribuirá substancialmente para este trabalho, a partir de sua ampla experiência como membro do órgão e da desaparecida Comissão dos Direitos Humanos”, aponta a nota.

sábado, 19 de junho de 2010

Venezuela: Sobre o que a imprensa conservadora silencia

Para se ter uma idéia de como funciona o mecanismo do pensamento único, no próximo dia 1º de março, em São Paulo, o Instituto Millenium estará promovendo um seminário sobre “Liberdade de Expressão” que contará com a participação, entre outros, do presidente da RCTV venezuelana, Marcel Garnier, do colunista das Organizações Globo Arnaldo Jabor, do sociólogo Demetrio Magnoli, do jornalista Reinaldo Azevedo, da Veja, e de Carlos Alberto Di Franco, membro da seita Opus Dei. O artigo é de Mário Augusto Jakobskind.


Mário Augusto Jakobskind - Observatório da Imprensa



A República Bolivariana da Venezuela segue na ordem do dia da mídia. Quem acompanha o noticiário diário das TVs brasileiras e alguns dos jornalões tem a impressão que o país está à beira do caos e por lá vigora a mais ferrenha obstrução aos órgãos de imprensa privados. Mas há quem não tenha essa leitura sobre o país vizinho, que no próximo mês de setembro elegerá os integrantes da Assembléia Nacional.

José Gregorio Nieves, secretário da organização não-governamental Jornalistas pela Verdade, informou recentemente a representantes da União Européia que circularam em Caracas que nos últimos 11 anos, correspondente exatamente à ascensão do presidente Hugo Chávez, houve um avanço na democratização da comunicação na Venezuela. Ele baseia as suas informações em números. Segundo Nieves, há atualmente um total de 282 meios alternativos de rádios e televisões onde a população que não tinha voz agora tem.

Houve, inclusive, um aumento da democratização do acesso aos meios de comunicação. Até 1998, ou seja, no período em que a Venezuela era governada em revezamento, ora pela Ação Democrática (linha social-democrata), ora pela Copei (linha social cristã), não havia permissão para o funcionamento de veículos comunitários. No país existiam apenas 33 radiodifusores privados e 11 públicos, todos eles avaliados pela Comissão Nacional de Telecomunicações(Conatel).

Que seja ouvido o outro lado

Hoje, ainda segundo informação prestada por Nieves a representantes da UE, as concessões privadas em FM chegam a 471 emissoras, sendo 245 comunitárias e 82 de caráter público. Na área da televisão, o total de canais abertos privados até 1998 era de 31 particulares e oito públicos. Atualmente, a Conatel concedeu concessões a 65 canais privados, 37 comunitários e 12 públicos.

A lógica desses números contradiz, na prática, a campanha midiática de denúncia de falta de liberdade de imprensa. Seria pouco lógico que num período em que aumentaram as concessão de rádio e TV para a área privada o governo restringisse os passos das referidas empresas.

O secretário de organização dos Jornalistas pela Verdade informou ainda que a Lei de Responsabilidade Social no Rádio e Televisão permitiu o fortalecimento dos produtores nacionais independentes. Nieves fez questão de assinalar que a ONG que ele representa rejeita a manipulação contra o governo bolivariano que ocorre em âmbito da UE e em outros fóruns.

É importante que os leitores e telespectadores brasileiros tenham acesso a outros canais de informação e não aos de sempre, apresentados diariamente pelos grandes meios de comunicação vinculados à Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Em outros termos: que seja ouvido o outro lado, para que não prevaleça, como tem acontecido, o esquema do pensamento único.

RCTV é confirmada como produtora nacional

Para se ter uma idéia de como funciona o mecanismo do pensamento único, no próximo dia 1º de março, em São Paulo, o Instituto Millenium estará promovendo um seminário sobre “Liberdade de Expressão” que contará com a participação, entre outros, do presidente da RCTV venezuelana, Marcel Garnier, do colunista das Organizações Globo Arnaldo Jabor, do sociólogo Demetrio Magnoli, do jornalista Reinaldo Azevedo, da Veja, e de Carlos Alberto Di Franco, membro da seita Opus Dei.

O Instituto Millenium é dirigido, segundo informa o jornal Brasil de Fato, por Patrícia Carlos de Andrade, ex-mulher do ex-diretor do Banco Central no período FHC, Armínio Fraga e filha do falecido jornalista Evandro Carlos de Andrade, que a partir de 1995 coordenou a Central Globo de Jornalismo. Os mediadores do seminário serão três profissionais de imprensa das Organizações Globo: o diretor Luís Erlanger, o repórter Tonico Pereira e o âncora William Waack.

Já se pode imaginar o tipo de crítica ao governo venezuelano que vem por aí. Vão lamentar a suspensão de seis emissoras de TV a cabo, mas provavelmente deixarão de mencionar, como tem feito a mídia conservadora, que cinco desses canais já retornaram ao ar porque deram as informações necessárias solicitadas pela Conatel. Quanto à RCTV, que se julga internacional, a Conatel confirmou a classificação do canal de TV a cabo como produtora nacional, o que conseqüentemente a obriga a acatar as leis do país. Se fizer isso, poderá voltar ao ar. Se não o fizer, Marcel Garnier continuará circulando por países da América Latina para denunciar a “falta de liberdade de imprensa no país de Chávez”.

Sem contraponto

Ah, sim: nestes dias, o governo do Uruguai, cujo presidente, Tabaré Vázquez, encerra o mandato na mesma data do seminário promovido pelo Instituto Millenium, anunciou que vai punir dezenas de emissoras de rádio que se recusaram a entrar na cadeia nacional obrigatória em que o chefe do Executivo uruguaio informava a população sobre questões relacionadas aos direitos humanos. Os jornalões e as TVs brasileiros não deram uma linha sobre o fato, ao contrário do que aconteceu quando a Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) da Venezuela decidiu suspender emissoras de rádio que estavam em situação irregular.

Por estas e muitas outras é que os leitores e telespectadores brasileiros e da América Latina de um modo geral recebem informações sobre a Venezuela apenas com base do que dizem os inimigos da Revolução Bolivariana. Não há contraponto.


sábado, 12 de junho de 2010

Aniversário de Gerardo. Um herói dos dias atuais.



Comitê Internacional pela Libertação dos 5 Cubanos

GERARDO: CRER na ESPERANÇA


.... vou te esperar debaixo do olmo verde, /debaixo do olmo sem folhas. / Vou te esperar até que o último tenha regressado/ e ainda depois.// Bertolt Brecht

Por Marlene Caboverde Caballero

Condenaram-no ao desterro do silêncio, ao castigo da solidão mais sórdida; dependuraram em seu pescoço, como um pedaço de ferro, duas cadeias perpétuas e o jogaram no vazio de uma cela, ao império do mal em uma prisão. Apesar de tudo, mantinha um sorriso estampado no rosto.

Eles, aqueles que o julgaram e condenaram, não poderiam sequer suspeitar que ele se adaptaria para edificar atrás das grades esse país onde um homem e uma mulher jamais correriam o risgo de se desgastar, nem sequer por tantos beijos.

Quiseram corroer-lhe a vontade e transformou então ‘O Néscio’ de Silvio Rodrigues, num hino anti-ratos. Pretenderam usurpar-lhe a bondade, porém chegou um passarinho, um cardeal, pequenino, recém nascido, desplumado e morto de frio, como a renovação na alma do valor de um amigo.

Alguém pensou que a fim de esmaecer seu júbilo o ideal seria encerrar seu expediente, apagar o caso, ignorar sua existência na velha prisão de Victorville de muros e paredes gris. Porém, amanheceu a solidariedade em milhares de mãos, rostos e vozes que iluminam seus dias com esses ‘te amamos’, ‘não te rendas’, ‘estamos contigo’, ‘esperamos por ti’, ‘te libertaremos’.

E assim crescia em sua cara aquele sorriso odiado e maldito pelos inquisidores da liberdade. Decidiram que acabaria aniquilado pela saudade do tempo e das distâncias, se persistissem em negar-lhe os abraços, os lábios e o peito cálido de sua mulher.

Todavia, para ele bastava aquela boca de primaveras saltando de uma fotografia, e se via em seus olhos, e ela lhe falava e lhe devolvia os encontros, as promessas, os nomes dos filhos visíveis, possíveis, que flutuavam em algum ponto dos universos.

Falhava a agonia das duas cadeias perpétuas e aqueles que acreditavam no infalível do martírio, foram esmagados entre o desconcerto e a derrota pelo gozo que pervivia no rosto daquele homem, devolvendo-lhes.

E para cúmulo o chamam de Cuba, se retorcem os fígados os que se empenham em hostilizá-lo com os punhais da tristeza. E além do mais distribui desenhos com gaivotas, coelhos e pepinos com os demais prisioneiros que querem consolar as crianças que os esperam em casa. E também faz com que a sala de visitas e o pátio transbordem de gargalhadas, de uma insólita alegria.

Não durará duas cadeias perpétuas, decidem definitivamente e até aliviados, aqueles que o condenaram ao desterro do silêncio e ao castigo da solidão. Que tolos! pensa ele, pois acaba de cumprir apenas 46.

É 4 de junho e ele conversa então com o espelho, ri de sua calvície, volta a lembrar-se do cardeal e se alegra como um crianção.

Depois de quase doze anos, aqueles de espírito seco e vista curta que ficam para detrás dessa fórmula tão simples de Gerardo Hernández Nordelo, que consiste tão somente em acreditar na esperança.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Cuba X Globo, EUA & CIA




Abaixo transcrevemos artigo que recebemos de Maria de Fátima Almeida e outros companheiros, leitores de nosso Blog. Trata-se de uma carta crítica endereçada ao jornal “O Globo”, em razão do editorial do dia 9 de maio de 2010, intitulado “Cerco à liberdade de expressão”, na seção “Opinião”.

Para consolidar-se como uma empresa poderosa, e conseguir divulgar certas opiniões em largos espaços, as “Organizações Globo” apoiaram entusiasticamente a ditadura militar brasileira nos anos de chumbo, demonstrando total descompromisso com as liberdades formais elementares.

Hoje em dia se proclamam democratas, embora não tolerem nenhuma situação onde o povo consiga exercer algum poder, daí a grande inquietude em relação a Cuba. O ponto chave é que apesar de todas as agressões norte-americanas, o povo cubano conquistou a liberdade substantiva para a realização de parte de suas aspirações, como por exemplo, freqüentar a escola com efetivo aprendizado, ter atendimento médico, alcançar uma vida mais longa, e sobretudo, escolher os próprios rumos da nação.

Antes da revolução de 1959, havia 40% de analfabetos, hoje a taxa de analfabetismo não chega a 1% e metade da população possui curso superior. Muito sangue revolucionário foi derramado para a superação da ignorância, pois diversos alfabetizadores da campanha de 1961 foram alvo dos contra-revolucionários, apoiados pelos EUA com dinheiro e armas. Mas a disposição de luta deste povo foi (e ainda é !) invejável. Talvez inspirados nas palavras de Martí: “ser culto é a única forma de ser livre”, heróis anônimos surgiram, continuando a obra dos anteriores.

Não foram poucos os que padeceram em atentados, como aquele que derrubou um avião cubano, com 73 pessoas a bordo, incluindo toda a equipe cubana de esgrima, no ano de 1976. Os principais mentores do ato terrorista, Orlando Bosch e Luiz Posada Carriles, exilaram-se nos Estados Unidos. Por outro lado, há mais de 10 anos, cinco cubanos: Gerardo, Ramón, René, Fernando e Antonio, estão detidos nos cárceres do império, por tentarem descobrir antecipadamente e evitar ataques terroristas contra o povo cubano, que ao longo dos últimos 50 anos tem sido planejados ou acobertados pela CIA e pelo governo americano.

É importante ressaltar a voracidade da tática de financiar o terrorismo para destruir governos que ousam fazer algo diferente do delineado pela super-potência. A revolução sandinista de 1979 não resistiu aos ataques sistemáticos à população civil, envolvendo clínicas de saúde, cooperativas agrícolas e assim por diante. Em 1990, a população votou no candidato indicado pelos EUA e o terrorismo cessou, e hoje a Nicarágua é o segundo país mais miserável da América Latina, perdendo apenas para o Haiti. Os Estados Unidos teriam sido condenados pelo conselho de segurança da ONU por terrorismo internacional, mas naturalmente vetaram a resolução que tratava do assunto.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Vozes do silêncio: A ajuda de Cuba ao Haiti e o silêncio da mídia




Por LETICIA MARTÍNEZ HERNÁNDEZ


PORTO PRÍNCIPE, Haiti.— O Dr. William há quatro meses dorme sob uma lona no hospital de Croix des Bouquet. Como ele, muitos cubanos conciliam o sono de cada noite debaixo de uma tenda ali onde a temperatura chega perto dos cuarenta graus e onde em certos dias são atendidos mais de 600 pacientes. E enquanto o relógio caminha, mais depressa do que muitos gostariam, não há tempo nem de sonhar. O cansaço não deixa espaço para tais luxos. Quase amanhece. A fila cresce ao redor do parque. Começa outra jornada em um dos hospitais de campanha montados por Cuba em Porto Príncipe, um dos poucos que permanecem em pé depois da enxurrada de ajudas do mês de janeiro e que agora, passados alguns meses, ficaram escassas. Mas disso não falam os grandes meios de comunicação, imensos em sua capacidade de desinformar ou alterar a realidade conforme suas vontades.

É o que confirma o Project Censored, da Sonoma State University da California: uma das 400 notícias mais ocultadas pela grande imprensa européia e estadunidense foi a ajuda de Cuba ao Haití, pré-selecionada, tristemente, para competir entre as 25 mais omitidas do ano. Ninguém falou do reforço de 60 médicos cubanos que puseram o pé aqui quando sequer havia passado 24 horas do terremoto, quando os lamentos eram infernais, quando a nuvem de pó não terminava de esfumaçar-se, quando as réplicas não davam trégua e sossego, quando os mortos se acumulavam, quando os feridos acreditavam que também morreriam, quando não havia mão estendida que não fosse a de Cuba. Ninguém falou dos mil médicos cubanos que pouco a pouco foram chegando. Ninguém falou dos onze anos que já levavam atendendo e curando nos lugares mais incríveis do país, incríveis por miseráveis, não por faustosos. Ninguém falou, nem falará, dos esforços para reconstruir o sistema de saúde pública haitiano, uma das ajudas mais importantes postas em marcha por Cuba naquele país.

Mas o anúncio do Project Censored, que há 30 anos revela as grandes omissões da mídia hegemônica, já era esperado desde que, após o terremoto, só dois veículos de comunicação dos Estados Unidos "informaram" da resposta cubana à tragédia do Haiti. Um deles, a Fox News, afirmou que os cubanos estiveram ausentes da lista de países do Caribe que acudiram a prestar ajuda. O outro, o Christian Science Monitor, disse que Cuba havia enviado só 30 médicos. E entre essas omissões, erros, também mentiras, ninguém esquecerá quando a CNN fez passar por espanhol ao Dr. Carlos Guillén, diretor pela parte cubana do Hospital de La Paz, o infernal Delmas, 33. Mas o deliberado engano não funcionou. O médico trajava na tela da televisão um pulover do Che, falava com o ar bonachão dos de minha terra e seu rosto era por demais conhecido naquele hospital.

Mas a capacidade de assombro não tem limites quando nos grandes meios o assunto é Cuba e Haiti. Essa realidade foi bem demonstrada por uma recente pesquisa publicada pelo site Rebelión sobre a proposta cubana na Conferência de Doadores para o Haiti e a cobertura midiática. Conclui o estudo que a apresentação do projeto de reconstrução do sistema de saúde haitiano, apesar de ter sido considerado das idéias mais sérias e materializáveis colocadas na reunião, foi omitida por completo por se tratar de uma proposta cubana. De novo o The New York Times, o Boston Globe, o Washintong Post e a CNN riscaram olímpicamente a palavra Cuba de suas páginas.

Todavia, enquanto a grande mídia intenta apagá-los do mapa, passados quatro meses do terremoto os cubanos seguem fazendo seu trabalho no Haiti. Alguns números, que não são manchetes embora pudesem sê-lo, comprovam isso: em mais de 70 unidades hospitalares foram atendidos 155.479 pacientes, foram realizadas 6.177 intervenções cirúrgicas, 42.542 exames de laboratório, 2.486 estudos radiológicos, 527.710 tratamentos de reabilitação... Enquanto isso, com a ajuda da ALBA, foram montados 39 centros de saúde em distritos, foram habilitados 30 hospitais comunitários de referência, foram abertas 30 salas de reabiliatação física e psicológica, planeja-se construir um laboratório de próteses e três oficinas de eletromedicina, além de estar em desenvolvimento uma rede de vigilância epidemiológica: cuidados terrestres com os quais jamais sonhou este pobre país.

Assim volta a amanhecer aqui. Regressa o Dr. William com os seus colegas às tendas armadas ali onde nunca houve um hospital, mas sim muitos a quem cuidar. Certamente o The New York Times não falará deles, a CNN os fará passar por extraterrestres se for preciso, mas o pequeno Joseph lhes dirá "merci", e até os abraçará, quando a febre e sua dor de estômago desaparecerem. E isso bastará...

terça-feira, 8 de junho de 2010

Carta de Porto Alegre


Música brasileira e latino-americana na Convenção


Os participantes da XVIII Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, realizada na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, entre os dias 04 e 06 de junho de 2010, reiteram, por meio dessa Carta, o compromisso solidário e incondicional com os princípios da vitoriosa Revolução Cubana que, em 1º de janeiro de 1959, iniciou o processo de desenvolvimento social de caráter autônomo e soberano naquele país.
Para nós, a visão revolucionária e socialista de Cuba, com forte influência do pensamento de seu herói nacional, José Martí, aponta para o apoio mútuo entre os povos e a valorização do ser humano e da sua cultura.
Assim, solidários à luta permanente de Cuba pela defesa da sua soberania e, alinhados ao seu povo, nos colocaremos contra qualquer tipo de governo que desrespeite o direito a sua autodeterminação.
Aos ilegais e abusivos bloqueios econômicos, financeiro e comercial impostos a Cuba pelo imperialismo estadunidense e seus colaboradores – com sérias aplicações extraterritoriais –, alia-se o bloqueio midiático. Ele tem a vergonhosa intenção de desvalorizar e descaracterizar a luta de um país que, apesar dos permanentes ataques, responde com ações de ajuda humanitária a diversos países do mundo, e concede ao seu povo, de modo universal e gratuito, os direitos fundamentais que constróem a sua cidadania, como educação, saúde, cultura, lazer e trabalho.
Ao lado dos revolucionários cubanos, nos manteremos firmes no propósito de defender o caminho que escolheram. Como movimento de solidariedade a Cuba, permaneceremos lutando contra os bloqueios, o isolamento e todos os tipos de violações impostos àquele país.
Defenderemos, ainda, a efetiva integração econômica, política e cultural de Cuba em toda a nossa América.
Lutaremos, também, pelo fechamento da base militar de Guantánamo – utilizada como cárcere pelos Estados Unidos –, e pela devolução do seu território a Cuba.,

Da mesma forma, exigimos a liberdade dos cinco heróis cubanos, presos arbitrariamente nos Estados Unidos, para que se restabeleçam os princípios de justiça com respeito aos direitos humanos e aos direitos internacionais.

Por fim, considerando as diretrizes apresentadas nessa Carta, nos comprometemos a desenvolver as ações discutidas e aprovadas nos painéis e grupos de trabalho da XVIII Convenção.
Estados participantes RS, SC, PR, SP, RJ, MG, ES, SE, CE, PE, RN, DF, BA e PB.



Presença baiana na Convenção Nacional


Delegação Baiana à Convenção

A Bahia esteve presente na XVIII Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba com uma delegação de 12 pessoas entre membros da Associaçao Cultural José Martí e do CEBRAPAZ-Bahia.

Realizada em Porto Alegre no último fim de semana, a Convenção reuniu mais de 300 pessoas no auditório da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul e contou com a presença de parlamentares e membros da sociedade civil organizada de treze estados brasileiros.

A Convenção foi encerrada na manhã do domingo com um show de música latino-americana no Parque da Redenção. Centenas de pessoas bailaram ao ritmo da salsa e MPB e celebraram a amizade entre Cuba e Brasil.

Durante o encontro foi reafirmado o compromisso do movimento de solidariedade brasileiro com a luta pelo fim do bloqueio e pela libertação dos cinco patriotas encarcerados injustamente nos EUA. 

segunda-feira, 7 de junho de 2010

XVIII Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba

Brasileiros manifestam solidariedade a Cuba
Porto Alegre sediou este fim de semana (4,5 e 6 de junho) a XVIII Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba.

Mais de 300 delegados de 13 estados brasileiros fizeram-se presente ao evento que anualmente reafirma a solidariedade brasileira ao povo cubano e a sua Revolução.

A mesa de abertura do encontro contou com autoridades cubanas, representantes da sociedade civil organizada, centrais sindicais, partidos políticos, deputados estaduais Raul Pont, Presidente do PT no Rio Grande do Sul, e Raul Carrion, Presidente da Frente Parlamentar Gaúcha de Solidariedade a Cuba, deputada federal Manuela D'Ávila e Socorro Gomes, Presidente do Conselho Mundial da Paz.

Durante dois dias foram travados importantes debates e discutidas candentes questões alusivas à conjuntura mundial, ao bloqueio e às relações entre o Brasil e Cuba.

Um dos pontos altos da Convenção foi a homenagem aos 50 anos do ICAP – Instituto Cubano de Solidariedade aos Povos, entidade que desenvolve intenso trabalho de mútua solidariedade entre Cuba e mais de cem países do mundo.

Durante o evento dois pronunciamentos foram especialmente marcantes: o relatório de Homero Acosta, Secretário do Conselho de Estado Cubano, sobre a realidade cubana atual e a palestra do Dr. Juan Carrizo, Reitor da ELAM – Escola Latino Americana de Medicina, sobre o intenso trabalho solidário desenvolvido pelos médicos cubanos no mundo. Particularmente emocionante foi a palestra de Magaly Llort Ruiz, membro do parlamento cubano e mãe de Fernando, um dos cinco patriotas encarcerados injustamente nos Estados Unidos.

A convenção aprovou por aclamação a Carta de Porto Alegre, firmada por todas as entidades presentes, documento que rechaça a atual campanha midiática contra Cuba e exige o fim imediato do ilegal bloqueio, a libertação dos 5 patriotas presos nos Estados Unidos e o respeito à soberania do povo cubano.

O evento foi encerrado na manhã de domingo com uma bela apresentação musical no Parque da Redenção em que cantores gaúchos, cubanos e de outros países da América Latina se apresentaram para centenas de pessoas.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Conselho Mundial da Paz condena agressão de Israel

Diante do ataque das Forças Armadas israelenses a uma frota humanitária que pretendia levar suprimentos à população palestina na Faixa de Gaza, o Conselho Mundial da Paz amitiu nota condenando a agressão e se solidarizando com a Palestina. Veja abaixo a íntegra:

Declaração de condenação ao brutal ataque israelense  à missão de solidariedade à Palestina


O Conselho da Paz Mundial denuncia, de maneira enérgica, a brutal agressão pelas Forças Especiais israelenses contra a missão de solidariedade composta por seis navios de ajuda humanitária para o povo da Palestina. A operação assassina do governo de Israel e seu exército aconteceu em águas internacionais, ao largo da Faixa de Gaza Palestina, contra os civis que estavam a bordo de seis barcos que tentavam se aproximar dos portos de Gaza.

O Conselho Mundial da Paz condena o ataque militar, em que mais de 16 pessoas civis, de diferentes nacionalidades, perderam a vida e mais de 60 pessoas ficaram feridas. Este massacre produzido pelo governo israelense demonstra, mais uma vez, a natureza reacionária de décadas de um regime, que não só nega o direito do povo palestino a um Estado independente, mas também a ajuda humanitária ao povo palestino, que sofre sob a ocupação e as agressões, como a que ocorreu em 2008.

O Conselho Mundial da Paz manifesta a sua solidariedade com o povo palestino em uma causa justa, para o estabelecimento de um Estado independente dentro das fronteiras definidas em 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital. Também expressamos nossa solidariedade com as forças defensoras da paz dentro de Israel, que lutam ao lado do povo palestino contra a ocupação das terras da Palestina.

A recente ação de Israel constitui um crime de dimensão internacional, uma vez que a agressão israelense tem o apoio político e a tolerância dos Estados Unidos, União Europeia e de outras estruturas do imperialismo. O Conselho Mundial da Paz manifesta a sua profunda preocupação com a escalada da agressividade imperialista na região e faz um chamado às forças que apóiam a paz nos países da região, para que estejam alertas e vigilantes ante qualquer ataque iminente.

31 de maio 2010
Secretariado do Conselho Mundial da Paz